As Colónias, projeto português sobre o Ultramar
Encontra-se em desenvolvimento, por uma equipa de estudantes portuguesa, a Placeholder Games, As Colónias. Trata-se de um título com uma temática bastante interessante que aborda as antigas colónias portuguesas em África, mas sob uma perspetiva diferente.
Venham conhecer mais sobre As Colónias.
Em desenvolvimento para PC, pela Placeholder Games, As Colónias é um titulo baseado em eventos reais do período da Guerra Colonial portuguesa, que se estendeu de 1961 a 1974.
Apresentando-se com uma forte componente narrativa, onde as histórias se sobrepõem à ação, o jogo decorre em Angola, algures na década de 60 do século passado.
Em As Colónias, o jogador interpreta uma enfermeira num hospital de campanha que vai acompanhando as atrocidades da guerra e, através do contacto com os soldados aí internados, vai conhecendo mais sobre as suas vidas e o momento em que foram feridos. Através dessas recordações o jogador vai poder, através dos olhos dos soldados, reviver esses momentos.
No intervalo desses momentos, existe todo um hospital de campanha para ser explorado e muitos outros personagens interessantes para encontrar e descobrir.
Uma nota importante, e que faz todo o sentido que assim seja, é o facto de os diálogos serem todos em português.
As missões apresentadas no jogo baseiam-se em acontecimentos verídicos da Guerra Colonial. Ao invés de ter um foco no combate ou na ação, este título focar-se-á nos aspetos mais humanos deste conflito, em situações quotidianas, e como os combatentes que foram forçados a lutar reagiam à tragédia que se desenrolava ao seu redor.
O jogo procura ainda prestar atenção à fidelidade dos elementos representados, desde a música a tocar nos rádios aos veículos e uniformes utilizados.
Segundo os Placeholder Games, o jogo tenta "criar uma história convincente que irá permitir aos jogadores, conhecer um pouco mais sobre a Guerra Colonial portuguesa, assim como os seus efeitos (físicos e psicológicos) de que lá esteve."
Este artigo tem mais de um ano
começa logo mal.
deixaram de ser colónias para serem províncias ultramarinas. o que faz toda a diferença
Compreendo o teu ponto, mas a designação de províncias ultramarinas foi criada no estado novo, pois Salazar dizia que “esses territórios não eram colónias, mas sim parte integrante e inseparável de Portugal”. Caiu em desuso após o 25 de abril quando todas as colónias tornaram-se independentes de Portugal.
não mistures alhos com bugalhos. deixa lá politiquices de lado. em 1914 usavam-se ambas designações e com a mesma inseparabilidade territorial
Mas afinal é correto ou não chamarem de colónias? Inicialmente dizes que deixaram de ser colónias para serem províncias ultramarinas e após o meu comentário anterior dizes que afinal usavam a mesma designação e para não meter as “politiquices” ao barulho… Mas não encontro outra razão sem ser a política para essa mudança de designação e fiz uma pesquisa mais aprofundada:
«A primeira colónia atribuída a esta designação [província ultramarina] foi o Estado da Índia, em 1946, como forma política de evitar que Portugal nos fóruns internacionais fosse considerado uma potência colonial. As outras colónias portuguesas passaram a ter esta designação no ano de 1951, abolindo assim o conceito de “Império Colonial Português”. Esta designação apareceu devido à renovação do Conceito Ultramarino Português e ao consequente aparecimento de uma nova Política Ultramarina Portuguesa e de uma Solução Portuguesa. » – https://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_ultramarina
E também aqui na Revista Militar Nº 2439 – Abril de 2005:
«Em termos constitucionais a designação “províncias”, perdurou de 1822 a 1911, durante a Monarquia e de 1911 a 1920, na I República e de 1951 a 1974, na II República, num total de 121 anos; enquanto que o termo “colónia” foi empregue durante 6 anos na I República, de 1920 a 1926, e 21 anos no Estado Novo, de 1933 a 1951, num total de 24 anos.
(…) O termo “província” foi usado também por vários autores desde o século XVI. E fosse quais fossem os termos usados, nunca ninguém os entendeu pejorativamente, mas antes tendo em mente o que seria melhor para o desenvolvimento harmonioso das diferentes parcelas de Portugal. De facto, as palavras têm a sua época. Província, tinha a ver com a tradicional tendência da diáspora portuguesa em se manter ligada à mãe Pátria e em considerar a Nação portuguesa como um todo; “colónia” foi a expressão da política autonomista que o regime republicano trouxe no seu programa; com o golpe de estado de 28 de Maio de 1926, deu-se início a um movimento de cariz nacionalista e o termo colónia é ultrapassado, ou englobado no termo “Império”. Após a II Guerra Mundial, deu-se início a uma fortíssima campanha anti-colonialista, onde os termos “colónia” e “colonialismo” foram diabolizados, tornando-se conveniente abandonar uma terminologia que se prestava a equívocos. E foi essa a razão fundamental para que os termos fossem abandonados na revisão constitucional de 1951, retomando-se os tradicionais “ultramar” e “províncias ultramarinas”. »
Não obstante as designações em causa, concordo contigo sobre a valoração e significado de inseparabilidade territorial – acho o que discutimos é meramente questão de semântica
Para terminar deixo esta questão no ar. Qual é o termo que se utiliza hoje em dia: “antigas colónias portuguesas” ou “antigas províncias ultramarinas” ?
Muito fraco. Falas forçadas.. Tudo muito sem sal, gráficos fracos..
De qualquer maneira tem de se apoiar projetos portugueses.. Espero que tenham muita sorte e que continuem, nunca desistam.. Força.
Finalmente alguem a esplorar nessa rica tematica
Mas o que eu queria era um bom FPS no ultramar Português estilo Battlefield , mas nao á dinheiro para isso. , quem sabe um dia mais tarde
Mas esse jogo ja é um começo
Qual é o sentido da carta que o soldado pede à enfermeira para escreve para os pais estar em inglês ?
Sendo que muito provavelmente os pais dele nem inglês sabem.
Tal e qual os jogos da 2ª Grande Guerra, onde os textos dos soldados Nazis estão escritos em inglês…
É o marketing global…
Uma temática quase desconhecida de grande parte dos potenciais jogadores, mas que, sendo uma parte tão pesada da nossa história recente, deve ser “explorada” e divulgada.
Grande iniciativa. Força, continuem o trabalho aqui alinhavado.
Já sei quem NÃO vai jogar este jogo : Joacine Katar Moreira HA HA HA HA