Samsung apresenta dispositivo para combater a calvície e queda de cabelo

Geroge Orwell says:

Se existem indivíduo com fraca auto-estima derivada do seu sentir em relação à calvície, tenho para mim que o mesmo sofre de um transtorno obsessivo mais grave que a calvície em si.
Na verdade, um individuo vale muito mais por aquilo que tem dentro da cabeça do que aquilo que tem fora, além de definir-se pelo somatório dos seus pensamentos e acções e não pela exuberância capilar. Se assim não fosse teríamos que concordar em dar prevalência ao chimpanzé como o ideal estético do humano.

Mesmo em termos de beleza física, escreveu o recentemente falecido divulgador científico Eduard Punset, logo no primeiro capitulo do seu livro “Frente a Frente com a Vida, a Mente e o Universo” (título da tradução portuguesa), que o critério mais próximo do científico para a definição de beleza é a simetria corporal e particularmente a simetria do rosto, logo, um calvo pode ostentar tanta simetria quanto um copioso capiloso.

Como que a provar isso mesmo, o actor actualmente mais bem pago em Hollywwod é Wayne Johnson (Jumanji) , o qual não prima pela exuberância capilar, mas antes dele tinham feito história Yul Breyner (Os Dez Mandamentos ) e Telly Savalas (Kojack), respectivamente no cinema e TV, ambos sem um fio de cabelo visível, embora dotados de grandes madeixas de talento. Muitos outros, tal como o igualmente bem pago actor Vin Diesel ( Velocidade Furiosa ), preferem o corte com a “máquina zero”, o que convenhamos, faz com que Diesel contribua com menos CO2 para a atmosfera ao dispensar shampoos, sprays, etc.

O hedonismo e as concepções utilitaristas muito difundidas pelos “media” podem desviar a mente para a aparência física, valor estético sempre subjectivo e efémero condenado que é pelo decurso do tempo. Se estas concepções utilitaristas em que o prazer é fonte de toda a felicidade fossem um fundamento razoável de uma moralidade assente num princípio de pretenso máximo bem estar no confronto entre prazer e dor, então teríamos de concluir que a sociedade perfeita seria algo como uma pocilga de suínos no qual uma vara destes anafados animais festejaria sem parar, “la grande bouffe” em alarves grunhidos degustando apetitosas larvas, na chafurda da lama numa esplendorosa e muito roçada noite quente de verão, ou seja, em moral utilitarista o porco batia o ser humano folgadamente e em alegres folguedos.

Há pois muito mais vida para além da efémera aparência física e, caro leitor, tenha sempre em conta que uma cicatriz emocional decorrente de um defeito físico é, muitas vezes, mais difícil de sarar que a cicatriz física. Tudo depende do que está dentro da cabeça e não dos fios de cabelo que caiam ao chão, aliás, a única realidade capaz de travar a queda do cabelo é justamente …. o chão. É que alguns capachos utilizados na cabeça para simular uma pilosidade inexistente parecem uma pior emenda que o soneto.