Marte: Tempestades descontroladas de poeira cobrem todo o planeta numa névoa
A metrologia de Marte tem revelado alguns factos muito interessantes. As tempestades de poeira são comuns no planeta vermelho. Contudo, mais ou menos a cada década, acontece algo imprevisível. Ocorrem uma série de tempestades descontroladas, cobrindo todo o planeta numa névoa empoeirada.
O aspeto marciano transfigura-se, é uma esfera baça de pó.
Marte "veste" uma capa de poeira de vez em quando
Foi no encerramento da missão o rover Opportunity da NASA, no passado ano, que se assistiu a uma visão detalhada do ciclo de vida da tempestade global de poeira. No entanto, esses dados ainda estão a ser processados.
Entretanto, foram publicados dois artigos científicos que lançam uma nova luz sobre um fenómeno observado dentro da tempestade. Nomeadamente, torres de poeira ou nuvens de poeira concentrada que aquecem à luz do Sol e se elevam no ar.
Os cientistas pensam que o vapor de água preso na poeira pode estar a elevar-se com ela para o espaço. Lugar onde a radiação solar quebra as suas moléculas. Isto pode ajudar a explicar como a água de Marte desapareceu ao longo de milhares de milhões de anos.
As torres de poeira são nuvens massivas. Tornam-se rodopiantes e mais densas o que as faz subir muito mais alto do que a poeira de fundo normal na fina atmosfera marciana. Embora também ocorram em condições normais, as torres parecem formar-se em maior número durante tempestades globais.
Mantos de poeira com 80 quilómetros de altura
Uma torre começa à superfície do planeta como uma área de poeira relativamente elevada, tendo dezenas de quilómetros de largura. Quando uma torre atinge uma altura de 80 quilómetros, pode ter várias centenas de quilómetros de largura. Aliás, tal como foi observado na tempestade global de poeira de 2018.
À medida que a torre decai, pode formar uma camada de poeira 56 quilómetros acima da superfície com milhares de quilómetros de comprimento.
As descobertas mais recentes sobre as torres de poeira surgem da sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) da NASA. Liderada pelo JPL em Pasadena, no estado norte-americano da Califórnia.
Embora as tempestades de poeira globais cubram a superfície do planeta, a MRO pode usar o seu instrumento MCS (Mars Climate Sounder) com deteção de calor para espiar através da neblina. O instrumento foi construído especificamente para medir os níveis de poeira. Os seus dados, juntamente com imagens de uma câmara a bordo do orbitador chamada MARCI (Mars Context Imager), permitiram aos cientistas detetar inúmeras torres "inchadas" de poeira.
Como é que Marte perdeu a sua água?
As torres de poeira aparecem durante todo o ano marciano, mas a MRO observou algo diferente durante a tempestade de poeira global de 2018.
Normalmente, a poeira cai num dia ou mais, mas durante uma tempestade global, as torres de poeira são renovadas continuamente durante semanas. Em alguns casos foram vistas várias torres durante três semanas e meia.
Referiu o autor principal do artigo, Nicholas Heavens da Universidade Hampton, no estado norte-americano da Virgínia.
O ritmo da atividade da poeira surpreendeu Heavens e outros cientistas. Mas, especialmente intrigante, é a possibilidade de as torres de poeira agirem como "elevadores espaciais" para outros materiais. Transportando-os assim pela atmosfera. Quando a poeira transportada pelo ar aquece, cria correntes de ar que transportam gases, incluindo a pequena quantidade de vapor de água às vezes vista como nuvens finas em Marte.
Poeiras "lançam" a água do planeta para o Espaço
Um artigo anterior liderado por Heavens mostrou que, durante uma tempestade global de poeira em 2007, as moléculas de água foram lançadas para a atmosfera superior onde a radiação solar pode decompô-las em partículas que escapam para o espaço. Isto pode ser uma pista de como o Planeta Vermelho perdeu os seus lagos e rios ao longo de milhares de milhões de anos, tornando-se no deserto gelado que é hoje.
Os cientistas não sabem dizer com certeza o que provoca as tempestades globais de poeira; estudaram menos de uma dúzia até agora.
As tempestades globais de poeira são realmente invulgares. Não temos realmente nada parecido com isto na Terra, onde o clima do planeta inteiro muda durante vários meses.
Explicou o cientista do instrumento MCS, David Kass, no JPL.
Com tempo e mais dados, a equipa da MRO espera entender melhor as torres de poeira criadas nas tempestades globais e que papel podem desempenhar na remoção de água da atmosfera do Planeta Vermelho.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: NASA
Fonte: CCVAlg
Neste artigo: água, espaço, Mars Reconnaissance Orbiter, Marte, opportunity, poeira
Metrologia é uma ciência, mas a ciência que fala no artigo é outra e tem a ver mais com o tempo, não tanto o como medir.
É o aquecimento global de lá!
Então é por isso que o Musk quer ir pra lá – ficar sepultado na poeira de 80km
O Vítor M. não sabe a diferença entre metrologia e meteorologia 🙂
E então os burros ainda querem ir para Marte??Daqui ninguém sai para ir viver para outro lado. aqui nascem e aqui morrem. Entretanto vão gastando milhões, em vez de aplicarem esses milhões para resolver alguns problemas bem aqui na Terra. Tempo não existe, a não ser aqui na Terra, assim fora daqui, tudo sempre existiu, e não houve qualquer Big Bang, Principio e fim também é só aqui na Terra.
Teoria pouco interessante e sem qualquer fundamento.
A sério, há quem se chatei por isto???