Deve ou não sentar-se nas sanitas públicas? A ciência responde
A utilização de uma casa de banho pública é, para muitos, uma fonte de ansiedade, especialmente quando a sua higiene é questionável. No entanto, a ciência ajuda a desmistificar os verdadeiros perigos e a focar a nossa atenção nos cuidados que são realmente essenciais.
O ecossistema microbiano de uma casa de banho pública
Um adulto saudável produz, em média, mais de um litro de urina e cerca de 100 gramas de fezes por dia. Estes excrementos transportam naturalmente bactérias e vírus que, inevitavelmente, acabam na sanita. Em casos de problemas gastrointestinais, como diarreia, a libertação de micróbios nocivos pode ser ainda maior.
Isto transforma as casas de banho públicas, sobretudo as de grande afluência e com limpeza pouco frequente, num autêntico "caldo microbiano". Nas tampas de sanita e superfícies adjacentes, é possível encontrar uma vasta gama de microrganismos, incluindo:
- Micróbios de origem intestinal: bactérias como E. coli, Klebsiella e Enterococcus, e vírus como o norovírus e o rotavírus, capazes de causar gastroenterites agudas.
- Micróbios cutâneos: bactérias como a Staphylococcus aureus (incluindo estirpes multirresistentes) e outras como Pseudomonas e Acinetobacter, que podem originar infeções de pele.
- Parasitas: ovos de parasitas intestinais e protozoários que são libertados nas fezes e podem causar dores abdominais.
Adicionalmente, forma-se o chamado biofilme, uma comunidade complexa de micróbios que adere e se desenvolve sob o rebordo das sanitas e noutras superfícies húmidas.
A tampa da sanita é realmente a maior vilã?
Surpreendentemente, não. Um estudo recente demonstrou que as tampas das sanitas públicas apresentam, muitas vezes, uma contaminação microbiana inferior à de outras superfícies, como os puxadores das portas, as torneiras e os botões dos autoclismos. Estas áreas são tocadas constantemente, frequentemente com as mãos ainda por lavar.
O principal problema não reside no ato de se sentar, mas sim no que acontece ao acionar o autoclismo. A descarga da sanita, especialmente sem a tampa fechada, cria um fenómeno conhecido como "aerossol sanitário". Este jato de gotículas microscópicas pode projetar bactérias e vírus da sanita até uma distância de dois metros no ar.
Os secadores de mãos a jato de ar também podem agravar a situação. Se a lavagem das mãos não for eficaz, o secador pode dispersar os micróbios restantes pela pessoa, por outros utilizadores e por toda a casa de banho.
A transmissão de germes numa casa de banho pública pode acontecer de várias formas:
- Contacto direto: sentar-se numa sanita contaminada ou tocar em superfícies como puxadores e torneiras. Uma pele saudável é uma excelente barreira, mas qualquer corte ou ferida constitui uma porta de entrada para os germes.
- Via mão-boca: tocar nos olhos, nariz, boca ou em alimentos após usar a casa de banho e antes de lavar as mãos.
- Inalação: em espaços pequenos e com pouca ventilação, é possível inalar as partículas microscópicas libertadas pelo aerossol sanitário.
- Salpicos de água: mesmo após várias descargas, os germes podem permanecer na água da sanita e causar contaminação através de salpicos.
Algumas medidas práticas para se proteger
Para minimizar os riscos, adote algumas precauções simples:
- Use coberturas de sanita: se disponíveis, utilize-as.
- Em alternativa, pode forrar a tampa com papel higiénico.
- Feche a tampa antes da descarga: se a sanita tiver tampa, feche-a sempre antes de acionar o autoclismo para conter o aerossol sanitário.
- Lave as mãos corretamente: a higiene das mãos é fundamental. Utilize água e sabão e esfregue durante, pelo menos, 20 segundos.
- Tenha um plano B: leve consigo um desinfetante para as mãos à base de álcool para usar caso não haja sabão disponível.
- Prefira papel ao secador: se possível, seque as mãos com toalhetes de papel em vez de usar os secadores de ar.
- Mantenha o telemóvel guardado: os telemóveis são um íman para bactérias. Evite usá-los dentro da casa de banho e desinfete-os regularmente.
Resumidamente, para a maioria das pessoas saudáveis, o risco de contrair uma infeção por se sentar numa sanita pública é baixo. A principal ameaça não vem do contacto direto da pele com a tampa, mas sim de mãos mal lavadas, superfícies contaminadas e aerossóis.
Em vez de se preocupar excessivamente em sentar-se, concentre-se em manter uma higiene rigorosa.
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em suma, só usar wcs publicas para nº 1
O melhor é uma sanita de compostagem à base de micélio.
Não precisa de água, é até mais ecológica que as japonesas.
Há umas décadas atrás, os canhotos passavam um mau bocado, queriam à viva força convertê-los em direitos. Ia desde comprar uma pulseira de ouro para usar no pulso direito a proibi-los de escrever com a mão esquerda. Conheci um infeliz com uma letra completamente horrível por causa disso.
A mão esquerda era a “mão feia/suja” (impura) e a direita a “mão bonita/limpa” (pura). Não é invenção, isto tem origem na tradição de povos semitas e da Índia, a mão esquerda era a usada para a higiene pessoal e a direta para atos nobres, como cumprimentar ou comer. Isto mantém-se em muita culturas. Convém que os canhotos se habituem a cumprimentar com a mão direita 🙂
No resto, já ninguém os impede de escrever com a mão esquerda … a borrar a tinta ao passar a mão por cima.
marrocos, india, Medio Oriente, entre outros povos, procuro não cumprimentar, essa cena da higiene com as mãos é tudo menos higiénico
Papel higiénico pode não haver, mas costuma haver uma lata de água para lavar a mão (esquerda).
O sonho de qualquer ocidental
Se usares casas de banho públicas cá em Portugal, podes reparar (discretamente 🙂 que a maior parte dos homens não lava as mãos ….
(nas casas de banho das senhoras não faço ideia)
Fala-me mais sobre isso
Pois, pensa melhor, porque em Portugal é igual!
A maioria dos “machões” nunca lava as mãos após usar o “instrumento”.
Deve ser para passar o odor como os canídeos.
Olha que em Marrocos, e na maior parte dos países árabes, eles têm um pequeno “chuveiro” disponível junto das sanitas.
Por isso, podem nem usar papel (logo as mãos) para se limparem, e também permite fazer uma melhor limpeza da sanita, com o jacto de água proveniente desse “chuveiro”.
Quando não havia o duche higiénico na sanita (e agora quando não há, como em quase toda a Índia) – Papel higiénico pode não haver, mas costuma haver uma lata de água para lavar a mão (esquerda).
quem escreve com a mão esquerda sabe bem como não borras a tinta ao passar a mão por cima. tenho uma filha que escreve com a mão esquerda (e ainda não sabes escrever) e já descobriu sózinha como o fazer
Pois, em tempos, não há tantas décadas assim, na escola era terminantemente proibido escrever com a mão esquerda. Até chegavam a amarrar o braço atrás das costas.
Mas sim, é muito engraçado de ver como é que os canhotos colocam o papel e posicionam a mão para não passar a mão por cima do que está atrás.
Fazer no pinhal.
Basta usar máscara nos lavabos
Encomendam comida pela Bolt, Uber, etc?? distribuídas por aquele pessoal?
Vem em sacos fechados, pior é de onde encomendaste
onde chega a xenofobia…
Sentar-se até mesmo nas sanitas de casa, pode sim trazer sérios riscos a saúde, principalmente infecções urinárias.
No caso de mulheres, independentemente de defecar ou urinar, respingos de água contida no vaso, pode contaminar a vagina, com bactérias extremamente perigosas.
E no caso de homens, ao defecar, a depender do tamanho do pênis que normalmente encosta na sanita… Possa ser que bactérias também extremamente perigosas, adentrem pelo orifício do pênis, causando assim, sérias infecções.
No caso de sanitas públicas, a coisa fica muito mais séria.
Nome dos virus checks out com o tema discutido.
Honestamente, vão lá cima ver o nome dos vírus e o contexto, alguns são hilariantes 😀