Tecnologia “Made in Portugal” poderá revolucionar o tratamento de Alzheimer
Por continuar a ser a forma mais comum de demência, globalmente, a investigação em torno da doença de Alzheimer não abranda. Na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), tem sido desenvolvida uma tecnologia que poderá ser particularmente interessante para o tratamento de perturbações do sistema nervoso central.
As investigadoras da FEUP Joana Loureiro e Maria do Carmo Pereira estão a desenvolver uma tecnologia baseada em nanopartículas para transportar fármacos diretamente para o cérebro.
Esta abordagem é particularmente interessante para o tratamento de perturbações do sistema nervoso central, pois permite a entrega de fármacos nas regiões afetadas, maximizando os efeitos terapêuticos e minimizando os efeitos secundários.
Na opinião de Joana Loureiro, esta tecnologia poderá significar "um avanço no tratamento de doenças neurológicas, tais como Alzheimer, Parkinson e cancros cerebrais, onde as opções de tratamento são limitadas pela incapacidade de se conseguir uma entrega eficiente de medicamentos no cérebro".
Estas nanopartículas são modificadas com moléculas específicas que têm uma afinidade natural com os recetores cerebrais.
Além disso, apresentam moléculas que induzem a permeabilidade celular, fazendo com que possam atravessar a barreira hematoencefálica (BHE) - uma membrana protetora seletiva que normalmente bloqueia a entrada da maioria das substâncias no cérebro.
Explicou a investigadora e professora do Departamento de Engenharia Mecânica da FEUP, acrescentando que os próximos passos "envolvem a construção de uma estratégia de financiamento robusta para garantir o capital necessário para mais investigação e desenvolvimento (I&D)".
A par dos prémios e distinções que têm recebido ao longo dos últimos anos pela investigação promissora, Joana Loureiro e Maria do Carmo Pereira criaram uma startup, a BNanoTech. Esta recebeu o primeiro investimento da XTX Ventures, no valor de 120 mil euros, confirmando o potencial disruptivo da investigação e de modo a acelerar o seu desenvolvimento.
Segundo a Universidade do Porto, o potencial da tecnologia tem sido comprovado em sessões que, entretanto, aconteceram em Londres, em junho e novembro de 2024.
A recetividade dos investidores tem permitido avançar dentro do programa de empreendedorismo tecnológico da Conception X, uma empresa londrina que aposta fortemente no talento de doutorandos que procuram soluções para os problemas que afetam grande parte dos setores de atividade das nossas sociedades.
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Fonte: Universidade do Porto
Neste artigo: alzheimer, Doença de Alzheimer, feup
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