Bilionários da tecnologia reforçam apoio a Trump: o que está em causa?
Depois de Elon Musk e Peter Thiel, conta que também Tim Cook, CEO da Apple, se queixou a Donald Trump sobre a apertada legislação europeia para o setor. O que pode significar o apoio de todos estes magnatas ao candidato republicano nas eleições presidenciais norte-americanas?
UE faz bullying com empresas americanas?
Nos últimos anos, uma tendência surpreendente tem emergido no cenário político dos Estados Unidos: o crescente apoio de bilionários da área tecnológica a Donald Trump. Embora Trump, como figura política, tenha sido amplamente associado ao conservadorismo e ao populismo, muitos líderes de empresas tecnológicas, tradicionalmente vistos como progressistas, começaram a manifestar um apoio mais ou menos explícito ao ex-presidente.
Segundo notícias recentes, Tim Cook, CEO da Apple, terá telefonado a Trump a queixar-se das severas regras que a União Europeia tem aplicado aos gigantes tecnológicos. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, deixou de financiar o Partido Democrata, para onde sempre canalizou donativos nas últimas eleições. Isto já para não falar de Elon Musk, que está a fazer campanha no terreno pelo candidato Republicano.
Estes apoios levantam questões interessantes, particularmente numa altura em que várias empresas de tecnologia enfrentam desafios significativos e onde a regulamentação e o escrutínio sobre as suas práticas têm aumentado de forma dramática.
O apoio tecnológico a Trump
Entre os bilionários que têm expressado diretamente apoio ou alinhamento com Donald Trump destacam-se figuras como Peter Thiel, cofundador do PayPal e um dos primeiros investidores do Facebook, e Elon Musk, o magnata por detrás da Tesla e da SpaceX.
Peter Thiel tem sido um dos mais ativos defensores de Trump no setor tecnológico, tendo, inclusivamente, participado na campanha presidencial de 2016 e falado na Convenção Nacional Republicana desse ano. Segundo diz, as políticas de Trump, particularmente em áreas como o combate à regulamentação excessiva e a defesa da liberdade de expressão, são benéficas para a inovação tecnológica.
Elon Musk, por sua vez, foi mais longe e, por estes dias, anda pelas ruas da Pensilvânia (um dos estados mais importantes nesta eleição) a fazer campanha por Donald Trump. Até já ofereceu dinheiro (100 dólares) a quem se registe e vote nestas eleições.
Musk tem assumido posições que se alinham com o pensamento conservador de Trump, sobretudo no que diz respeito à liberdade de expressão e à oposição ao que Musk chama de “censura” nas redes sociais. Desde a compra do Twitter por Musk em 2022, rebatizado como X, Musk tem promovido uma plataforma com menos moderação de conteúdo, refletindo a retórica trumpista de defesa de uma liberdade de expressão sem restrições.
Estes magnatas defendem que as políticas de Trump, especialmente a desregulamentação, são vitais para que as empresas tecnológicas continuem a inovar e crescer. Muitos dos apoiantes do ex-presidente agora candidato acreditam que os avanços tecnológicos podem ser inibidos por regulamentações excessivas, principalmente aquelas relacionadas com privacidade, concorrência e censura nas redes sociais.
Desafios na Europa
Enquanto alguns bilionários tecnológicos apoiam as políticas de Trump, as empresas que lideram enfrentam um cenário bastante diferente na Europa. Nos últimos anos, a União Europeia tem adotado uma postura cada vez mais rigorosa em relação às grandes empresas tecnológicas, em especial às chamadas "Big Tech", empresas como a Meta (anteriormente Facebook), Google, Amazon, Apple e a Microsoft.
A Europa tem-se focado em regulamentar estas empresas em três áreas principais: privacidade de dados, práticas antimonopólio e moderação de conteúdo.
- Privacidade de dados: Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD): o RGPD, aplicável desde 2018, é uma das regulamentações mais restritivas do mundo em termos de proteção de dados pessoais. Este documento colocou grandes desafios às empresas tecnológicas, exigindo um maior controlo sobre os dados dos utilizadores e impondo pesadas multas por incumprimento. Empresas como o Google e a Meta já enfrentaram multas de milhões de euros por violarem o RGPD. A recolha e uso de dados, que são fundamentais para os modelos de negócio de muitas destas empresas, tornaram-se mais complexos e onerosos na Europa devido a estas novas leis.
- Práticas antimonopólio: as empresas tecnológicas também estão sob escrutínio por práticas anticompetitivas. A União Europeia tem movido várias ações legais, alegando que abusam da sua posição dominante para esmagar concorrentes mais pequenos. A Google, por exemplo, foi multada várias vezes pela UE por práticas que favoreciam os seus próprios serviços nos resultados de pesquisa, prejudicando concorrentes. Este tipo de investigação e aplicação de multas pode resultar em mudanças significativas na forma como as empresas operam no mercado europeu.
- Moderação de conteúdo e desinformação: A UE também tem pressionado as empresas tecnológicas a serem mais proativas na moderação de conteúdos, especialmente em questões relacionadas com desinformação e discursos de ódio. Com a aprovação do Digital Services Act (Lei dos Serviços Digitais), a Europa exigirá mais transparência e responsabilidade nas plataformas digitais, obrigando-as a moderar ativamente conteúdos nocivos. Esta abordagem contrasta fortemente com a visão defendida por Musk e outros apoiantes de Trump, que são a favor de uma moderação mais limitada, invocando a liberdade de expressão.
Desregulamentação e controlo
No fundo, este apoio de bilionários da tecnologia a Trump reflete um desejo por menos regulamentação e mais liberdade de operação, especialmente em questões relacionadas com inovação e liberdade de expressão. No entanto, à medida que a Europa endurece as suas leis, estas empresas enfrentam um dilema: adaptar-se aos regulamentos europeus ou arriscar perder o acesso a um dos maiores mercados do mundo.
Por um lado, Trump e os seus apoiantes dentro da indústria tecnológica promovem uma visão de liberdade total para inovar e operar. Por outro lado, a Europa está a tentar proteger os direitos dos consumidores e a garantir que a concorrência seja justa. Este choque de visões coloca as grandes empresas tecnológicas numa posição complexa, forçando-as a equilibrar as pressões dos diferentes sistemas políticos e regulamentares.
Mas a verdade é que o equilíbrio entre liberdade de inovação e o cumprimento de normas cada vez mais rigorosas será um dos maiores desafios para a Big Tech nos próximos anos, especialmente no que toca à sua presença no mercado europeu.
É mais que óbvio que as políticas de Biden são um completo desastre a todos os níveis
Sim, pq as trumpalhadas são de um inteligencia einsteinesca!
Facto #1 – todos os millionarios só querem saber de 1 coisa: serem mais ricos do que já o são! E se o Trump permitir com que eles possam passar a bilionários ou mesmo trilhonários, eles farão de tudo para o ajudar, a beneficio deles!
Ah sim… Só os milionários.
Os pobres querem continuar pobres.
E os pobres só querem continuar pobres, e votam para isso.
100% de razão
Pior que as politicas de Biden é a evolução ideologica para o extremismo de esquerda do Partido Democrata. Basta ver o que fizeram ás universidades que controlam e como destruíram as Humanidades.
Estes bilionários sauditas pensam que a Europa é a Arábia Saudita e outros “vendidos”, mas enganam-se. Mais depressa desistimos de googles e outras patetices americanas do que eles pensam. O problema é que depois vamos ter Russias e Chinas a dizer que nos avisaram e tal LOL
Mas 1 conselho que dou a todos aqui e ali é comecem seriamente a pensar em distanciarem-se ou desprenderem-se das redes sociais americanas, googles, apples e companhia e já vão tarde porque imaginem que o Trump ganha e que abre esta guerra económica com a Europa que depressa passa a militar o que é que vocês acham que eles fazem com a quantidade exorbitante de dados que a google, facebook, twitter, “X”, instagram e apple tem dos europeus?
Até mete medo!!!
É mais que óbvio que os EUA não têm como proteger as suas empresas fora das suas fronteiras. Também é óbvio que estas estão estão a perder dinheiro quando as chinesas e europeias vendem mais barato com lucro ainda por cima.
RIP: Tesla, Apple, SpaceX, X, Facebook e Instagram
Não tem não, acreditas mesmo nisso?
O Biden é que andou a dormir já nem Israel o respeita, se o Trump chegar lá a Europa baixa as calças como tem feito ao longo de décadas.
Mark Zuckerberg depois de ver a merd@ que fez ao banir o Trump acha que deixar de donativos ao partido do Biden chega para cair nas boas graças do Trump? Pois está bem enganado o Trump não esquece!
Quanto a UE meteram-se a jeito em depender muito da América a dizer amém a tudo, agora quero ver como vai ser…
Chamaste a atenção para a frase do post: “Mark Zuckerberg, CEO da Meta, deixou de financiar o Partido Democrata, para onde sempre canalizou donativos nas últimas eleições.”
Isso não aconteceu. Nas eleições anteriores, Zuckerberg doou mais de 400 milhões de dólares para melhorar o acesso ao voto nos EUA, como o voto postal – e foi acusado pelos republicanos de, como isso, ter dado a vitória a Biden.
O que que Zuckerberg disse no seguimento é que não apoiaria mais esforços eleitorais após ser atacado pelos republicanos, que argumentaram que os fundos, ironicamente chamados de “Zuckerbucks”, ajudaram Biden a vencer em estados-chave.
“Eu sei que algumas pessoas acreditam que esse trabalho beneficiou um partido em detrimento do outro,” escreveu ele. “O meu objetivo é ser neutro e não desempenhar um papel de um lado ou de outro — ou mesmo parecer estar a desempenhar um papel. Portanto, não planeio fazer uma contribuição semelhante neste ciclo.”
Ói … “Bilionários da tecnologia reforçam apoio a Trump: Elon Musk e Peter Thiel” e “também Tim Cook, CEO da Apple, se queixou a Donald Trump sobre a apertada legislação europeia para o setor”.
Mas Tim Cook declarou o apoio a Trump, como fizeram Musk e Thiel? Não … mas telefonou-lhe a queixar-se da legislação europeia, pelo que conta Trump …
Resumindo, os bilionários tecnológicos que apoiam Trump ao todo são dois e um telefonou-lhe, coma as mesmas queixas que apresentou a Biden e a Harris (foram largas dezenas as reuniões realizadas na Casa Branca com responsáveis da Apple durante o mandato de Biden).
Mas há um detalhe esquisito no podcast em que aparece Trump a referir-se a Cook – sabe-se quando foi transmitido, agora, mas não é dito quando foi gravado. Há uns meses era uma coisa, agora parece um apoio como sugere Trump. Há dias também se saiu numa entrevista com um telefonema para Sundar Pichai, da Google, mas meteu os pés pela mãos. E que em julho falou várias vezes ao telefone com Zuckerberg. Nem Zuckerberg, nem PIchai, nem Cook disseram nada em apoio de Trump.
A Forbes, há três dias, escreveu que um total de 76 bilionários [61%] (pelo menos) estão a apoiar Harris e que um total de 49 bilionários [39%] foram identificados como apoiantes de Trump. Se quiserem saber quais são:
https://www.forbespt.com/que-bilionarios-estao-a-apoiar-kamala-harris-e-donald-trump/
Só há uma maneira de travar o Trump, é a Europa cortar o cordão umbilical com os EUA, e produzir os seus próprios Facesbooks, Youtubs, iphones, Teslas, etc!
Lol, já nem conseguem vender os próprios carros!
” menos regulamentação e mais liberdade de operação, especialmente em questões relacionadas com inovação e liberdade de expressão.”
Vamos lá analisar isto….
– menos regulamentação –> aumentar o poder económico com politicas de dominio de mercado, é o que a Google anda a fazer há anos e que a UE anda a querer travar. Mas como 90% das grandes empresas tecnológicas são americanas, e o poder económico deles com o apoio da Casa Branca é muito superior ao da UE, nada resulta!
– mais liberdade de operação –> “vamos lá acabar com a concorrencia, dominar os mercados, comprar os melhores e mais caros advogados do mundo, pagar lóbistas sem limites orçamentais, e fazer o que bem nos der na real gana!”. Resumidamente, tem de haver leis que lhes permitam fazer o que bem entenderem!
– inovação –> regulamenter a IA?! nem pensar!
– liberdade de expressão –> nos ultimos anos, a liberdade de expressaão tem-se resumido a fake news, dar voz aos estupidos, aumento de de conspirações, rednecks vestidos de peles de bisonte e cabeça com chifres a rebentar com Congressos, idiotas a tentar escalar paredes quando as escadas estão mesmo ao lado! Há agora 33 diferentes tipos de generos! 33!!! O wokismo veio permitir ao filho do vizinho acha que é um gato (deveria ser capado como todos os gatos e comer ratos!) e ainda que sendo uma minoria, o wokismo obriga as maiorias a aceitar! As redes sociais vieram dar a voz aos estupidos que estavam caladinhos no seu cantinho. Antes disso, o mundo era bem mais seguro….
Sou totalmente a favor do capitalismo e das grandes empresas. Mas há limites para tudo! Se estas grandes empresas, que já dominam as comunicações em todo o mundo, com o seu poderio económico pretenderem fazer o que bem quiserem colocando um republicano que, diga-se, até uma parte dos republicanos o repudiam, só podemos ter a certeza que muito pior estará para vi!
Excelente artigo, imparcial.
Redes sociais sem regulamentação é o fim da humanidade.