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Qualcomm e Intel pressionam os EUA para reatar relações com a Huawei

Após a ordem executiva assinada por Donald Trump no último mês, as grandes empresas norte-americanas cessaram as relações comerciais com a Huawei. No entanto, está formado um novo lobby, ou grupo de pressão, liderado pela Qualcomm e Intel para que os EUA reatem relações com a fabricante de smartphones Android.

Mas este bloqueio à Huawei poderá não ser assim tão boa ideia…


A Intel e a Qualcomm querem reatar relações com a Huawei

Alguns executivos das principais empresas norte-americanas dedicadas à produção de chips e semicondutores como a Intel e a Xilinx Inc reuniram no final de maio com os representantes do Departamento de Comércio dos EUA.

Em cima da mesa esteve, sobretudo, o bloqueio imposto à fabricante de smartphones Android sediada na China. Ainda de acordo com a mesma fonte, as partes queriam debater a colocação da empresa chinesa na lista negra do país. Foi uma resposta rápida às primeiras repercussões da decisão na indústria.

Vemos assim as mesmas empresas que rapidamente acataram a ordem executiva de Trump, a reconsiderar a decisão. Aliás, isto mesmo já havia sido professado pela Huawei quando, numa primeira fase, tentou desvalorizar o impacto das sanções aplicadas pelos EUA. Algo que agora também assumiu novos contornos.

 

Agora, o novo lobby visa pressionar a administração dos EUA a levantar a “cortina de silício” que divide a China e os EUA. Em causa estão os interesses económicos da Intel, Qualcomm, bem como grande parte de Silicon Valley. Todas estas entidades têm algo a perder com o bloqueio comercial.

Uma nova esperança para a fabricante de smartphones Android

O melhor desfecho possível para a Huawei, ainda que já não seja isento de sequelas, seria uma postura mais branda por parte dos EUA. A nação acusa a fabricante chinesa de ser um risco para a segurança nacional do país. Acusa-a de colaborar com o governo da China no acesso às informações dos consumidores.

Assim, um mês após a tinta ter secado na ordem assinada por Trump, vemos um lobby discreto a ser formado nos EUA. Já para entendermos o porquê deste desenvolvimento, temos que atentar no relatório fiscal da Huawei. Aí, vemos que em 2018 a tecnológica gastou 11 mil milhões de dólares com empresas americanas.

Vemos também o SCMP a avançar a mesma notícia. Por sua vez, referindo o grande volume de negócios encetado por ambas as empresas. Mais concretamente, com a Intel e a Qualcomm a perderem uma enorme parceria de negócios face à decisão de a colocar na lista negra dos EUA.

Qualcomm e Intel pedem uma isenção parcial à Huawei

Ambas as empresas pedem que “as tecnologias que não representem um risco para a segurança nacional usufruam de uma isenção“. Desse modo, poderiam continuar a negociar com a empresa, ou por outras palavras, a Qualcomm quer continuar a vender os seus chips e soluções à Huawei.

É um cenário possível, sobretudo se tivermos em consideração que o principal potencial de risco assenta nos equipamentos para redes 5G da Huawei. Ora, os seus smartphones Android facilmente se enquadrariam nos equipamentos excluídos desta lista de “tecnologias de risco”, beneficiando assim as relações comerciais.

O mesmo cenário se aplicaria à Intel e a sua atual relação com a Huawei. Já, no que lhe concerne, a Google tomou uma postura comedida. Com efeito, a tecnológica expressou a sua vontade em continuar a trabalhar com a Huawei. No entanto, a motivação apresentada não foi propriamente benévola para com a tecnológica.

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A saber, a Google quer continuar a providenciar o sistema Android para que a Huawei “não tenha que implementar uma alternativa insegura a esse mesmo sistema operativo“. Seja como for, há pouco interesse por parte das empresas norte-americanas em perder uma parceria desta dimensão.

Que desfecho terá esta guerra comercial?

Em síntese, para a Intel e Qualcomm é uma considerável perda de receitas. Já para a Google, seria uma potencial rival, além de uma parceria perdida. Resta agora saber se Donald Trump dará ouvidos aos clamores do setor empresarial. Entretanto, estaremos atentos a qualquer desenvolvimento.

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