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Huawei: a queda anunciada que pode arrastar o mercado de smartphones

Os desaires da Huawei podem afetar todo o mercado de smartphones e provocar mais um ano de contração no volume de vendas. Segundo os dados da agência Canalys, ainda que a Samsung, Apple e Xiaomi venham a repartir entre si uma boa fatia outrora pertencente à Huawei, o mercado, como um todo, ficará mais pobre.

Embora a própria Huawei já admita uma queda nos próximos trimestres, pode não ser a única a derrapar!


Fruto da desgastante guerra económica entre os Estados Unidos da América e a China, assunto inegavelmente exaustivo, as consequências de tal já se fazem sentir a vários níveis. A primeira das quais, sendo o medo que já grassa entre os consumidores para com os smartphones Android desta empresa, mas há mais riscos latentes.

Samsung, Apple e Xiaomi vão crescer

Enquanto isso, o mercado deverá contrair. Estas são as primeiras previsões apontadas pela agência de análise de mercado. Embora a Huawei seja a principal visada, as ondas de medo têm um enorme potencial para desacelerar o mercado dos smartphones, tudo isto desde a ordem executiva assinada por Trump a 15 de maio.

Anteriormente, vimos também a fabricante Huawei a reajustar as suas previsões de crescimento. Ainda que a meta anterior fosse ultrapassagem a Samsung até ao final de 2019, ou em 2020, o objetivo acaba agora por ser adiado por tempo indefinido. Para Canalys, reina agora a incerteza em todo o mercado mobile.

Ainda que seja impossível prever com exatidão o comportamento do mercado e dos consumidores, a Canalys já delineou as suas previsões. Nesse sentido, vemos um prognóstico novamente negativo para o ano de 2019, com a recuperação a ocorrer apenas em 2020. Entretanto, o mercado de smartphones cairá 3,1%.

A incerteza em torno dos smartphones Huawei

O mesmo pode ser dito quanto às consequências a longo prazo para todo o mercado de smartphones. Ainda assim, a Canalys é veemente no seu prognóstico negativo, esperando novos desenvolvimentos infelizes, não só para a Huawei. Entretanto, o mercado deverá contrair e voltarão a vender-se menos dispositivos móveis.

É uma tendência alarmante para um mercado que até há bem poucos anos vinha a crescer ininterruptamente desde os primórdios do telemóvel inteligente. Daqui em diante, existem boas notícias para a Samsung, Apple e Xiaomi, três fabricantes agora livres. Três empresas que aproveitarão o infortúnio da chinesa Huawei.

O mercado, como um todo, começou a abrandar já em finais de 2017. Contudo, seria em 2018 que o abrandamento foi mais significativo. Para tal, várias agências de análise de mercado apontaram uma miríade de razões, salientando-se, sobretudo, a falta de inovação. O repetir de uma fórmula, ano após ano.

Nem o 5G, nem os smartphones dobráveis…

Foram colocadas grandes esperanças nestes dois vetores. No entanto, o primeiro está ainda a dar os primeiros passos e, mais uma vez, com a Huawei fora de jogo, o padrão de redes 5G pode demorar mais alguns anos até se tornar comum junto dos consumidores.

Enquanto isso, os smartphones dobráveis parecem ter-se esfumado do mercado logo após a sua apresentação no início de 2019. Ainda que o Huawei Mate X continue a estar previsto para a Europa, o terminal pode sofrer juntamente com a marca. Já, por sua vez, o Samsung Galaxy Fold voltou para os laboratórios da Samsung.

Em síntese, foram duas “inovações” um tanto quanto forçadas. Como resultado, a agência Canalys estima que só a partir de 2020 é que estes fatores abonarão o mercado. Entretanto, ambas as tecnologias carecem de implementação e aperfeiçoamento, respetivamente.

2020 será o ano da recuperação

Ainda que 2019 possa trazer uma nova queda para o mercado de smartphones. Em grande parte com as vendas da Huawei revistas em baixa, a Apple, Samsung e Xiaomi capitalizarão com o azar alheio. Já, a partir de 2020, com o amadurecimento do 5G e, quiçá, também dos dobráveis, o mercado recuperará.

Por fim, este ano a Canalys prevê a venda de 1,35 mil milhões de smartphones. Já para 2020, está previsto um crescimento de 3,4% no volume de vendas, traduzindo-se em 1,39 mil milhões de unidades vendidas. Por sua vez, em 2018 o mercado mobile contraiu 4,5% de acordo com os dados desta agência.

Em jeito de nota de rodapé, a Canalys alerta para o caráter volátil do atual enquadramento de mercado. As suas cifras podem mudar consideravelmente de acordo com as decisões estratégicas e políticas.

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