Possivelmente já reparou que o seu smartphone, depois de se ligar a uma rede 5G, esgota mais rapidamente a energia da bateria. Não é novidade nenhuma. No entanto, os dados recentes publicados pela Ookla, um dos serviços de análise de desempenho de rede mais populares, mostram como esta tecnologia afeta, em particular, os processadores mais recentes.
Não há nenhum SoC que possa conter o consumo de energia do 5G NSA em relação ao 4G, embora haja um vencedor claro quando se trata de fabricantes de processadores.
A Qualcomm tem o chip mais eficiente e, sem surpresa, o Exynos da Samsung é o pior na gestão do consumo de energia, de acordo com os dados recolhidos.
Quando falamos em 5G NSA, estamos a falar de quê?
Em termos mais simples, podemos dizer que o 5G NSA é uma espécie de “5G impuro”. Isto é, o padrão NSA usa o mesmo núcleo de rede do atual sistema 4G. Com a adoção deste tipo de infraestrutura, ele é classificado como “impuro”. E isso traz alguns problemas, como vamos ver.
Os dados da Ookla fornecem uma visão bastante atualizada do estado atual do consumo de 5G pelos processadores mais recentes. Especificamente, os seguintes chips estão na mesa.
- Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2
- Qualcomm Snapdragon 8 Gen 1
- MediaTek Dimensity 9200
- MediaTek Dimensity 9000
- Google Tensor G2
- Google Tensor G1
- Samsung Exynos 2200
- Samsung Exynos 2100
De acordo com estes testes, o 5G consome entre 6 e 11% mais energia (dependendo do SoC do dispositivo) em comparação com as redes 4G-LTE. De todos os processadores em cima da mesa, os novos Snapdragon foram os mais eficientes, seguidos pelos MediaTek. No fim da lista, temos o Samsung Exynos e o Google Tensor, que continuam a ser processadores Exynos adaptados para a Google.
Estes dados confirmam algo que os fabricantes corroboram. A própria Samsung indica na sua secção de resolução de problemas que o serviço 5G pode causar um consumo anormal de energia, bem como um ligeiro sobreaquecimento.
Este também não é o primeiro estudo sobre o assunto, embora seja o que tem os dados mais atualizados e se aprofunda nos principais SoCs. Os testes de outros laboratórios concordam com os dados: há um impacto na duração da bateria de cerca de 10% mais de utilização da bateria em 5G do que em 4G.
Qual a razão deste maior consumo?
O próprio IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) indica que não teremos um consumo contido de 5G até que tenhamos uma implantação de rede e infraestrutura completamente adaptada ao 5G. Atualmente, é fácil para o nosso telefone estar constantemente a alternar entre redes 5G e 4G (a cada poucos segundos, para não perder a cobertura da rede a qualquer momento) devido à falta de cobertura, o que causa um consumo significativo da bateria.
A necessidade de energia dos modems atuais para lidar com as redes 5G também não é pequena. Estes modems têm um maior número de antenas, uma vez que são necessárias tanto as antenas que recebem a conetividade 4G LTE como as preparadas para 5G SA/NSA. Embora esta norma já exista há alguns anos, ainda há trabalho a fazer para conseguir chips ainda mais eficientes em termos energéticos.