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Musk planeia despedir metade dos funcionários do Twitter para cortar custos

Depois do multimilionário ter finalmente fechado a compra do Twitter, entrou com vontade de mudar a rede social. Começou por fazer rolar cabeças nos quadros da empresa, mas tem já planos para despedir cerca de 3.700 funcionários. Ou seja, vai eliminar metade da força de trabalho da empresa de comunicação social, numa tentativa de reduzir os custos após a sua aquisição de 44 mil milhões de dólares.

Por que razão está Elon Musk tão desesperado para que o Twitter ganhe dinheiro?


Musk quer o Twitter a ganhar dinheiro muito rápido

Já se passaram sete dias desde que Elon Musk assumiu o Twitter, e as mudanças foram bruscas. Ele propôs demissões cataclísmicas – algo entre 50% e 75% da equipa da empresa, dependendo dos relatórios. Estabeleceu um nível de utilizador totalmente novo, no qual os utilizadores pagarão 8 dólares por mês para receber reforços de algoritmo e o prestígio da verificação (falou-se anteriormente em 20 dólares).

Além destas medidas, o dono da empresa também propôs um recurso de paywall para vídeos (Vine) e há rumores de um plano para mensagens diretas pagas.

Estas ideias surgem de forma tão rápida que já se torna difícil acompanhar tudo, quanto mais analisar uma estratégia coerente. Contudo, se recuarmos um pouco e com afastamento olharmos para estas medidas iremos perceber algo muito simples: o Twitter precisa ganhar dinheiro e rápido.

As ideias foram aleatórias, mas bastante consistentes. Procuram novas fontes de receita não publicitária e mostram a vontade de cortar custos desesperadamente.

Musk e uma equipa de consultores ponderam uma série de cenários e um deles é mesmo o corte de empregos e outras mudanças políticas no Twitter. Num cenário a ser considerado, serão oferecidos aos trabalhadores despedidos 60 dias de indemnização por despedimento, segundo referiram pessoas citadas com conhecimento do processo.

 

“Entering Twitter HQ — let that sink in!”

Com a sua entrada inusitada nas instalações do Twitter, a carregar um lavatório, a frase “Entering Twitter HQ — let that sink in!”, que partilhou na sua conta da sua rede social, tende a passar uma mensagem. Seguramente nada será como dantes e será necessário refletir substancialmente sobre o caminho que se pretende para o Twitter e para a gestão daquela rede.

Contudo, Musk está sob pressão para encontrar formas de cortar os custos de um negócio pelo qual diz ter pago em excesso. O multimilionário concordou em pagar 54,20 dólares por ação em abril, no preciso momento em que os mercados caíram. Depois tentou durante meses sair da transação, alegando que a empresa o tinha enganado quanto à prevalência de contas falsas.

O Twitter processou Musk para o forçar a cumprir o seu acordo, e nas últimas semanas, o CEO da Tesla, SpaceX e de várias outras empresas… cedeu, resignando-se a fechar o negócio nos termos acordados.

 

Mas dá lucro a rede social?

No seu último relatório de lucros trimestrais antes da aquisição, o Twitter divulgou um prejuízo de 344 milhões de dólares. Com os utilizadores estagnados, os investidores ficaram cada vez mais pessimistas sobre as perspetivas financeiras da plataforma. Este arrefecer do ímpeto do Twitter na sociedade foi também motivo para que o preço da rede baixasse o suficiente para permitir a aquisição de Musk em primeiro lugar.

Agora, a aquisição da Musk acrescentou milhares de milhões de dólares em dívidas ao balanço da empresa, o que tornará o problema ainda mais urgente. Para financiar o negócio, Musk contraiu empréstimos no valor de 13 mil milhões de dólares contra a própria empresa.

Como notado pela DealBook, isso eleva os pagamentos de juros anuais da empresa para cerca de mil milhões de dólares – mais do que os lucros totais do Twitter para 2021. Se havia um caminho para a rentabilidade antes da aquisição, esse caminho é agora muito, muito mais íngreme.

Há também razões para pensar que o negócio publicitário do Twitter (a sua principal fonte de receitas) tem crescido de forma mais agitada desde que Musk propôs o negócio em abril. A despesa global com publicidade diminuiu durante todo o verão, e ainda mais empresas estabelecidas como o Facebook e o Google estão a sentir o aperto à medida que os mercados digitais secam.

Na sequência da aquisição do Musk, algumas das principais agências de publicidade aconselharam os clientes a parar completamente a publicidade no Twitter, quer devido ao caos repentino, quer devido à economia em geral, e a uma combinação dos dois. Musk tentou acalmar os anunciantes – sobretudo, publicando uma carta aberta para lhes garantir que a plataforma não se tornaria “uma paisagem infernal livre para todos” – mas é difícil acreditar que atualmente a gestão da rede está melhor do que quando Musk entrou, como referem alguns analistas.

 

Os funcionários, terão trabalho?

Os colaboradores do Twitter têm vindo a preparar-se para despedimentos desde que Musk assumiu e imediatamente expulsou grande parte da equipa executiva de topo, incluindo o Diretor Executivo Parag Agrawal, o diretor financeiro Ned Segal e os funcionários superiores jurídicos Vijaya Gadde e Sean Edgett.

Nos dias que se seguiram, outras partidas incluíram o diretor de marketing Leslie Berland, a diretora de clientes Sarah Personette, e Jean-Philippe Maheu, vice-presidente de soluções globais para clientes.

Segundo informações, Elon Musk assumiu o papel de CEO interino. Também dissolveu a administração da empresa e tornou-se diretor único, dizendo mais tarde que era “apenas temporário”.

Alguns relatos de funcionários deram conta que Musk pediu a outros líderes que fizessem listas de colaboradores das suas equipas que poderão ser dispensados. Portanto, está já em marcha o tal corte de cerca de metade dos 7500 funcionários do Twitter.

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