Eletricidade para alimentar os centros de dados mundiais deverá duplicar em cinco anos
O tema não é novo, mas o aviso é, agora, relançado pela Agência Internacional da Energia: a quantidade de eletricidade necessária para alimentar os centros de dados mundiais deverá duplicar em cinco anos.
A evolução tecnológica resultou num aumento colossal dos centros de dados que, por sua vez, consomem uma preocupante e tendencialmente crescente quantidade de energia.
Se o consumo já é alarmante, hoje em dia, a Agência Internacional da Energia prevê que a quantidade de eletricidade necessária para alimentar os centros de dados mundiais deverá duplicar, nos próximos cinco anos.
A maioria desse aumento deverá ser impulsionado pelo desenvolvimento e utilização de modelos de Inteligência Artificial (IA) cada vez mais potentes.
Aliás, até 2030, os centros de dados poderão consumir 945 terawatts-hora de eletricidade por ano, segundo o relatório.
Além de altamente concentrado nos centros tecnológicos e populacionais do mundo, a agência internacional alerta que o aumento da procura exercerá pressão sobre as empresas de serviços públicos, as infraestruturas de rede e o planeta.
A IA é uma das maiores situações do mundo energético atual. Nos Estados Unidos, os centros de dados estão a caminho de representar quase metade do crescimento da procura de eletricidade; no Japão, mais de metade; e na Malásia, até um quinto.
Disse Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional da Energia, citado pela Sky News.
Agência foca-se especialmente no consumo de energia motivado pela IA
Apesar de as empresas não serem totalmente transparentes relativamente à quantidade de energia que utilizam para treinar e operar os seus modelos de IA, a agência estima que o treino do GPT-4, por exemplo, demorou 14 semanas e utilizou cerca de 42 gigawatts-hora de energia elétrica.
Este número equivale ao consumo diário de eletricidade de cerca de 28.500 agregados familiares no mundo desenvolvido ou de 70.500 agregados familiares nos países mais pobres.
Além do treino e da exploração dos modelos de IA, a quantidade de energia utilizada para um chatbot baseado em IA executar uma tarefa será, também, elevada.
Segundo o relatório, para gerar um videoclipe de seis segundos, um modelo de IA requer oito vezes mais eletricidade do que a necessária para carregar um telemóvel, ou quase o dobro da necessária para carregar um computador portátil.
Nos Estados Unidos, os centros de dados, que estão a ser construídos na maioria para treinar e operar a IA, deverão consumir mais eletricidade até 2030 do que o fabrico de todos os bens de energia intensiva do país, incluindo alumínio, aço, cimento e produtos químicos.
Por outro lado, no entanto, a agência prevê, também, que a IA será uma ferramenta essencial para perceber como gerir a futura procura de energia, criar centros de dados mais eficientes e acelerar o desenvolvimento de novas fontes mais limpas de produção de eletricidade.
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@JL acha que a futura procura de mais 30 TWh só para a zona de Sines é por causa da refinaria. Vão lá contrariá-lo para verem a corrida em osso que levam 😛
os datacenters são como os carros, não carregam todos ao mesmo tempo Yamahia, e a energia renovável dá para isso tudo e aliás, nem modernização da rede é precisa…. aliás a EREDES e a REN só modernizam a rede porque não têm mais nada que fazer (palavras e pensamento do JL) já que os cabos não perdem propriedades ao longo do tempo segundo ele. Mas espera que ele vem já desconversar a dizer que não disse nada disto.
O @JL é um lírico.
Faz parte da evolução, tal como o aumento de eletricidade para carros elétricos. O importante é continuar a apostar na eletricidade renovável e eventualmente nuclear, e reforçar a rede onde for necessário. Não esquecer que também faz parte da evolução a melhoria de eficiência energética em algumas áreas.