Hidrogénio Verde: Investimento de 1.000 milhões de euros em Portugal
Sines terá uma fábrica para a produção de hidrogénio 'verde' e combustíveis derivados, resultante do investimento da 'joint-venture' NeoGreen Portugal, poderá criar 2.500 empregos diretos e indiretos.
O investimento será na ordem dos mil milhões de euros, ajudando a corporizar a Estratégia Nacional para o Hidrogénio na constituição de um Sines Hydrogen Valley.
Fábrica de produção de Hidrogénio Verde irá criar 2500 empregos
A 'joint-venture' composta pela NeoGreen Hydrogen Corp (Canadá) e a portuguesa Frequent Summer, prevê investir mais de 1.000 milhões de euros na instalação de um complexo eletrolisador de mais de 500 MW (MegaWatts).
Face à escala deste investimento, "quer direta ou indiretamente, incluindo todos os subcontratados no desenvolvimento do projeto, estamos a falar de 2.500 empregos", afirmou Rory Harding, vice-presidente para o desenvolvimento corporativo, aos jornalistas, no evento da assinatura do contrato de reserva de direito de superfície de 10,5 hectares na ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines.
Sobre os 2.500 postos de trabalho apontados pela 'joint-venture', o presidente executivo da AICEP Global Parques, entidade gestora da ZILS, salientou que o "promotor apontou uma estimativa com base da experiência que tem noutros locais".
A descarbonização do planeta é um dos objetivos estipulados por países de todo o mundo até 2050. A descarbonização de um elemento como o hidrogénio - responsável atualmente por mais de 2 % das emissões totais de CO2 no mundo - é um objetivo.
O hidrogénio verde surge como uma das soluções mais eficientes para enfrentar os desafios relacionados com a descarbonização de setores onde a transição poderá ser mais complexa. O hidrogénio verde é produzido através da eletrólise da água. Para tal, é utilizada eletricidade de fontes de energia renováveis, como a energia hidroelétrica, energia eólica e solar. O hidrogénio verde é baixo em CO2.
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Curiosidade minha: Isso é bom, mas quando se prevê que comece a produzir? E a produzir em quantidade suficiente para acabar com as necessidades de gás natural? Se querem substituir o gás natural e ainda serem exportadores de Hidrógenio verde, quantas mais unidades como esta serão precisas e para quando a sua instalação?
Nada na vida existe sem que tenha existido um princípio…até o próprio ser humano tem de levar, quase sempre, uma “pancada no cú” para começar a respirar quando nasce! No caso do artigo como a tecnologia já existe e, ao que parece, os investidores também é só o tempo de construir a infraestrutura…depois ter esperança que os do “costume” não venham com os entraves habituais. Como acontece com o “novo” aeroporto internacional de Lisboa…
Exportar ? como?
Com um electrolizador de 500 mw, vão produzir:
500 000 000 / 50 000 = 10 toneladas de hidrogénio por hora, onde a perda foi logo de 30 %, depois existem as perdas por transporte.
No entanto este eletrolisador consome 8.18 % da energia produzida em Portugal que são 53 000 a 60 000 GWh.
Essa energia usada de forma direta é muito mais eficiente,
Voltamos à mesma questão: nem só de carros vive o homem 🙂 Há aviões, barcos, camiões onde não é viável serem abastecidos por electricidade
O hidrogénio pode ser uma alternativa aos combustiveis verdes que, como sabemos, pode levar a uma exploração imensa de terras para plantação.
Não é bem o hidrogénio , mas sim a amónia com combustível.
*como combustível.
Produzir H2 não é difícil, basta haver electricidade em barda para desperdiçar. Depois o H2 nem 70% devolve da energia aplicada a produzi-lo, e se somarmos a liquefação, compressão e transporte, então nem aos 50% chega. É um processo de perdas, um caso de ineficiência programada. Além disso, se alguém comprasse um carro desses nem sequer o podia guardar em lugar fechado. H2? Nein, danke.
https://www.youtube.com/watch?v=x94KVE0uuns
https://www.juntossomosengenharia.com/_files/ugd/e655fd_a13b6829793b413ea07031b1c9bf59fb.pdf
Uma das possíveis utilizações é combinar o hidrogénio com dióxido de carbono e fazer o e-fuel que pode substituir a gasolina nos atuais carros com motor a combustão. Mas, mais uma vez o custo de produção e transporte são muito elevados, e a não ser que se consiga desenvolver a tecnologia das mesmas, por enquanto é inviável. Mas, como espirito humano gosta de superar obstáculos…
Acho mais viável essa solução para transportes pesados, seja ele com de camiões ou navios que hidrogénio direto neles, já que a densidade é muito baixa, comparado com os combustíveis líquidos.
Já se sabe que produzir hidrogénio é ineficiente. Mas provavelmente será a melhor solução para algumas situações como aviões, barcos, camiões, alguma indústria, mistura com gás natural para aquecimento de casas e servir de backup para picos de procura de energia.
Se o sistema é ineficiente, tal vai refletir-se no preço, e por isso apenas vai ser utilizado onde for mais vantajoso do que a eletricidade.
Além disto, se muitas vezes a produção de energia ultrapassa a procura, será provavelmente vantajoso utilizar o excesso para produzir hidrogénio.
SE o objetivo no médio prazo é acabar com o gás natural e com o petróleo para utilizar como energia, parece que o hidrogénio será uma parte necessária deste processo.
Além disso, eventualmente a inificiência poderá vir a melhorar.
O risco aqui é existirem ajudas estatais/comunitárias que destorçam o mercado. Provavelmente fará algum sentido alguma ajuda nomeadamente na parte das infrastruturas, e enquanto o preço dos eletrolizadores não baixa, contudo não deverão anular o efeito da maior ineficiência.
Questão. Se a utilização do gas natural para produção de energia é para acabar (além do petróleo), onde se vai arranjar eletricidade suficiente para as necesidades actuais, ainda para mais para gastar num processo ineficiente?
Concordo, para as alturas de excesso de produção, nomeadamente renováveis, mas de resto, não estou a ver grande futuro.
Mais cedo ou mais tarde tudo vai cair no nuclear..
Sim, e até minerais, os electrolizadores usam também minerais críticos.
Eu penso que isto é uma solução que não faz o mínimo sentido, se a evolução da tecnologia é tornar os equipamentos cada vez mais eficientes, porquê gastar recursos em sistemas ineficientes, que ainda por cima em 180 anos, pouco ou nada de evoluiu na parte da eficiência.
Como diz o prof Joaquim Delgado, o hidrogénio deve ser produzido no local de uso, quando nao houver outra tecnologia mais eficiente que a substitua.
É o mesmo que instalar-mos painéis solares todos bonitinhos e continuarmos a usar lâmpadas incandescentes e todo o tipo de equipamento de classe F.
E de onde vem a energia elétrica para produzir o H2? Vamos usar painéis solares, e aerogeradores? E quando “não há Sol”e vento aquilo pára? Como é um negócio tenho muitas dúvidas, vão querer aquilo a trabalhar 24horas, ou seja compram energia obtida a partir de carvão, gás natural para produzir energia “limpa””’
Com os números que apresentam, e com aquela coisa a trabalhar 24 horas por dia, vão gastar 8 % de toda a produção nacional.
Realmente faz confusão.
Para produzir o hidrogénio verde tem de utilizar renováveis. Para produzir 500Mw the hidrogénio verde precisas de 3 vezes mais em renováveis ou seja precisas que haja renováveis a produzir 1.5 GW de energia para os tais 500mw de H2 verde. Isto com a tecnologia que tens hoje. E para termos 1.5gw de renovaveis precisamos de dezenas de turbinas eólicas em alto mar e centenas de hectares com paineis solares. O hidrogénio verde até pode ser um dos combustíveis do futuro mas atualmente é para os políticos ganharem votos e as empresas na corrida ao que poderá dar mt dinheiro. Tal e qual como foi com o carvão e o gás natural.
Exacto.
Eu sempre entendi que é o futuro porque no passado e no presente nunca foi viável, portanto usam esse termo para vender banha da cobra.