A procura crescente por carros elétricos tem levado a que muitas fabricantes já tivessem anunciado o fim da produção de carros alimentados por combustíveis fósseis nos próximos 10 ou 15 anos. Além disso, já quase todas as marcas mais populares contam com a sua versão 100% elétrica.
Mas esta mudança poderá vir com um problema atrelado que parece ser fácil de antecipar e para o qual o novo CEO da Volvo já deixou o alerta: poderá haver uma escassez no fornecimento de baterias.
O problema da escassez de baterias para carros elétricos
O novo CEO e presidente da Volvo Cars, Jim Rowan, alertou recentemente numa entrevista à CNBC para o problema iminente da escassez de fornecimento de baterias no setor dos veículos elétricos.
Para antecipar a resposta a tal problema, a empresa estará já a investir numa unidade de produção das suas próprias baterias com a Northvolt.
A Volvo foi uma das fabricantes que já traçou o seu plano de produção de carros exclusivamente elétricos até 2030, um movimento que exigirá um fornecimento consistente e seguro de baterias para os seus carros.
Acho que o fornecimento de baterias será uma das coisas que será escassa nos próximos anos.
E essa é uma das razões pelas quais fizemos esse investimento substancial com a Northvolt: para que possamos controlar não apenas o fornecimento, mas também começar a desenvolver a nossa própria química de baterias e instalações de produção.
|Disse Jim Rowan.
Com este investimento, a empresa espera ter um controlo total desse componente essencial.
De acordo com a Volvo e a Northvolt, em 2023 será iniciada a construção de uma Gigafactory em Gotemburgo na Suécia e que “deverá ter uma capacidade anual potencial de produção de células de até 50 gigawatts-hora”. Isso equivaleria ao fornecimento de baterias suficientes para cerca de 500.000 carros todos os anos.
À medida que o número de veículos elétricos aumenta nas estradas, o fornecimento de baterias tornar-se-á uma engrenagem cada vez mais importante e competitiva no setor automóvel.
A opinião da Volvo junta-se à da Volkswagen e da própria Tesla
Já Herbert Diess, CEO da Volkswagen, tinha alertado no ano passado para o desafio da produção de carros elétricos por causa das baterias. Na altura, disse que “as baterias podem ser, digamos, uma restrição contínua para o crescimento de EVs nos próximos 5 a 10 anos”.
Atualmente, os prazos de entrega de baterias para carros elétricos são enormes e a criação de uma enorme cadeia de fornecimento nos próximos anos é essencial para responder ao crescimento, às metas das fabricantes e às próprias metas dos governos, no sentido de diminuir a dependência de combustíveis fósseis.
Price of lithium has gone to insane levels! Tesla might actually have to get into the mining & refining directly at scale, unless costs improve.
There is no shortage of the element itself, as lithium is almost everywhere on Earth, but pace of extraction/refinement is slow.
— Elon Musk (@elonmusk) April 8, 2022
Há ainda o problema do lítio, a matéria-prima essencial para a produção de baterias usadas nos carros elétricos. Elon Musk, recentemente alertou que o preço do lítio tinha chegado a níveis insanos. Avançando com a ideia de que a Tesla poderia ter que entrar na mineração e refinação deste minério, para minimizarem os custos.
Segundo a informação partilhada, Elon Musk refere ainda que não existe uma escassez do lítio como minério, no entanto, a sua extração e refinamento são um processo lento.