A aviação representa uma generosa e preocupante percentagem das emissões de CO2, sendo considerada um setor difícil de trabalhar nesse sentido. Então, Warren East, CEO da Rolls-Royce, apelou para que a aviação adotasse objetivos de sustentabilidade.
O apelo é desafiador, pela falta de alternativas tecnologicamente avançadas para a redução das emissões.
Atualmente, a aviação representa cerca de 3% das emissões de dióxido de carbono. Por isso, e pela falta de alternativas tecnologicamente avançadas aos motores tradicionais, é considerada um setor difícil de trabalhar. Portanto, o CEO da Rolls-Royce juntou-se a ouros líderes da indústria de aviação para reunirem apelos à redução das emissões de carbono associadas à indústria.
Este apelo de Warren East e dos restantes líderes não é o primeiro e, certamente, não será o último, uma vez que o problema não viu ainda uma solução.
Soluções para as emissões da aviação parcialmente à vista
Estando as aeronaves elétricas e de hidrogénio ainda numa fase de desenvolvimento muito embrionária, os esforços associados à descarbonização a curto e médio prazo têm de se concentrar em alternativas ao combustível utilizado nos aviões.
A solução, atualmente, é a mistura do combustível convencional com o combustível sustentável para a aviação (SAF). Este assume várias formas, mas é frequentemente produzido a partir de biomassa, plantas e gorduras animais.
Em 2019, o setor da aviação utilizou 290 milhões de toneladas de combustível. Segundo as estatísticas de União Europeia, o SAF representa apenas 0,05% do combustível para aviões a jato. Infelizmente, sendo o SAF oito vezes mais caro do que o combustível convencional para aviões a jato, a prioridade poderá não ser a sustentabilidade.
De acordo com os planos na Organização das Nações Unidas, pelo menos 10% do combustível utilizado na aviação deverá ser sustentável até 2030. Contudo, East alertou que, para evitar o aumento da sua quota de emissões, o setor da aviação tem de alcançar um objetivo muito mais desafiador.
Voar gera entre dois a três por cento das emissões globais, mas, à medida que os sectores mais fáceis de reduzir descarbonizam, essa proporção aumentará, pelo que encurtar a viagem da aviação para o zero líquido com ação na fase de abertura desta ‘Década Decisiva’ seria uma enorme vitória para o mundo.
No entanto, só criaremos o foco e o ímpeto necessários para atingir esse objetivo se pusermos em causa a nossa ambição coletiva para além do objetivo atual de atingir 10% de utilização de SAF até 2030.
Disse East.
A Rolls-Royce anunciou o compromisso de assegurar que os seus motores Trent, que estão alojados em muitas aeronaves espalhadas pelo mundo, serão capazes de funcionar com combustível puramente sustentável até 2023. Por sua vez, a Airbus estabeleceu o mesmo objetivo, com um horizonte temporal mais alargado: as suas aeronaves deverão funcionar apenas com SAF até 2030.