A Tesla reduziu o preço dos seus carros e, sendo a fabricante um importante ator do mercado, a instabilidade não está a ser bem recebida. Aliás, o CEO da Renault apontou mesmo o dedo à empresa de Elon Musk, criticando a sua estratégia e alegando que está a arruinar a perceção de valor para os clientes.
O modelo de negócio da Tesla é diferente daquele que é adotado pela maioria das fabricantes. Afinal, não tem concessionários, concretiza as vendas online, atualiza os seus veículos remotamente e altera os preços várias vezes, caso sinta que deve.
Aliás, no ano passado, a Tesla aumentou várias vezes o preço dos seus veículos elétricos, ao passo que, este ano, levou a cabo cortes que surpreenderam os consumidores e os concorrentes. De tal forma, que as críticas não tardaram e, hoje, falamos-lhe das que partiram de Luca de Meo, o CEO da terceira maior marca de veículos elétricos, segundo um relatório do Financial Times.
Numa entrevista, o executivo da Renault observou que a estratégia de preço que a Tesla definiu e vem praticando ao longo do tempo poderia prejudicar a confiança que os clientes têm relativamente ao valor dos elétricos.
Espero que a Tesla continue a reduzir os seus preços até zero, mas continuaremos a proteger o valor dos nossos veículos elétricos. Está a destruir o valor do cliente, sem dúvida, quando faz isto…
Baixaram os preços em 20% depois de os terem aumentado em 20% há seis meses, e agora todos estão a aplaudir, não é racional. É necessário estabilizar a política de preços dos veículos elétricos.
De facto, os cortes no preço que a fabricante levou a cabo no início deste ano resultaram no descontentamento dos proprietários que foram incentivados a fazer a sua compra no final de 2022, antes da redução. Por sua vez, essa insatisfação deu origem a petições na Internet, nomeadamente, uma que, através do Change.org, pedia que a fabricante considerasse a possibilidade de compensar os seus clientes do final de 2022 – desde quilómetros gratuitos nos Supercharger, até à subscrição gratuita do Full Self-Driving durante um ano.
Os pedidos não foram ouvidos pela Tesla, mas sem os clientes que concretizaram a compra até ao final do ano, a fabricante não teria conseguido entregar 1.313.851 elétricos, em 2022, e não teria registado um crescimento de 40%.
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