Carros autónomos – Conheça os 5 níveis de condução
Quando falamos em veículos autónomos o assunto ecoa dentro da mente das pessoas como algo futurista, a acontecer lá para meio século de distância, uma espécie de ficção científica. Na verdade passamos do conceito televisivo K.I.T.T. para testes reais e em cenários de utilização no nosso dia-a-dia, até mesmo em Portugal.
Há níveis de condução autónoma que a generalidade das pessoas desconhece e, provavelmente, por esse motivo não estão cientes da revolução que está já a acontecer nas nossas estradas. Vamos conhecer os 5 níveis de condução autónoma.
Carros autónomos... caminhamos para lá
A condução autónoma já não é um sonho futurista, está a tornar-se numa realidade. Praticamente todas as semanas as empresas anunciam o seu compromisso com o desenvolvimento e o lançamento de veículos autónomos e muitos desses anúncios destacam o “nível” de autonomia que está a ser desenvolvido.
Para classificar o tipo de autonomia que existe aplicada nos veículos e para definir a evolução tecnológica dos mesmos, com associação direta à segurança, existem 5 níveis diferentes de automação de condução. Vamos sucintamente explicar cada nível de autonomia.
Nível Zero - Sem Automação
No nível zero não podemos falar em automação. Mas na verdade tudo começou por aqui. O condutor executa todas as tarefas operacionais, como a direção, travagem, aceleração ou desaceleração, entre outras.
Este nível, ou sub-nível, que começa lá atrás na criação do automóvel em 1901, um veículo apenas tem de ter um volante, um assento e nenhuma automação para entrar neste estágio — não importa se tem transmissão manual ou automática.
Claro que existe discussão e discordância sobre a data desta invenção.
A história fala de Oldsmobile Curved Dash (imagem acima), como sendo o primeiro veículo automóvel produzido em massa na história, pese o facto de ter um volante algo peculiar.
Nível Um - Assistência ao Condutor
Este é o primeiro nível onde se pode considerar que já existe algo de automação. A este nível, o veículo pode ajudar com algumas funções, mas o condutor ainda controla toda a aceleração, travagem e verificação do ambiente ao seu redor.
A título de exemplo, está a situação normal em que o condutor do carro à sua frente está a travar e esse alerta, enviado pelo veículo leva-o a interpretar o ambiente para também poder travar.
Em 2007 começou a ser implementada esta tecnologia e esse passo deu início ao que se chamou de carros modernos com as primeiras assistências à condução.
No final da primeira década década deste século, as empresas que fabricavam automóveis começaram a implementar recursos de segurança e assistência em boa parte das suas linhas de veículos.
Iniciou-se a era em que começaram a ser implementadas tecnologias que dependem de sensores, câmaras que alertam o condutor para risco de colisão ou outros comportamentos "não convencionados em termos de segurança". Esta é ainda a tecnologia que prevalece nos dias de hoje.
Nível Dois - Automação Parcial
Não deve já haver hoje nenhuma marca automóvel que não esteja já a desenvolver neste nível, onde o veículo pode ajudar com as funções de direção ou aceleração e permitir que o condutor se abstraia de algumas das suas tarefas.
Embora as tarefas sejam de execução automática, neste nível o condutor tem de estar sempre pronto para assumir o controlo do veículo e é ainda responsável pela maioria das funções críticas de segurança, assim como tem de verificar sempre o ambiente que o rodeia.
A Tesla tem sido a empresa mais revolucionária e inovadora dentro deste nível, embora ainda não se possa dizer que têm disponíveis veículos para vendas em massa ao mercado.
Nível Três - Automação Condicional
Aqui as coisas começam a ficar bem mais interessantes do ponto de vista da automação. Há quem defenda que o homem não foi feito para conduzir, tendo em conta os números de acidentes por erro humano. Provavelmente até será verdade e é neste ponto que a máquina assume os comandos.
Neste nível os carros são capazes de acelerar, desacelerar e até mesmo ultrapassar os outros veículos sem qualquer intervenção humana. Para se enquadrar aqui, o sistema também precisa ter a capacidade de contornar obstáculos, traçar novas rotas para evitar incidentes ou congestionamentos.
Um dos grandes "obreiros" deste nível é a tecnologia LiDAR.
Neste nível a atenção do condutor ainda é crítica. Contudo, o condutor pode desvincular-se das funções de “segurança crítica” como travar e deixar este assunto para a tecnologia quando as condições são seguras.
Muitos veículos atuais de Nível 3 não exigem atenção humana para a estrada a velocidades abaixo de 60 km/h.
Nível Quatro - Condução autónoma
Totalmente autónoma: O nível de automação é elevado, contudo, há ainda situações, como em condições meteorológicas adversas, em que cabe ao homem tomar as rédeas do veículo.
Estamos já a poucos anos (2021) de termos nas estradas veículos que retiram das mãos do condutor toda e qualquer responsabilidade de condução.
O condutor será cada vez mais um passageiro onde pode ler, ver um filme, trabalhar e até descansar enquanto o veículo se desloca até ao destino.
A este nível de automatização, são já grandes as expectativas que todos os sensores e câmaras tenham a capacidade de avaliar tudo o que estão a "ver", transmitir essa telemetria para que uma unidade central de processamento possa cruzar esses dados com muitas outras informações fornecidas pelos serviços de navegação para definição de rotas e de manobras de condução.
Neste patamar já se espera um altíssimo nível conectividade entre veículos, comunicações do tipo V2V (Vehicle-To-Vehicle) e V2I (Vehicle-To-Infrastructure).
Nível Cinco - Automação Completa
Quando chegarmos a este nível, lá para 2030, já muitas infraestruturas terão sofrido alterações profundas. O mundo estará altamente mudado e o conceito "conduzir" terá sofrido um duro golpe.
Aqui já não há necessidade das pessoas terem de saber conduzir, o condutor humano passará a uma figura do passado dado que o controlo total será da máquina e os veículos já não estarão equipados com qualquer controlo que conheçamos, como pedais, volante ou manetes.
Com o impedimento de exercer condução, o ser humano passa a ser sempre um passageiro.
Nesta altura a sinistralidade será muito menor, a máquina identifica a máquina e não há situações de congestionamento de trânsito e outros condicionantes criados pelo humano ao volante e no poder decisório.
Este artigo tem mais de um ano
As fotos do nível 3 e 4 não estão trocadas?
Estavam sim senhor. Obrigado pelo reparo.
Existem duas teses, a evolucionaria e a revolucionária. Sinceramente não acredito na revolucionária, pelo que acredito que o horizonte de 2030 seja uma miragem. Ao longo da história automóvel sempre visões demasiado futuristas (por exemplo muitos dos conceitos agora propostos têm a sua génese nos idos anos 50) que depois esbarram numa coisa chamada consumidor. Ideias há muitas a questão é como serão recebidas. Dizem me sempre que os jovens actuais vêm o mundo diferente. Há 20 anos atrás eu também via o mundo assim e muitos conceitos que agora se falam eram discutidos pelos meus colegas e professores. Mas a vida passa por nós e as prioridades mudam, pelo que o que um jovem vê agora, daqui a 10 anos verá de forma diferente.
+1
Só não o fazemos porque não queremos.
pois é, há uns anos o Facebook queria inventar o teletransporte de objetos até 2020. Não vejo nada.
E, Portugal os 5 níveis sao , alcoolizado, conduzir à esquerda , atropelar peões, acelerar nos semáforos a cair o vermelho e conduzir com uma mão enquanto tira usa tlm
Em portugal é preciso um nivel 6, em que os veículos detectam os buracos nas estradas xD
Subscrevo na totalidade o comentário do S J.
Mais uma tara para derreter milhoes.
Quando quero condução autonoma chamo um taxi.
‘Es um daqueles entao
Não se pode isolar tanto a questão, há muita tec e a evoluir e a bom ritmo, mas o espaço urbano a nível mundial nunca estará preparado para isto em 2030.
E como Sergio J, disse e bem, sempre houve uma previsão irrealista ao longo das ultimas décadas sobre a evolução do automóvel.
Only the front is beautifull. The rest is realy ugly, How can you do that. Even the interior!!!!!!!!
O nível cinco fazia sentido era sem haver estradas próprias, os carros sendo capazes de conduzir em qualquer situação de forma autónoma.
na maioria dos casos no mundo inteiro, nem os comboios andam “sozinhos”.. e estes estão limitados aos carris.. portanto, carros totalmente autonomos e seguros.. não vai ser no meu tempo de vida. A variantes são tão mas tão vastas.. que basta um saco plástico a voar com o vento para causar um desastre..