Battlefield 6, e a (nova) Arte da Guerra
É um dos grandes lançamentos do ano, seguramente! Battlefield 6 da EA Sports já se encontra entre nós e com o jogo, regressam as lides bélicas e o combate moderno. Venham ver um pouco mais...
Já passaram alguns anos desde o lançamento do último Battlefield, pelo que estava na altura certa. Battlefield 6 chegou, mesmo a tempo do Natal, prometendo um final de ano... explosivo.
E realmente, é o que se tem visto neste primeiro mês de existência. Uma invejável vitalidade, com servidores praticamente cheios (exceptuando alguns modos de jogo menos procurados) e muita e intensa ação.
Entretanto, a EA Sports também tem feito o seu trabalho de casa, com as prometidas atualizações, e já se encontra "no ar" a Temporada 1 que chegou com novos mapas, modos de jogo e novas armas. Esta Temporada 1, ainda não se encontra concluída pois falta ainda a chegada da terceira e derradeira fase (Winter Offensive, que inclui conteúdo temático especial para a época festiva).
"Battlefield 6 foi lançado há pouco mais de duas semanas e quebrou todos os recordes da franquia, tornando-se rapidamente um dos maiores lançamentos do ano... e ainda não terminámos," disse Byron Beede, Diretor Geral de Battlefield. "O próximo capítulo do nosso universo Battlefield começa hoje com Battlefield REDSEC, a nossa nova experiência que inclui Battle Royale criado com o ADN explosivo da série, o nosso modo competitivo implacável Gauntlet e até novas formas para a comunidade construir e experimentar o Portal. REDSEC é tudo aquilo que adoras em Battlefield – destruição, combate intenso, carnificina com veículos – num novo espaço de jogo massivo e gratuito para todos."
Battlefield 6 aposta claramente em 3 aspetos fundamentais. Num modo campanha com uma história cativante e que tende a ser uma introdução à jogabilidade, num leque de modos multiplayer simplesmente fantásticos e numa jogabilidade intensa, absorvente e na qual a destruição dos cenários são parte fundamental do desenrolar dos combates.
A Guerra a solo
O modo campanha, apesar de ser talvez o elo mais fraco, ou menos apetecível do jogo, acaba por ser interessante e merecer a pena o tempo investido.
Este modo, tem o condão de, não só nos revelar a história que dá contexto ao jogo, como nos antecipa um pouco da jogabilidade e sistema de classes com que nos iremos deparar nos modos multijogador.
De forma resumida, a história de Battlefield 6 passa-se no ano de 2027, numa altura em que a NATO se encontra em franco colapso e uma nova organização militar privada chamada Pax Armata, tenta ocupar o seu lugar como potência militar global.
Os jogadores entram em ação com o objetivo de deter as aspirações da Pax Armata, e encetarão missões um pouco por todo o planeta como os Estados Unidos, o Tajiquistão e o Egito (mais localizações chegaram com a Temporada 1), para impedir que a corporação tome o poder e subverta a ordem mundial.
Uma das particularidades que o modo campanha traz consigo é que tenta, de forma um pouco mais emotiva, mostrar o impacto dos conflitos armados, não ó nos civis como também nos próprios soldados.
Com missões variadas e colocando o jogador no comando de soldados de diferentes classes, snipers, assalto e engenheiros, terá ainda oportunidade de conduzir alguns dos veículos presentes no jogo, concluindo precisamente a ideia de que se trata de um modo introdutório ao multiplayer.
Conforme referi, creio que quem comece a jogar Battlefield 6, deveria começar pelo modo Campanha. É divertido e chega a ser empolgante, não atingindo patamares de excelência, mas representa um bom primeiro degrau nesta "nova" experiência de guerra.
A Guerra em multijogador
No entanto, é o multiplayer, o ponto mais forte e fulcral de Battlefield 6 e, em abono da verdade, o que a maior parte dos jogadores procura.
É o multiplayer que representa a força motriz de Battlefield 6. Apresentando batalhas extremamente intensas nas quais não falta o apoio da aviação e de blindados, localizados em cenários bastante variados (de zonas urbanas a zonas rurais) que podem ser completamente arrasados pelo pode de fogo, o jogo assenta (ou tenta assentar) na cooperação dos elementos de cada esquadrão.
Trata-se de um regresso às origens de Battlefield e que funciona muito bem, deixando a clara sensação de que cada jogador tem um papel importante na ação que está a decorrer. No entanto, para que funcione, é crucial os jogadores quererem efetivamente e para isso há que saber jogar em equipa e por (muitas) vezes, assistimos a lone rangers a tentarem decidir as coisas sozinhos.
Há várias mudanças/melhorias que foram acrescentadas no jogo, e que são extremamente bem-vindas. De uma forma muito bem-vinda, a movimentação dos soldados foi reformulada e, além de andar ou correr, passa ainda a ser possível rolar, correr agachado e, quando estamos a prestar apoio médico, arrastar o companheiro ferido para fora de linha de fogo inimigo. Sem dúvida que estas inclusões são de grande relevo e com particular importância no decorrer da ação e acrescentam clara densidade ao jogo.
Por outro lado, o novo e aperfeiçoado sistema de destruição dos cenários é outro dos grandes pontos fortes de Battlefield 6. Praticamente tudo nos cenários é passível de ser destruído ou sofre danos pelo poder de fogo dos armamentos. Imaginem, uma casa onde uma unidade de infantaria se esconde. Imaginem que estão ao controlo dum blindado. Estão a ver o que vai acontecer, certo? A casa fica arrasada e mesmo que alguém sobreviva, no meio dos destroços, terão o destino traçado.
Ou imaginem outro cenário. Uma grua alta na qual os snipers gostam de "descansar" tranquilamente, enquanto snipam os inimigos lá em baixo.... imaginem o que acontece se essa grua for derrubada...
A interação e destruição dos cenários eleva claramente a a jogabilidade levando-a a outro patamar, permitindo abrir novos caminhos, derrubar pisos de casas ou eliminar inimigos de formas mais criativas e aumentar assim a capacidade estratégica e tática do jogo.
O sistema de classes (Assault, Engineer, Support e Recon) apresenta-se também como um ponto diferenciador do jogo, uma vez que, graças à decisão de não as atarem a determinados tipos de armas, permite aos jogadores terem experiências completamente distintas e personalizadas a cada jogo. Cada classe apresenta os seus próprios pontos fortes mas, em vez de estarem restringidas a armas exclusivas para uma classe específica, podem especializar-se em tipos de arma tipicamente menos prováveis, oferecendo um bónus passivo.
No lado menos positivo, tenho de confessar que o controlo dos veículos, nomeadamente os aéreos, é um pouco complicado e pouco natural. Demora um pouco a dominar e mesmo assim, não é fácil.
Algo que não se pode deixar passar em silêncio, é claramente, o estrondoso trabalho que a DICE fez com os gráficos do jogo. Graficamente, Battlefield 6 é simplesmente encontra-se um assombro. Os veículos, as armas, os modelos de soldados, as explosões, a destruição, os escombros,... um cocktail gráfico simplesmente estonteante que tanto faz do jogo, uma experiência frenética e excitante de combate, como a torna também em algo quase... cinemática.
Por outro lado, também o capitulo sonoro se encontra fabuloso com uma salada de sons que apresenta momentos em que nos sentimos mesmo no meio de um conflito selvagem, com os sons de diferentes tipos de armas de fogo, dos blindados a avançarem e a darem liberdade às suas peças principais, ou dos helicópteros a zumbirem pelos ares.... uma sensação de envolvência total, extremamente imersiva.
Tenho de referir no entanto, que o sistema de spawn é por vezes um pouco falível, sendo comum reaparecermos novamente no jogo, quase em frente a inimigos que só têm de... premir o gatilho.
Os modos de jogo (inclui Modos da Temporada 1)
Comecemos pelos modos Multiplayer associados ao Gauntlet que chegou com a Temporada 1 de Battlefield 6:
O modo Gauntlet coloca vários esquadrões (8 esquadrões de 4 elementos cada) de jogadores uns contra os outros numa competição no estilo de um torneio, seguindo um formato eliminatório. O objetivo é o de ganhar mais pontos que os restantes esquadrões, classificando-se para a próxima ronda, até à vitória final.
Encontra-se dividido em 4 rondas, sendo que os dois esquadrões com pior desempenho são eliminados no final de cada uma. Na Temporada 1, existem oito tipos diferentes de missões para o Gauntlet, com a promessa de mais a serem adicionados com o passar do tempo:
- Deadlock - Em Deadlock, o objetivo é o de capturar e controlar uma determinada zona, impedindo que o inimigo faça o mesmo. É semelhante ao King of the Hill, mas com mais zonas de captura e mais jogadores no mapa.
- Decryption - Decryption exige aos jogadores que procurem e mantenham em seu poder beacons, que enviarão dados lentamente por mais de 50 segundos. Qualquer jogador que estiver segurando um beacon será detectado, tornando-o vulnerável aos inimigos, e se correr enquanto na posse de um beacon, o progresso de desencriptação será interrompido.
- Vendetta - De forma simples, Vendetta é um modo de eliminação em equipa, mas com Alvos de Alto Valor (AAVs). Se o nosso esquadrão tiver um AAV ativo, todos os elementos irão ganhar pontos de bónus. No entanto, a localização dos AAVs é visível por todos, sendo necessário um esforço em equipa para manter o AAV vivo.
- Extraction - Nas missões de Extração, os jogadores devem percorrer o mapa resgatando repositórios de dados antes de as entregar num dos vários pontos de entrega disponíveis. Cada repositório extraído concede 3 pontos à sua equipe, e os jogadores podem carregar até 10 repositórios simultaneamente.
- Wreckage - Wreckage é essencialmente o modo Rush do Battlefield 6 com um twist. Irão surgir bombas um pouco por todo o mapa e os jogadores devem usá-las para destruir os MCOMs. Por outro lado, também fornece pontos se desarmarmos uma bomba.
- Circuit - Seu objetivo em Circuit é capturar e manter o máximo de pontos de controlo possível, impedindo que o inimigo faça o mesmo. O mapa é dividido numa grade hexagonal, com cada célula hexagonal a representar uma zona de captura.
- Contract - Contract é essencialmente um sudden death deathmatch. Funciona como uma partida normal, onde o único objetivo é eliminar os jogadores inimigos, mas assim que seu esquadrão é eliminado, seremos removidos do jogo, independentemente da quantidade de pontos que o nosso esquadrão tenha.
- Heist - Este modo é basicamente um Capture the Flag. Ambas as equipas têm uma pasta que devem proteger, e para marcar pontos, precisamos transportar a pasta inimiga de volta para a nossa base.
Modos de Jogo Multiplayer:
- Attack & Defend - Ataque e Defesa é uma playlist focada em combates de média escala. Aqui podemos encontrar partidas de Ruptura ou Investida, capturando setores no mapa ou destruindo objetivos, principalmente com recurso a infantaria. Ocasionalmente, embora com menos frequência do que em Conquista ou Ruptura, também surgirão veículos leves à disposição o que pode mudar o rumo da batalha.
- CQB: Lockdown - CQB, ou Closed Quarters Battle, coloca duas equipas opostas frente a frente em batalhas de pequena escala com apenas infantaria. Essas rondas duram apenas 10 minutos e são caóticas e frenéticas.
- Escalation - Em Escalation, duas equipas lutam pelo controle do mapa, defendendo e conquistando objetivos em toda a sua área. A primeira equipa a conquistar três territórios vence a ronda. É essencialmente um modo de jogo de avanços e recuos, que assenta no trabalho coordenado.
- Conquest - O modo Conquista representa aquilo que desde há muito tempo marca o multiplayer de Battlefield, com batalhas em larga escala que se desenrolam simultaneamente através de todo o mapa. Todos os pontos de controlo estão abertos e desbloqueados, permitindo que ambos os lados ataquem ou defendam os que bem entenderem.
- Breakthrough - O modo Breakthrough é um modo de ataque e defesa, em larga escala, com todos os tipos de veículos e infantaria disponíveis e a operar em conjunto no campo de batalha.
- All-Out Warfare - Guerra Total combina dois modos, Conquista e Escalada, num sistema de rotação aleatória criando batalhas de larga escala envolvendo tanto infantaria, como aeronaves e veículos terrestres. A tarefa é a de controlar o mapa e eliminar os inimigos.
- Closed Weapon All-Out Warfare - Batalhas de larga escala inspiradas nos modos Conquista ou Escalada, com veículos terrestres, apoio aéreo sem esquecer a infantaria. Neste modo, o jogador só poderá usar armas especificas da sua classe.
- CQB: Attrition - Como o próprio nome sugere, CQB reduz o tamanho do mapa criando cenários de combate mais intensos e mais próximos, envolvendo apenas infantaria. Em Attrition, as rondas duram apenas 10 minutos.
Seja como for, uma das coisas que mais ressalva neste Battlefield 6 é que há muitos momentos em que, até mesmo os mapas maiores, parecem pequenos. Não são raras as ocasiões em que conseguimos sobreviver apenas por 30 segundos, sendo alvejados de 50 ângulos diferentes, porque os inimigos encontram-se por toda parte. Nesse aspeto parece-se um pouco com Call of Duty.
De lamentar também o facto de muitos jogos serem demasiadamente populados com bots, que retira muita adrenalina e excitação ao jogo.
Battlefield 6 é claramente um tiro certeiro dado pela EA Sports e pela DICE. Um jogo de guerra moderno, com os condimentos todos que se poderiam esperar encontrar. Ritmo intenso, batalhas épicas e maciças, cenários variados, destruição e caos,.... enfim, a guerra ao seu mais alto nível. Não é o melhor Battlefield de sempre mas, para quem aprecia jogos de guerra e é fã da série é, sem dúvida, um must have.
Battlefield 6, lançado a 10 de outubro, alcançou o aplauso da crítica, recebeu várias nomeações para prestigiados prémios neste final de ano, incluindo Melhor VideoJogo Multijogador, Melhor VideoJogo de Ação e Melhor Design de Áudio nos The Game Awards.

























Lol EA Sports!! EA Sports é uma divisão da EA que em nada teve envolvimento neste Battlefield,mesmo NADA!