Análise Killzone: Mercenary (Playstation Vita)
Quem disse que os shooters de maior sucesso nas consolas não poderiam ser também bem-sucedidos nas suas congéneres mais móveis? Quem disse que os ecrãs pequenos das consolas handheld não conseguiriam transmitir toda a adrenalina e excitação dos jogos de tiro neles?
Enfim, se dúvidas persistiam, eis que acaba de atingir o mercado um jogo que acaba com elas.
Foi no início do mês de Setembro que, uma das melhores séries de shooter que a Playstation 3 já recebeu, foi lançado para a Playstation Vita. Killzone tornou-se mais móvel e Killzone: Mercenary é o primeiro jogo da série a ser lançado para a Playstation Vita.
Como geralmente acontece em todas as migrações de plataforma, o seu lançamento acarretou um certo risco.
O Pplware entrou na zona de guerra!
Para todos os que conhecem a série Killzone, cedo devem imaginar que a história de Mercenary não deverá andar muito longe da dos seus antecessores. O conflito entre os Helghast e as forças da ISA é o motor de arranque para o jogo cuja acção se passa em 2357 quando as forças dos Helghast invadem o planeta Vetka, quase esmagando as forças da ISA.
Antecipando uma derrota quase certa, a Aliança Interplanetática decide contratar Mercenários na tentativa de a evitar. E é esse o mote de Mercenary.
Em Killzone: Mercenary vestimos a pele de um mercenário, de nome Arran Danner que lutará por um objectivo, dinheiro.
A história, que acarreta surpresas no enredo mais adiante, é pouco inspirada ficando deixando ficar a ideia de que serviu apenas para potenciar uma jogabilidade intensa e variada que leva o jogador a poder lutar num conflito mas com uma perspectiva diferente, a de um Mercenário que luta por quem pagar mais.
Mercenary coloca-nos assim no controlo de Danner que logo a partir da primeira missão, na qual invade uma instalação científica lançando-se de Wingsuit, dá para perceber que é o “right man for the job”.
No entanto, e ao longo do decorrer do jogo fica a ideia de que a Guerrilla Cambridge poderia ter sido mais ousada e arriscar novos movimentos, novas mecânicas ou missões.
Desde cedo que nos apercebemos que as missões de Mercenary são, no essencial um pouco repetitivas mas, em simultâneo é algo que funciona bem, pois Mercenary é um FPS e não aspira a nada mais elaborado.
Contudo, é um FPS que, apesar de nos permitir resolver os combates com tiros e granadas, permite-nos a escolha de uma aproximação mais furtiva. E acreditem, as mortes corpo-a-corpo são bastante recompensadoras.
Basicamente, aproximamos-nos sorrateiramente dos inimigos (nem sempre é possível, pois a IA está bastante bem desenvolvida) e quando estamos à distância certa surgem-nos no ecrã uma seta sobre a qual teremos de deslizar o dedo e que provoca o ataque com a faca nessa mesma direcção.
São sequências recompensadoras visualmente e uma das mais-valias do jogo só possíveis pelas capacidades multifacetadas da Playstation Vita
Contudo, apresenta um ponto menos bom que é o facto de quebrar o ritmo, ao levar o jogador a perder momentaneamente o controlo para efectuar o toque no ecrã táctil.
Conforme mencionei acima, se de uma coisa o jogo não pode ser criticado, é de não possuir inimigos inteligentes. Realmente vê-se um bom trabalho neste capitulo e é interessante (e mortal) ver as diferentes táticas adotadas pelos soldados adversários, enquanto nos tentam encurralar, ou quando procuram refúgio.
Como qualquer bom mercenário que se preze, teremos de andar sempre bem armados e para isso teremos de ter dinheiro. No final de cada missão, é-nos feita a análise do que aconteceu e entregue a recompensa. Para isso contam e muito os headshots que conseguimos. São talvez as mortes mais valiosas e com os créditos acumulados podemos adquirir melhorias e outras armas acabando por incentivar o jogador a tentar executá-los o maior número de vezes.
O jogo é um jogo violento, não aconselhável a pessoas susceptíveis, não se poupando a esforços na dose de carnificina servida ao jogador. Sangue, cabeças a explodir, membros a voar .. Mercenary é a guerra pura e bruta.
No entanto, não nos encontramos sozinhos na nossa aventura e temos ao nosso dispor o Mantys Engine que se trata de um robot voador furtivo que consegue, de uma forma despercebida ir até onde nós não conseguimos e eliminar alguns inimigos escondidos.
No que toca ao armamento, temos um bom arsenal a nossa disposição e que pode ser adquirido nas muitas Techshops espalhadas pelos cenários. Além das tradicionais pistolas, shotguns, machineguns, ...temos ainda algumas surpresas especiais, os dispositivos Van-Guards, que ... trazem uma maior e mais espetacular dose de destruição (semelhantes aos bónus de CoD que permitem o uso de avião telecomandado, por exemplo).
Ao longo do jogo, o jogador tem variados contratos que ao aceitar apresentam variados objectivos a cumprir, sendo também uma forma de garantir a concentração do jogador. Além disso, a existência de vários contratos por missão leva sem dúvida a querermos completá-la outra vez mas aceitando outro contrato diferente.
Gostava, no entanto que as missões fossem menos scriptadas e que houvesse real oportunidade de termos um papel mais importante no que vai acontecer. À semelhança do que acontece com outros títulos lançados para a Vita, tornam-se notórias algumas deficiências, forçadas pela própria estrutura da consola. A ausência dos gatilhos R2 e L2 além dos analógicos pressionáveis. Por exemplo, para lançar uma granada, temos de a selecionar antes... o que na PS3 costuma ser feito com o R2, por exemplo.
Há ainda algo que desgostei, … a inexistência de uma opção de gravar o jogo a qualquer momento. Existem inúmeros checkpoints espalhados pelos cenários que o fazem, mas encontram-se muito afastados.
Por fim, de revelar e louvar a existência do multiplayer em Mercenary. Killzone: Mercenary apresenta três modos principais: os normais Mercenary Warfare, Guerrilla Warfare (que correspondem a Deathmatch e Team Deathmatch) e ainda o modo Warzone que apresenta a uma mecânica na qual temos objectivos específicos da missão que vão variando consoante a nossa prestação e que transmite muito maior emotividade ao jogo.
Nota Final- 8,1
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Mercenary foi um risco controlado e a sua migração para a Vita poderia ter dado para o torto, no entanto o trabalho da Guerrila Cambridge acabou por ser um tiro certeiro e o futuro afigura-se risonho. Tem alguns problemas e alguns deles originados pelo próprio facto de ter migrado para uma plataforma completamente diferente mas a essência está lá. Mercenary é um shooter que consegue o que os shooters têm de conseguir, tão depressa conduzindo-nos num ritmo frenético de tiros e destruição mas, em simultâneo, que nos oferece a oportunidade de refrear os ânimos e optar por tácticas mais furtivas. É um jogo muito a ter debaixo de olho para todos os possuidores de Playstation Vita que gostem de shooters.
Gráficos: 8,5
Bons gráficos com ambientes de Vekta e Helghan propícios à acção. Mercenaries tem o ADN gráfico de Killzone.
Som: 8,0
Vozes convincentes a condizer com o resto dos efeitos sonoros.
Jogabilidade: 7,5
Alguns problemas de mapeamento de controlos para a nova plataforma. Ausência de Saves. Alternância de ritmos no mesmo jogo.
Longevidade: 8,0
Contratos no Singleplayer ajudam a aumentar uma longevidade ampliada por alguns bons modos multiplayer.
Género: FPS Plataforma Analisada: Playstation Vita Homepage Killzone: Mercenary
Este artigo tem mais de um ano
Jogar na mini consola é agradável e consome-nos a atenção enquanto estivermos virados para ali, agora… jogar na ps3 na tv led de 65” com um sistema de som a condizer, luzes da sala apagadas e ter apenas aí meu amigo… eu mostro-te o que é adrenalina…
E é de tal forma que qualquer dia a minha mulher ainda me pôe na rua, mais a consola! 🙂
Pelo sim, pelo não, compra uma Playstation Vita… para que se chegar esse dia, vás preparado. 🙂
Quanto ao que disseste concordo que jogar na sala de estar, com tudo o que disseste e um bom sistema de som ainda está muitos furos acima do jogo nas consolas portáteis.
Só pa dizer que tem uma sala de cinema em casa.
Caro Ttded,
leste o artigo acima? A minha percepção de adrenalina não é através das mini-consolas, nem minha nem da maioria das pessoas. Entendo perfeitamente o que o artigo expôe relativamente ao Killzone, ainda por cima é um título preparadíssimo para jogares com mais um amigo teu no mesmo televisor (com écrã dividido) e falo-te da versão anterior killzone3 que tive o prazer de o acabar.
E claro, na minha opinião e de todos os meus amigos que também jogam consola (e olha que já somos todos homens maduros) preferimos sentir estas emoções através do sistema de tv na sala, e obviamente, se podes ter algo melhor porque não comprar?
Portanto, achei de mau tom a tua observação pois em nada beneficia ou prejudica o meu comentário. Porque não transmites antes aqui a tua experiência e partilhas connosco? Isso sim, é uma atitude construtiva. Por exemplo não vi ainda ninguém falar sobre adrenalina total em preferir activar os jogos da ps3 a 3D, por acaso até nem me lembrei disso. Enfim!
Só pa dizer que tem uma sala de cinema em casa.
E você fez o comentário só pra falar q é o pobre da turminha. Previsível e sem criatividade.