Análise Hotline Miami (Playstation Vita)
Para os mais saudosistas que sentem falta dos antigos Spectruns e primeiros PCs, eis um retrocesso no tempo. Hotline Miami, é um jogo que tanto tem de nostálgico, como de angustiante mas, não deixará nenhum jogador indiferente, pelo misto de sensações que despoleta.
Com Hotline Miami, a Abstraction Games lança um titulo bastante arriscado pois a fórmula usada na criação do jogo é tão retro que pode passar ao lado e ser ignorado por uma larga margem de gamers (nomeadamente os mais novos).
No entanto, para todos os restantes que por cá andam há mais tempo, Hotline Miami é um bom Regresso ao Passado!
São inúmeras as ligações que podem ser encontradas, entre Hotline Miami e os primeiros jogos lançados para Spectrum, Amiga ou primeiros PCs. Hotline Miami, é um jogo de acção 2D, com uma perspectiva vista de cima e com um grafismo que faz-nos lembrar que estamos a jogar ainda com monitores CGA. Aliás, esse ambiente retro é uma das principais mais valias de Hotline Miami e o grafismo pobre e escasso acaba por ser o seu ponto forte.
Começando pelo inicio, até podemos afirmar que a história de Hotline Miami nos redirecciona para os 90s. Basicamente é um jogo sem grande enredo, no qual apenas temos de matar, matar e matar. Sim, é isso mas, não pensem que se limita a tão pouco. O jogo tem uma grande dose de estratégia e raciocínio, conforme veremos de seguida.
Em Hotline Miami somos um personagem que se dedica a ... chacinas. Começamos as nossas missões em casa onde, inicialmente recebemos um telefonema com instruções. Vestimos a nossa máscara preferida (há várias a serem desbloqueadas e cada qual com mais valias próprias) e partimos para a morada que a voz do outro lado do telefone nos indica.
Aí chegados ... começa a mortandade.
E precisamente neste ponto que reside a grande mais-valia do jogo. Tipicamente, temos de entrar num edifício com um ou mais andares e despachar todos os seus ocupantes. Há várias armas ao nosso dispor que temos de roubar aos inimigos abatidos, como por exemplo, facas, pistolas, tacos, metralhadoras.
Apesar de termos de eliminar todos os inimigos presentes em cada casa, podemos fazê-lo de uma forma mais aberta aos tiros desenfreados, ou optar por uma atitude mais discreta e usar as armas de arremesso para colocar os inimigos nocautes e finalizá-los com uma violenta e sangrenta sessão de socos, culminada com uma mancha de sangue em redor do vilão.
A questão é que, em cada divisão da casa pode haver um ou mais inimigos e a ordem de os matar é muitas vezes o ponto mais importante. O jogo é acima de tudo um quebra-cabeças no qual temos de identificar qual a ordem pela qual temos de eliminar os adversários. Basicamente temos de descobrir a melhor trajectória para limpar cada andar do prédio, de forma a evitar o confronto com vários em simultâneo, dificultado ainda mais pelo facto de cada inimigo ter uma ou mais rotinas de movimento.
Devo dizer que à medida que avançamos no jogo estes comportamentos se tornam cada vez mais difíceis de controlar e os níveis vão-se tornando sucessivamente mais desesperantes. Nem é apenas pelo facto de os inimigos se tornarem mais inteligentes mas basicamente porque a própria construção dos níveis vai sendo mais complicada para o jogador, adicionando alguns outros elementos, como por exemplo, cães.
Umas das principais dificuldades que encontrei no jogo foi o sistema de mira manual. Existem dois tipos de mira: manual no qual usamos o analógico direito para apontar a mira ou, automático onde tocamos no ecrã da consola em cima do inimigo e ele faz auto-mira. No entanto o método manual é complicado e por vezes, quando em movimento, torna-se pouco preciso e direccionado, fazendo com que o ecrã de Load se veja demasiadas vezes. Felizmente, quando se morre apenas temos de recomeça aquele andar da casa onde nos encontramos e não desde o inicio do jogo.
O jogo, no entanto, decorre com uma nível de vicio e ritmo tão que este tipo de pormenores passa facilmente despercebido.
O jogo apresenta, conforme referi ao inicio, um ambiente nostálgico, viciante mas também angustiante. Nostálgico e viciante pois leva-nos aos tempos idos da década de 90, altura na qual estes jogos reinavam e agora, passados estes anos todos, é como voltar a andar de skate. Angustiante, pois faz-nos cair na realidade e ver a forma como as coisas evoluíram ao longo dos anos e, tal como quem vê agora um episódio da Battlestar Galactica original, ficar com a sensação de ... algo demasiado primitivo.
Hotline Miami é um jogo violento ... aliás, gratuitamente violento. Mas que acaba por ser viciante também por isso. Pela violência e pela forma sanguinária como podemos eliminar os nossos adversários. É também a forma violenta e rápida com que se eliminam os adversários que nos dão um rating no final de cada missão sendo esse, outro factor viciante do jogo ... o querermos sempre mais ... que também nos possibilita ir desbloqueando mais armas, por exemplo.
Nota Final- 7,1
[0................10]
Creio que, para todos os old timers, Hotline Miami é um must have. É muito retro, até mesmo ao nível da banda sonora e efeitos. Fazendo o jogador reviver o seu passado e alguns dos jogos mais emblemáticos de sempre, corre o risco de ser desprezado por toda uma nova geração de gamers que não os conheceram. Pessoalmente, gostei bastante de Hotline Miami e de reviver algumas sensações há muito esquecidas.
Gráficos: 8,0
Os jogadores mais novos vão-me crucificar por esta nota, mas os old gamers vão compreender. O ambiente retro ao estilo 90s está extremamente bem conseguido e é saudável recordar.
Som: 6,8
Banda sonora escolhida a dedo de forma a, por um lado dar um ar nostálgico ao jogo, e por outro, acomodar vários níveis de intensidade de acordo com o que se passa no ecrã
Jogabilidade: 7,0
Brutal a forma simples e viciante como somos convidados a entrar na chacina. Alguns problemas de jogabilidade e de I.A dos adversários, bem como um sistema de miras deficiente minam um pouco a experiência de jogo.
Longevidade: 6,0
Apesar de ser extremamente viciante e convidar constantemente a jogar novamente os níveis terminados, o jogo acaba por ser extremamente curto, com 3/4 horas no total.
Género: Acção
Plataforma Analisada: Playstation Vita
Homepage Hotline Miami
Restantes Plataformas: Windows PC, Playstation 3
Banda Sonora de Hotline Miami
Este artigo tem mais de um ano
podem por Linux, isso saiu no HIB informem-se um bocadinho sobre o que publicam.
Sim, tens razão .. saiu para Linux.
Actualizado!
Já agora aproveito para te perguntar … já jogaste? Se sim, o que achaste?
Thanks!
Saiu na Steam para linux na steam.
Alem de mais o jogo merecia maior nota. o som e muito muito bom. A longevidade para quem quer conseguir os achievements, as marcaras todas, o final especial e estar com o melhor score por capitulo tem mt mais pontuação. Jogabilidade e excelente. Alias IGN e Gamespot deram uma nota de 8.8/8.5 mas se forem ao site mts deram 10. Ate parece que têm medo de dar nota ao jogo por ter um estilo retro. para um Hardcore Gamer como eu digo-vos que deixei de jogar jogos como xcom e infamous para jogar a este. Comprei uma vita desproposito. uma semana depois do jogo estar na psn ficou o top de compras para a vita.
Paguei $2,00 na promoção Steam!
Pela análise aqui feita devo deduzir que não jogaram o mesmo Hotline Miami que eu.
Há pontos em que concordo, por exemplo com o sistema de mira ser frustrante com o comando (algo que não é problemático se jogar no computador com o rato).
No entanto, aquele 6,8 ao som deve ter sido o que mais me indignou nesta análise. Eu posso afirmar com toda a certeza que este é o jogo que melhor banda sonora tem entre todos os jogos que já joguei, e que não são assim tão poucos. As músicas criam um ambiente fantástico e frenético que dá vontade de matar, matar e matar. E sendo este o objetivo do jogo, acho que a banda sonora não poderia ser melhor.
Só uma nota para a longevidade: apesar de não ser um jogo longo, poderá haver secções frustantes e que temos de repetir várias vezes. Por isso aquelas 3/4 horas são um valor que me parece demasiado baixo para as 19 secções de jogo que temos. Eu diria mais umas 6/7/8, dependendo do tipo de jogador.
Pessoalmente, não gostei particularmente da banda sonora, apesar de concordar contigo quando dizes que há algumas faixas que dão mais “power”. Mas tenho de confessar que gostei muito mais da mecânica própria do jogo que nos obriga a pensar em como ultrapassar os inimigos.
O item com pontuação mais baixa é precisamente o que foi mais aclamado na maior parte das reviews.