Análise Donkey Kong: Tropical Freeze (Nintendo Wii U)
Os jogos de plataformas têm sido, na minha opinião, algo desprezados, nos últimos tempos. A maior parte das equipas de desenvolvimento encontram-se mais concentradas em produzir outros tipos de experiências, mais emotivas, mais densas, outros tipos de jogabilidades … descurando um pouco o platforming.
No entanto, a Nintendo continua a apostar fortemente em jogos de plataformas e basta nos lembrarmos das diferentes aventuras de Super Mario para termos um exemplo disso mesmo.
No entanto, um outro herói do Universo Nintendo faz as suas aparições regulares. Trata-se do gorila mais conhecido do Universo dos videojogos, Donkey Kong que recentemente viu ser lançado, Tropical Freeze, a sua mais recente aventura.
O Pplware jogou Tropical Freeze na Wii U.
Como a maior parte dos jogos de plataformas, nos quais a história nem sempre é o mais importante, Tropical Freeze apresenta uma interessante.
A Ilha de Donkey Kong encontra-se sob ataque. Uma horda de animais vindos no Norte Ártico (os Snowmads) encontra-se a atacar a luxuriante e tropical ilha e a transformá-la aos poucos numa ilha gelada.
É claro que Donkey Kong não pode deixar as coisas assim e começa então a nossa aventura para repor as coisas. Com a ajuda de Dixie, Diddy e Cranky Kong, teremos de resgatar a ilha (dividida em 6 áreas distintas: Lost Mangroves, Autumn Heights, Bright Savannah, Sea Breeze Cove, Juicy Jungle e Donkey Kong Island), enfrentando pinguins, morsas e outros animais do gelo.
À semelhança do que se passa com as edições anteriores de Donkey Kong, Tropical Freeze traz-nos a uma jogabilidade típica de plataformas, na qual temos de ir avançando por níveis mais ou menos lineares, repletos de obstáculos, pinguins e afins e, claro está ... horas e horas de pura diversão.
Tropical Freeze mantem as mecânicas da série intactas. Donkey Kong salta, corre, atira caixotes, nada, … qualquer jogador que conheça a série depressa pegará nos controlos e se sentirá à vontade.
Em Tropical Freeze vamos encontrar novamente as peças de Puzzle escondidas pelo caminho. Vamos encontrar como sempre, as letras da palavra KONG, vamos encontrar milhares de bananas para apanhar, vamos ter as tradicionais descidas de carrinhos de carris, vamos descobrir secções de bónus escondidas, vamos defrontar porcos que deitam fogo e peixes que patrulham as águas, ….
Tropical Freeze tem toda a diversão de Donkey Kong e o facto de estarmos a jogar numa televisão só traz mais-valias, apesar de ser nativamente em 720p.
Apesar de extremamente divertido em singleplayer o jogo ganha uma dimensão ainda maior com a inclusão do Multiplayer local, no qual o jogador com o Gamepad controla Donkey enquanto o outro (só permite dois jogadores), controla Diddy Kong, Dixie Kong ou Cranky Kong.
Cada um desses personagens tem as suas próprias características que se vêem a revelar importantes para determinados níveis. Diddy tem um JetPack que lhe permite voar (e se estiver às cavalitas de Donkey Kong também este voa). Dixie tem a capacidade de usar a sua trança como se fossem as hélices de um helicóptero e assim voar bem como uma arma que dispara projeteis de pastilha elástica. Por sua vez, Cranky Kong tem a capacidade de usar a sua bengala como se fosse um pogo, permitindo-lhe dar saltos mais altos e assim chegar a alguns pontos inacessíveis, bem como de ultrapassar determinadas secções com fogo e espinhos sem lhes tocar.
Donkey Kong: Tropical Freeze é, desenganem-se os que consideram estes jogos super acessíveis, um bom e salutar desafio para o jogador. O jogo não é fácil, no sentido de chegar, ver e vencer exigindo ao jogador uma boa dose de atenção, reflexos e coordenação, especialmente se quiser obter o máximo de pontuação em cada nível.
O jogo, com o seu aspecto mais cool e colorido engana, pois o jogador pode erradamente descontrair em demasia e isso paga-se. Uma das coisas a reter é que o tempo de resposta aos eventos que se sucedem é reduzido e essa é também uma das áreas fortes do jogo, obrigando o jogador a estar atento e surpreendendo-o constantemente. A coordenação tem de ser perfeita para se conseguirem atingir os objectivos e conseguir recolher a maior parte dos coleccionáveis e letras KONG. Um salto cedo demais, o uso de uma roldana demasiado tarde ou o ataque irreflectido a um pinguim viking pode significar... menos uma vida.
No entanto, o desafio que se nos apresenta, é um desafio sem stress, pois o divertimento que o jogo nos proporciona ultrapassa qualquer frustração ou fúria momentânea.
Quando jogamos em Multiplayer, que é a forma mais divertida de se usufruir de Tropical Freeze, cada jogador tem os seus corações (vidas) e barra de oxigénio (quando mergulha). No entanto, ambos partilham as vidas. É algo injusto, pois um jogador que esteja sempre a morrer, gasta as suas vidas e as do companheiro sem este ter qualquer culpa.
Os níveis estão, como tradicionalmente na série, criados de forma perfeita e coerente com o jogo que Donkwy Kong representa. Encontram-se ainda com uma estrutura equilibrada, sendo longos o suficiente e com checkpoints bem espaçados. Donkey Kong apresenta uma das melhores jogabilidades no género de plataformas.
Os níveis são variados o suficiente o que faz com que nunca se chegue a gerar uma sensação de repetibilidade.
No entanto existem alguns níveis que não foram feitos para o multiplayer, nomeadamente aqueles em que se tem de ir subindo de plataforma em plataforma, de trampolim em trampolim. Por vezes (muitas, aliás) um dos jogadores cai e sai do campo de visão. Se houverem inimigos em baixo pode acontecer que perca a vida sem poder fazer nada nem ver o que se passa.
Cada nível apresenta desafios e jogabilidade própria. Contudo o facto de podermos apenas jogar com duas personagens de cada vez traz um problema que é o facto de não conseguirmos completar a 100% um nível de uma única vez. Para o completarmos totalmente teremos de o jogar por várias ocasiões com todos os personagens.
Apesar de tudo o que mencionei há um factor menos bom em Tropical Freeze. A migração de Donkey Kong para a Wii U foi feita, como escrevi nas linhas anteriores, sem qualquer perda de valor ou diversão mas, como resultado final sobressai a ideia de que também não houve ganho com a chegada à nova consola. A migração foi feita sem o aproveitamento das potencialidades da Wii U e do seu Gamepad.
O uso do Gamepad deveria ter sido explorado. Por exemplo, no Multiplayer faria todo o sentido que, à semelhança do que muitos outros jogos fazem, o jogador que tem o Gamepad poder usá-lo para ajudar o outro jogador.
Esta é a principal falha de Donkey Kong Country: Tropical Freeze na Wii U. De resto, é puro divertimento.
Nota Final- 8,2
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Donkey Kong: Tropical Freeze chegou em boa hora à Wii U. O jogo representa todo o divertimento que um jogo de plataformas pode apresentar. Com as suas fórmulas de sucesso e acrescentando algumas novidades, Tropical Freeze apresenta uma das melhores jogabilidades encontradas em jogos de plataformas. Com um visual extremamente agradável e uma música tropicalmente acolhedora, o ambiente está criado para um dos jogos do ano. Infelizmente há uma penalização com a falta de aproveitamento das potencialidades da Wii U. Contudo será um dos jogos de 2014, e todos os amantes de plataformas têm aqui um jogo obrigatório.
Gráficos: 8,5
Ilha de Donkey Kong colorida e repleta de vida... Grafismo luxuriante.
Som: 8,0
Misto de melodias típicas com novos sons. Efeitos sonoros tradicionais e coerentes com o passado da série.
Jogabilidade: 7,5
Jogabilidade e interfaces a roçar a perfeição. Grau de desafio colocado ao jogador exigente. Diversidade de mecânicas de cada nível, apresentando obstáculos e soluções diferenciadas. Vários personagens. Mera Migração para a Wii U sem optimização das potencialidades da consola que seria de esperar.
Longevidade: 9,0
A solo ou com companhia, Tropical Freeze é um daqueles jogos que não cansam e que se prolongam no tempo.
Género: Plataformas Plataforma Analisada: Nintendo Wii U Homepage Donkey Kong Country: Tropical Freeze
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