Análise Dead Island: Riptide (Xbox 360)
Se há temática que tem sido bastante explorada nos últimos tempos, tem sido a dos zombies. Seja no cinema, na banda desenhada ou nos videojogos, parece que ao virar de cada esquina encontramos ... um zombie.
Aliás, aproveito para deixar aqui um reminder a todos os interessados pela causa zombie. Em Junho deste ano estreia nos cinemas um filme que promete, World War Z, com Brad Pitt no principal papel e realizado por Marc Forster (007 - Quantum of Solace).
Bem, mas voltando ao nosso tema. Em Abril de 2013 foi lançado Dead Island: Riptide uma sequela de um dos jogos dedicados a zombies que mais mexeu com o panorama gamer.
O Pplware aliou-se à luta contra os mortos-vivos e ... sobreviveu!
A história de Riptide aponta para eventos posteriores ao final do original. Após os incidentes em Banoi, encarnamos a pele de um grupo de sobreviventes que tenta fugir da ilha. Conseguimos escapar de helicóptero mas, algo corre mal e despenhamos-nos, sendo apanhados por um barco da Marinha que supostamente nos levará para segurança. Mas algo se passa. A bordo do navio desde cedo nos apercebemos de que, mais que tentar controlar a contaminação, existem outros poderes ocultos interessados em ... algo mais. Repentinamente, o barco é apanhado pela praga dos zombies, e afunda. Damos por nós a acordar numa praia magnifica e repleta de cor ... a ilha de Palanau.
E assim começa a nossa aventura.
E começa bem. A parte da fuga do barco está bastante emocionante e com momentos de tensão bastante bem vindos, apesar do grafismo aqui ou ali ser, medonho. Quando damos à praia, o cenário paradisíaco acaba por contrastar completamente com o ambiente do barco mas, até que nem é nada de mau.
E comecemos precisamente por aí. Dead Island Riptide funciona numa mecânica de missões. Para a obtenção do objectivo final, que é fugir da ilha, vamos ter de encetar várias quests através das quais obtemos itens, salvo condutos, veículos ... além de nos permitir a evolução do nosso personagem seleccionado.
Até aqui tudo bem, mas o jogo teima em constantemente relembrar o primeiro titulo, podendo mesmo ser considerado mais do mesmo.
E isso acarreta um pouco de repetibilidade na sua mecânica. Vamos ao ponto A, eliminamos os zombies que por lá deambulam e falamos com o personagem Y. Ela dá-nos algo que permite avançar um pouco mais na aventura. E volta tudo ao inicio. Esta mecânica é um pouco repetitiva, especialmente se jogaram o primeiro jogo. No entanto, o mais divertido continua ... matar e dilacerar zombies.
E matar zombies é o que não falta em Riptide. E não só matar. Desmembrar, destroçar, arrebentar ... em Riptide, os zombies são claramente, carne para canhão e todos os amantes de massacres e sangrias desatadas têm aqui um prato bem servido. Largas dezenas de horas que o jogo nos exige de massacre total.
No entanto, apesar de bem servido acaba por se tornar também ele repetitivo. Apesar de termos armas de fogo, estas são raras e as suas munições também pelo que passamos mais tempo de facas, cutelos, machados ou tacos de baseball na mão. Contudo o sistema de ataque com essas armas pareceu-me demasiado exigente. Uma vez que é difícil controlar e apontar a mira dessas armas, somos convidados a metralhar o botão de ataque mas, ... existe uma técnica por detrás... técnica que tem a ver com timing e posição do corpo do personagem. O problema é que muitas vezes, o seu resultado parece ser demasiado aleatório.
Contudo as armas em Riptide têm novamente uma mecânica interessante que é a inclusão do desgaste. Ou seja, vão-se desgastando à medida que as vamos usando, podendo ser arranjadas e até melhoradas em algumas bancadas disponíveis nos diversos mapas do jogo, a troco de dinheiro Dinheiro!!??!!? Estranho ...
De qualquer forma, até essa mecânica acaba por cair um pouco numa situação exagerada em relação à realidade. Por exemplo, um taco de baseball danifica-se mas... que raio de interesse terá em arranjar e como se arranja, um taco partido?
Bem, mas se falamos em armas, temos de falar em adversários e os zombies são autênticos cogumelos. Crescem por todos os lados. Repito ... quem goste de massacrar e trucidar mortos-vivos, este jogo é o ideal.
Agora o facto de existirem resmas e resmas de zombies não quer dizer obrigatoriamente que isso signifique uma dose maior de desafio. Ok, o facto de serem seres desprovidos de inteligência empurram-os apenas na nossa direcção, tal como formigas em direcção a açúcar, o que minimiza bastante qualquer componente de estratégia.
À medida que avançamos na aventura vamos também encontrando algumas subespécies bem mais perigosas de mortos-vivos, como os Spitters por exemplo. Como uma lufada de ar fresco, estes novos adversários trazem-nos algumas mecânicas interessantes. Estes Spitters, por exemplo, cospem veneno que é ... altamente inflamável. Ora se aliarmos a isso um fósforo ou arma de fogo, então as coisas ficam negras para os Spitters.
Por falar em estratégia, os diversos mapas (mundo aberto) oferecem-nos na maior parte das vezes opções diversas para completar as quests havendo também espalhadas pelo mapa, variados cenários diferentes onde encontramos todo o tipo de objectos e ... dinheiro?!??!!?
Tenho insistido com o dinheiro pois, numa ilha mergulhada no caos e onde a sociedade já não funciona, para que é preciso o dinheiro?
Mas enfim ... atrás referi que a mecânica das missões passa por nos deslocarmos um pouco por toda a ilha, e para tal temos alguns veículos à disposição, como jeeps ou barcos. A condução dos mesmos é agradável e competente mas com forte tendência para atropelamentos.
O jogo apresenta também uma forte componente de RPG e à medida que avançamos na história vamos evoluindo também o nosso personagem. As opções são variadas e podem ir de melhorar as nossas aptidões de combate, como aumentar a nossa probabilidade de encontrar algo valioso nos cadáveres ou então uma melhor pontaria. Os pontos de experiência que vão sendo ganhos têm de ser distribuídos com sensatez e essa componente de RPG acrescenta uma maior profundidade ao jogo.
Quando acima referi que o jogo apresenta missões bastante repetitivas, apenas não referi que, aqui ou ali, foram incluídas algumas outras dinâmicas variam um pouco a jogabilidade. As missões de defesa da base, na qual podem juntar-se ate mais 3 companheiros online, são um desses exemplos. Vagas e vagas de zombies tentam penetrar as defesas da base e é nossa missão, defendê-la com tudo o que temos. Desde barricadas de arame farpado, minas, até ao combate corpo a corpo tudo pode acontecer.
Com amigos as missões de defender a base são extremamente divertidas. Pena a falta de interacção entre os jogadores.
No decorrer da nossa aventura, vamos também nos deparando com alguns depoimentos de habitantes da ilha que nos vão relatado os eventos ocorridos no momento da infecção, e isso é importante para manter a história presente.
Uma história que apesar de não ser muito original, aceita-se mas que merecia um pouco mais de emotividade em alguns dos personagens, que mais parecem ... zombies. Se o objectivo era dar aos personagens alguma carga emocional, então o trabalho de casa não foi totalmente feito, tenho de confessar.
Ainda a falar das personagens, creio que já deverão conhecer a maioria, incluindo Sam (combate corpo-a-corpo), Logan (armas de arremesso), Xian Mei (facas e espadas) e Purna (armas de fogo). Surge ainda o enigmático e resistente Jonh Morgan (combate corpo-a-corpo), um renegado da marinha que se encontrava também ele aprisionado no navio ao inicio. Cada personagem tem a suas características próprias o que pode potenciar uma ou outra repetição do jogo.
Graficamente Riptide apresenta-se bom, tendo gostado particularmente dos efeitos atmosféricos e da água, mas existem inumeras ocasiões em que os gráficos não parecem de última geração, apresentando-se bastante fracos.
Há ainda diversas ocasiões em que se revelam quebras inexplicáveis de FPS o que se torna incómodo.
Nota Final- 6,8
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Conforme referi na análise, para quem goste da temática zombie e aprecie a brutalidade gratuita de desmembramentos e mutilações, Riptide é um jogo muito bom. Podemos aniquilá-los de todas as formas possíveis e imaginárias. Com armas, com fogo, com carros, com barcos, com paus, com facas, tacos .. enfim, a imaginação é o limite. Contudo, para os jogadores que apreciem um pouco mais, acaba por ser um pouco decepcionante. O jogo diverte, especialmente se jogado com amigos mas acaba por sofrer algumas falhas incómodas.
Gráficos: 7,0
Dead Island: Riptide apresenta um grafismo que parece algo ultrapassado e a ilha em que caímos, merecia ser ainda mais luxuriante. Apresenta pormenores interessantes como a água e criação dos cenários mas decepciona ao apresentar texturas que não são de última geração.
Som: 6,5
Efeitos sonoros como a água, chuva estão decentes mas os mortos-vivos merecem mesmo ser massacrados. Eles e alguns dos personagens principais são realmente terroríficos de tamanha falta de ... empenho.
Jogabilidade: 6,5
Riptide é um jogo brutal para quem goste apenas de massacrar zombies. Para esses o jogo tem muito para oferecer. No entanto, pede-se um pouco mais e apresenta sérias dificuldades em vários aspectos. Missões muito deja vu, combate corpo-a-corpo é monótono e demasiado aleatório, missões mal estruturadas ...
Longevidade: 7,5
Largas dezenas de horas, que podem ainda ser acrescentadas a muitas mais com amigos online num festim de violência contra os desgraçados dos mortos-vivos. Muitos Achievements para desbloquear.
Género: Survival Horror Plataforma Analisada: Xbox 360 Outras Plataformas: Playstation 3, Windows PC Homepage Dead Island: Riptide
Este artigo tem mais de um ano
Jogo muito bom, sentia-me um pouco perplexo de inicio mas depois de 1 hora tornasse espetacular, quase como quando joguei bioshock, já agora já jogaram o novo Metro Last Light? Está qualquer coisa de espetacular!
Não respondi na altura pois ainda estava no inicio do jogo mas agora já te posso dar toda a razão … Metro: Last Light está fenomenal. Muito bom …
E o Pplware já o analisou … ver aqui.