Psicologia faz parte do desenvolvimento de produtos digitais?
O desenvolvimento de soluções digitais envolve a criação de soluções tecnológicas que vão ao encontro de necessidades específicas do mercado ou dos utilizadores. Mas será que a Psicologia faz parte do desenvolvimento de software?
Ao contrário do que acontecia no passado, o desenvolvimento de produtos tecnológicos integra hoje outras áreas, estratégias, outro tipo de conhecimento, como, por exemplo, a neurologia, psicologia, marketing, hipersonalização, etc.
A psicologia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de produtos, especialmente em produtos digitais. Ao compreender como as pessoas pensam, se sentem e se comportam, os designers e programadores podem criar soluções que melhor se adaptam às necessidades e expectativas dos utilizadores, melhorando a experiência, a usabilidade e a eficácia de um produto.
Aplicações da Psicologia no desenvolvimento de soluções
A psicologia pode ser aplicada no desenvolvimento de produtos de diversas formas:
- Psicologia Cognitiva no Design de Interface (UX/UI)
- Heurísticas de usabilidade
- Princípios como "reconhecimento em vez de memorização" e "feedback imediato" são baseados em como o cérebro humano processa informações.
- Gestalt no design visual
- Princípios como a proximidade, similaridade e continuidade ajudam os designers a organizarem elementos na interface de uma forma que faça sentido e cumpra as necessidades dos utilizadores
- Heurísticas de usabilidade
- Psicologia Comportamental para Aumento de Engagment
- Gamificação: Aplicação de estratégias e mecânicas de jogos (como recompensas, conquistas e desafios) para incentivar o uso contínuo e tornar as atividades mais envolventes.
- Modelos de recompensas variáveis: Produtos como redes sociais ou app de conhecimento podem usar recompensas variáveis para manter os utilizadores incentivados e associados, criando uma resposta psicológica similar ao vício
- Psicologia Social para Produtos Colaborativos
- Dinâmica de grupo
- Plataformas de comunicação em grupo incentivam a colaboração, reconhecendo a importância da psicologia social para melhorar a comunicação e a produtividade.
- Teoria da comparação social
- Apps e plataformas que permitem que os utilizadores comparem o seu desempenho com o de outros, usando a motivação da competição saudável para melhorar a performance.
- Psicologia Positiva para Bem-estar Digital
- Mindfulness e bem-estar
- Dinâmica de grupo
Estes são alguns dos exemplos do uso da psicologia no desenvolvimento de soluções digitais. Recentemente abordamos aqui o tema da gamificação que faz parte da psicologia comportamental para aumento de Engagment.
A isso tudo se chama de Usabilidade, que é a capacidade que um sistema ou aplicação possui que permite ao utilizador fazer determinadas tarefas de forma simples e segura.
Por exemplo, ha quase 100 anos que o manipulo dos piscas, nos automóveis, é sempre do lado esquerdo, e que ao empurrar para cima o comando, é pisca para a direita, e para baixo, é para a esquerda. Essa regra está tão enraizada que praticamente todo o mundo sabe como funciona e é quase natural! A Tesla, achando-se especial, criou o pisca por botões no volante. Nunca testei, mas de certeza que requer habituação, principalmente quando fazemos manobras, o voltante está virado 180º e asssim os botões invertem (nao sei se o sentido dos botoes também inverte) … mas em termos de usabilidade, é uma trampa!
No software é ainda mais importante.
Por exemplo, arrisco-me a afirmar que pelo menos 90% do software e das aplicações web têm algum sistema de autenticação e que as opções de controlo e gestão de perfil de utilizador está acessivel no canto superior direito do site. Piscologia básica: todo o mundo vai lá ver se está essa opção. Não estando, vai perder tempo (e paciencia) à procura….
Um exemplo de erro: hoje em dia, 1o que se faça alguma coisa no site, ou se veja alguma coisa no youtube, é preciso responder e/ou fechar 300 mil popups, ver 50 mil publicidades, aceitar 50 paginas de EULAs que ninguém lê, entende ou quer saber! Imaginem o que seria dos carros se antes de condizer tivessemos que aceitar EULAs, etc… (ah! ‘pera aí! O Nissan Leaf 1.0 faz isso mesmo: antes de se usar os sistemas do carro, é preciso aceitar partilhar a posiçao GPS, etc…).
No inicio do século, a Usabilidade estava muito na moda, era uma ciencia, as empresas contratavam Usability Engineers . Entretanto, parece-me que essas necessidades desapareceram, os FrontEnd developers têm de se preocupar com photoshop, design, html, css, REACT/Angular/Vue.js, REST endpoints, usabilidade, tirar café, por folhas na impressora, deitar fora o lixo, arrumar a sala, etc….
Uma das maiores personalidades em PT foi (e talvez ainda o seja o Filipe Miguel Tavares, que foi premiado internacionalmente. Em PT, existe uma associação: https://usabilidade.org/ que foi fundada pelo FMT.
Parabéns pelo artigo!
Obrigado.
Tiago,
o site https://usabilidade.org, de usabilidade não tem.
Ainda para mais, para além de demonstrar mau exemplo, nos dias não conseguir mostar caracteres especias como acentos, e estar a utilizar xhtml, em vez de html moderno. LOL.
realmente … 🙂 nem tinha reparado nisso 🙂
Web 1.0 outdated, até pelo site referenciado percebemos isso.