Modelos de segurança: CIA, AAA, Zero Trust e SASE
Os modelos de segurança fornecem uma estrutura conceptual que orienta a implementação de políticas, mecanismos e boas práticas destinadas a proteger a informação contra acessos não autorizados, alterações indevidas ou interrupções de serviço. Conheça os principais modelos.
Entre os modelos de segurança mais reconhecidos e aplicados destacam-se o modelo CIA, que define os princípios da Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade, o modelo AAA, que estabelece os processos de Autenticação, Autorização e Auditoria/Contabilização, e o modelo Zero Trust, uma abordagem moderna baseada no princípio de “nunca confiar, verificar sempre”.
Estes modelos, embora distintos, complementam-se na construção de uma estratégia de defesa robusta, garantindo que os ativos de informação são protegidos de forma eficaz e contínua.
Modelo CIA: Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
O modelo CIA é o pilar básico da segurança da informação. Cada componente representa um objetivo essencial para proteger dados e sistemas:
- Confidencialidade
- Garante que apenas pessoas autorizadas podem aceder à informação.
- Exemplo: utilização de palavras-passe, encriptação ou controlo de acessos.
- Integridade
- Assegura que os dados não são alterados indevidamente — mantêm-se completos e fiéis à sua origem.
- Exemplo: uso de assinaturas digitais, checksums, controlos de versão.
- Disponibilidade
- Garante que os sistemas e dados estão acessíveis quando necessário pelos utilizadores autorizados.
- Exemplo: redundância, backups, proteção contra DoS/DDoS.
Modelo AAA – Autenticação, Autorização e Auditoria
O modelo AAA é essencial para gestão de acessos e controlo de utilizadores em redes e sistemas.
- Autenticação
- Confirma quem é o utilizador.
- Exemplo: login com username e palavra-passe, autenticação multifator (MFA).
- Autorização
- Define o que o utilizador pode fazer após ser autenticado. Exemplo: um utilizador pode ler um ficheiro, mas não alterá-lo.
- Auditoria
- Regista todas as ações executadas, permitindo rastrear atividades e detetar anomalias.
- Exemplo: logs de acessos, monitorização de sistemas.
Modelo Zero Trust – “Confiança Zero”
O modelo Zero Trust (ou modelo de confiança zero) é uma abordagem moderna à cibersegurança que parte do princípio de que nenhum utilizador ou dispositivo deve ser automaticamente confiável, mesmo dentro da rede.
Princípios principais:
- “Nunca confiar, verificar sempre”
- Cada acesso deve ser validado continuamente.
- Autenticação e autorização contínuas
- Mesmo utilizadores internos são verificados regularmente.
- Segmentação da rede e princípio do menor privilégio
- Os utilizadores só têm acesso ao que é estritamente necessário.
SASE (Secure Access Service Edge)
O SASE (Secure Access Service Edge) combina serviços de rede (WAN) com serviços de segurança num único modelo baseado na nuvem. Em vez de a segurança estar concentrada no datacenter, passa a estar distribuída pela internet, próxima do utilizador.
Principais componentes:
- SD-WAN
- otimiza e gere ligações entre locais e aplicações.
- CASB (Cloud Access Security Broker)
- controla o uso de aplicações na nuvem.
- SWG (Secure Web Gateway)
- protege contra ameaças na web.
- ZTNA (Zero Trust Network Access)
- aplica o princípio do “nunca confiar, sempre verificar”.
- FWaaS (Firewall as a Service)
- firewall na nuvem.
Os modelos de segurança são essenciais para proteger a informação e os sistemas. O CIA define os princípios básicos, o AAA assegura o controlo de acessos e o Zero Trust reforça a verificação contínua. Já o SASE leva os serviços de proteção para a cloud. Se implementados juntos, estes garantem uma defesa sólida e eficaz contra as ameaças digitais.





















SASE não é um modelo de segurança, é uma framework.. para quem não é noob nisto faz muita diferença.
SASE merecia um deep dive, assim como CNAPP que parece que em PT só meia duzia de empresas sabem o que é.
Tem sido evidente que estás a ter uma forte formação em cibersegurança. Há alguma forma de te contatar por email?
O Pedrocas é CISO do IPG, até o apanhei numa round table num evento da Fortinet.
Agora tem de estudar 🙂
Espero que tenhas gostado 🙂