5G: É “imperativo alterar regras” do leilão refere a APDC
É verdade que o leilão do 5G já está a decorrer, mas tem sido gerada muita controvérsia. De um lado está a Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM) e do outro as operadoras que ameaçam, inclusive, reduzir o investimento.
A juntar-se às operadoras está agora a Associação para o Desenvolvimento das Comunicações que manifestou "enorme preocupação" em torno do 5G, considerando que parece "imperativo alterar as regras" do leilão "no sentido de as tornar mais equilibradas e equitativas" para os interessados.
Prazo para as candidaturas para o leilão do 5G termina esta semana
Muito se tem escrito sobre o 5G em Portugal e as operadoras (Altice Portugal, NOS e Vodafone Portugal) atuais têm mostrado a sua enorme indignação relativamente ao processo e regras. A posição da direção da APDC acontece na semana em que termina o prazo para as candidaturas para o leilão do 5G.
Num comunicado, a APDC refere que...
... enquanto plataforma de debate e reflexão de todos os temas decisivos e mobilizadores da transformação para o digital, assiste, com enorme preocupação, à controvérsia em torno do leilão para a atribuição de frequências, tanto mais porque a mesma parece poder conduzir a uma enorme contração de investimento, em particular num momento em que o país precisa de revitalização, resiliência e de retoma económica
Esta controvérsia assenta no binómio proteção da concorrência no mercado versus proteção do investimento
[A] solução protagonizada neste leilão facilita a entrada de novos operadores com privilégios a eles concedidos que desprotegem o investimento já realizado pelos atuais operadores sem exigir em contrapartida investimento efetivo aos novos entrantes, comprometendo assim o total do investimento a realizar por todos
A associação questiona se "será impossível proteger o investimento ao mesmo que se cuida da concorrência" e se "mais operadores significam necessariamente mais concorrência e mais investimento", considerando que "uma reflexão séria sobre o funcionamento dos mercados de qualquer setor conduzirá à resposta 'não'" em ambas as questões.
A entidade defende que a implantação do 5G "tem de ser um momento para Portugal continuar a afirmar a posição de liderança" que tem tido no setor, sendo "impulsionador do crescimento e da modernização da economia, através da transição dos negócios e da sociedade para o digital, do aumento do emprego qualificado, do incremento da coesão social e territorial do país, promovendo e protegendo o investimento dos vários atores do tecido económico".
Também a COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Inovação se manifestou preocupada com o processo do 5G em Portugal na semana passada.
A Altice Portugal anunciou a suspensão de todos os investimentos em curso e a Vodafone admitiu revê-los. O presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, afirmou que "é evidente" que vai participar no leilão de 5G, mas também afirmou que vai "reduzir o investimento" e a estrutura de custos.
Este artigo tem mais de um ano
A ANACOM está a querer entalar as 3 operadoras de telecomunicações sem razão nenhuma.Mas qual é o seu propósito ?? Eu não percebo,a falar a sério.Mas que mal tem avançar na total plenitude com o 5G em Portugal,que mal tem ?? Só nos trará benefícios,mas será que eles não entendem ?? 😐
Sem razão? As 3 operadoras vivem num cartel…. E mais há outras opções além das mais conhecidas…
As operadoras estão a entalar os portugueses há anos, não há concorrência! Estamos entalados nos preços que eles querem, dizerm que não fizeram aumentos (mentira), dizem que as queixas dos clientes são menores , enfim querem manter o cartel e chamar a maioria dos consumidores estupidos.
E o pressing das operadoras continua a todos os níveis. Resultado final: consumidores portugueses a pagarem com língua de palmo e interesses instalados a beneficiar à grande.
A concorrência será sempre bem vinda, mas não podem desprestigiar quem nas últimas décadas investiu milhões de euros em tecnologias, equipamentos, desenvolvimentos e tudo o que foi montado para as suportar. Terá de haver bom senso para que o licenciamento seja acessível aos novos e aos que já cá estão.
Num estado que funcionasse a sério, todas as operadoras móveis já teriam sido proibidas de funcionar tal é a quantidade de queixas de todos os géneros e feitios.
Dito isto, as empresas investirem milhões não significa nada para a pessoa individual, a maior parte do país não beneficia destes investimentos, apenas as áreas onde está concentrada a maioria da população e ainda assim muitas vezes muito mal servida e sem alternativas… nenhuma das tecnologias (2G, 3G, 4G) garante cobertura integral em todo o país com qualidade ou sequer estar em todo o lado… e depois veem com a conversa do 5G como se houvesse uma grande pressa em implementar algo que apenas uma parte das pessoas do país vai beneficiar e apenas se tiver nas zonas beneficiadas do costume.
Sem pelo menos mais 2 ou 3 operadores físicos não é expectável que o cenário de mau serviço e de degradação dos serviços actuais venha a acontecer… simplesmente as administrações destas empresas têm como principal objectivo deixar os accionistas contentes com grandes lucros, não é querer realmente prestar um bom serviço a toda a gente onde quer que se encontrem no país… e isto não vai mudar nunca, a não ser que a concorrência implemente uma rede que tenha cobertura integral com planos tarifários muito mais generosos e se gabe a todos disso… e claro que as pessoas e empresas saltem fora em vagas de tsunamis das actuais operadoras.
Pessoalmente colocaria como condição mínima para o concurso de facto atribuir frequências que tinha de aparecer pelo menos um novo operador independente dos actuais, que garantisse a tal cobertura integral, ou ninguém recebia nem poderia explorar o 5G em Portugal. Se não são capazes de prestar um bom serviço com o 3G e com o 4G, nada indica que vá mudar com o 5G, pelo contrário tudo indica que vai continuar a mesma porcaria do costume.
Choradinho do costume destas “associações” das quais fazem parte também as operadoras, ou seja, lobbies. Então e a Vodafone e a NOS partilharem infraestruturas? É proteger o investimento? Pois, aí já não conta. A ideia da Anacom é estimular a concorrência, não estão a pedir para darem acesso de mão-beijada a novas operadoras, obviamente que esse acesso seria pago. Noutros países isto já é mais que comum, operadores partilharem rede e infraestruturas. Depois a diferenciação é feita a nível dos serviços. As 3 cartelizadas que se preocupem em oferecer serviços de qualidade.