Novos modelos da OpenAI conseguem deduzir a localização de uma fotografia sem metadados
A evolução da inteligência artificial (IA) generativa traz consigo capacidades incríveis, mas também desafios para a privacidade individual. Recentemente, a capacidade de novos modelos da OpenAI identificarem a localização exata de fotografias tornou-se um ponto de preocupação.
A partilha de conteúdos online é uma constante na sociedade digital. Contudo, muitas vezes não ponderamos a totalidade das informações que inadvertidamente divulgamos, mesmo em fotografias aparentemente inofensivas.
Este cenário assume contornos mais complexos com os sistemas de IA avançados, capazes de extrair detalhes que vão muito além do que é visível à primeira vista. A advertência clássica dos especialistas em privacidade - não publicar online nada que não se esteja disposto a tornar público - ganha uma nova urgência.
A capacidade analítica dos novos modelos da OpenAI
Os mais recentes modelos da OpenAI, nomeadamente o o3 e o o4-mini, demonstram um avanço significativo no chamado raciocínio visual. Estes modelos conseguem analisar imagens com um detalhe notável e integrar essa análise com outras ferramentas, como pesquisas na web ou edição de imagem, para refinar as suas conclusões e fornecer respostas contextuais.
Embora isto possa ser útil para tarefas como decifrar manuais complexos ou interpretar plantas de edifícios, abre também a porta a utilizações potencialmente problemáticas no que concerne à privacidade. A IA já não se limita a reconhecer objetos; compreende o contexto, identifica marcos e relaciona-os com informações geográficas disponíveis publicamente.
Identificação geográfica: a nova "tendência" nas redes sociais
Observa-se atualmente, em plataformas como o X, uma utilização crescente destes modelos de IA da OpenAI para um fim específico: determinar a localização exata onde uma fotografia foi tirada.
Frequentemente, os utilizadores desafiam a IA, simulando o jogo GeoGuessr, e levam o modelo a analisar minuciosamente a imagem, isolar elementos distintivos (como arquitetura, vegetação, sinais de trânsito ou até mesmo detalhes climáticos), procurar correspondências online e, por fim, apresentar uma localização geográfica.
Este processo é eficaz mesmo na ausência de metadados exchangeable image file format (EXIF) que contenham coordenadas GPS. Relatos e testes demonstram que estes sistemas podem alcançar uma precisão impressionante, identificando ruas específicas em cidades a partir de simples imagens ou capturas de ecrã, por vezes em questão de minutos.
IA introduz um novo vetor de exposição, muitas vezes subestimado
Num contexto de conexões, onde a partilha de imagens é omnipresente, torna-se crucial ter consciência de que a localização pode ser descoberta mesmo sem qualquer marcação geográfica explícita.
A capacidade de deduzir informações sensíveis, como a localização, a partir de dados aparentemente inofensivos, redefine os desafios da gestão da privacidade pessoal na era digital.
Embora esta tecnologia da OpenAI possua aplicações legítimas e inovadoras, o seu potencial para usos que invadem a esfera privada exige uma reflexão cuidada e, possivelmente, novas abordagens à forma como partilhamos informação visual online.
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O Google já fazia isso antes da AI, usei algumas vezes em fotos para saber o local e encontrava sempre o local, claro como a AI precisa de elementos tipo prédios, paisagens, quantos mais elementos mais fácil é encontrar uma imagem online.