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Vice-Presidente da Comissão Europeia afirma que a Europa deve desconfiar da Huawei

O clima de mútua desconfiança entre empresas tecnológicas e a Comissão Europeia não é novo. Foram várias as ocasiões em que empresas tecnológicas fugiram às regulamentações da União Europeia e esta está agora, mais do que nunca, atenta à atividade destas empresas.

No seguimento de vários acontecimentos que envolvem a Huawei, Andrus Ansip, Vice-Presidente da Comissão Europeia, afirma que a Europa deve desconfiar e estar preocupada com a Huawei.


O Comissário Europeu alerta para os riscos de segurança e para a indústria do bloco de países da UE que podem derivar do crescimento cada vez mais acentuado da Huawei e outras empresas tecnológicas chinesas.

Do we have to be worried about Huawei or other Chinese companies? Yes, I think we have to be worried about those companies. As normal, ordinary people we have to be afraid.

O crescimento notável da Huawei, uma das maiores empresas do país oriental, a conjugar à proximidade desta com o governo da China têm levantado várias questões. Foi este o ponto de partida de Andrus Ansip, que se referia à possibilidade de a Huawei ter ferramentas de espionagem acopladas ao governo chinês e ainda questões relacionadas com a regularidade financeira da empresa.

Segundo a agência Reuters, a Huawei já respondeu às declarações do Comissário Europeu, afirmando estar desapontada com o sucedido e que não coloca qualquer tecnologia de espionagem nos seus dispositivos.

Huawei has never been asked by any government to build any backdoors or interrupt any networks, and we would never tolerate such behaviour by any of our staff. Cyber security needs to be addressed jointly at a global level, and equipment vendors should not be treated differently based on their country of origin.

Os casos de boicote e desconfiança perante a tecnológica chinesa não são novos, sendo bastante conhecida a guerra comercial entre os Estados Unidos da América e empresas chinesas.

Para além disso, a detenção de Meng Wanzhou, CFO da empresa chinesa e filha do fundador da Huawei, que decorreu ontem no Canadá por ordem dos EUA, levantou ainda mais questões sobre a regularidade financeira da empresa. Como é sabido, a UE tem tradição em controlar bem as empresas tecnológicas quanto às suas fugas aos impostos. A Huawei fica agora numa situação mais frágil no Velho Continente.

As consequências de todos estes acontecimentos já se estão a refletir na empresa chinesa, que foi descartada da implementação da rede 5G na Austrália e na Nova Zelândia, por aparentes pressões dos EUA.

Contrastando com outros países, Portugal não ordenou qualquer boicote à Huawei, sendo que a empresa chinesa efetuou nos últimos dias uma parceria com a Altice para o desenvolvimento da tecnologia 5G no nosso país.

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