Vendas de bunkers nucleares disparam, mas afinal podem não ser assim tão seguros
Com a instabilidade geopolítica que se vive no mundo, há cada vez mais gente que não quer facilitar. Por isso, as vendas de bunkers nucleares estão a disparar, mas os especialistas alertam que o nível de proteção que oferecem não é suficiente caso aconteça o pior.
Bunkers nucleares são tendência nos EUA
As vendas de bunkers nucleares registaram um aumento significativo, impulsionadas por receios crescentes de conflitos globais, mudanças climáticas e desastres naturais. O país onde mais estruturas do género se vendem são os Estados Unidos da América, o que não é de admirar, tendo em conta a fixação securitária que os americanos demonstram.
No entanto, os especialistas têm alertado que muitos destes refúgios não oferecem a proteção necessária em caso de uma catástrofe nuclear ou outros eventos de grande magnitude. Ou seja, podem ser um absoluto desperdício de dinheiro.
A instabilidade política global e as tensões entre potências nucleares, como os EUA, a Rússia, a Coreia do Norte ou a China, têm gerado uma sensação de insegurança entre a população. Este clima de incerteza levou a um aumento na procura de bunkers, com empresas especializadas a reportar um crescimento expressivo nas vendas.
Além dos conflitos armados, a pandemia de Covid-19 despertou uma consciência coletiva sobre a fragilidade das infraestruturas globais, levando muitas pessoas a investir em soluções que consideram ser mais seguras para proteger as suas famílias e bens em situações extremas.
Podem não ser a solução
Apesar do aumento nas vendas, especialistas alertam que nem todos os bunkers disponíveis no mercado são eficazes para enfrentar cenários extremos, como ataques nucleares.
Muitos dos modelos comercializados atualmente são projetados apenas para proteção básica contra desastres naturais, como furacões ou tornados, e não conseguem isolar completamente os ocupantes de radiação ou gases tóxicos.
E quais são as limitações destes bunkers nucleares? Desde logo o isolamento contra a radiação. Para serem eficazes contra uma explosão nuclear, os bunkers precisam de materiais altamente resistentes, como aço reforçado e betão com proteção contra radiação. Muitos modelos disponíveis no mercado não cumprem esses requisitos.
Depois há a questão da filtragem do ar. Um sistema de ventilação inadequado pode permitir a entrada de partículas radioativas ou gases tóxicos, comprometendo a segurança dos ocupantes.
Finalmente, temos a autossuficiência limitada. Embora muitos bunkers sejam vendidos como soluções "autossuficientes", a maioria não tem capacidade para sustentar os ocupantes durante períodos prolongados. A falta de recursos como água, alimentos e energia pode ser um problema crítico.
O papel do medo na procura de bunkers
Os psicólogos apontam que o aumento na procura por bunkers nucleares reflete uma tendência de reação ao medo e à incerteza. Em momentos de instabilidade global, as pessoas procuram soluções tangíveis que lhes ofereçam um sentido de controlo sobre situações que estão fora do seu alcance.
Mas os especialistas alertam que esta sensação de segurança pode ser ilusória. A aquisição de um bunker sem compreender as suas limitações pode levar a uma falsa sensação de proteção, colocando os seus ocupantes em risco numa situação de crise real.
Mais do que investir em soluções físicas, é recomendável que os governos e as populações priorizem estratégias coletivas, como o fortalecimento da diplomacia internacional e o combate às causas de insegurança global. Afinal, um mundo mais seguro e estável é a melhor proteção contra desastres de qualquer natureza.
com estes duram mais 5 minutos…