Teletrabalho: monitorizar o computador dos trabalhadores já está a demitir funcionários
O teletrabalho tornou-se prática para muitas empresas que viram a produtividade dos funcionários a aumentar. Contudo, os abusos também são conhecidos por parte de muitos trabalhadores que acabam por não cumprir com os objetivos. A monitorização dos computadores poderá ser uma prática crescente para verificar o tempo de trabalho e há empresas que já estão a demitir baseadas nessas informações.
Se o trabalho for bem feito e responder às exigências da empresa e dos seus clientes, então, em muitos casos, será indiferente se o trabalho é executado a partir de um escritório da empresa ou da mesa da cozinha do funcionário.
Contudo, o teletrabalho que está instituído em muitas organizações desde 2020 com a pandemia, tem vindo a revelar alguns casos de falta de produtividade de algumas pessoas. Acabam por nunca estar "online" a não ser quando existem reuniões, o trabalho não é entregue a tempo, há trabalho mal feito... E se estes casos num grupo que trabalha num mesmo espaço físico acabam por ser facilmente detetados, à distância dos computadores poderá ser mais difícil.
Uma funcionária de uma seguradora há 18 anos, foi demitida por não estar a cumprir com os objetivos da empresa nem com os horários acordados em teletrabalho.
A seguradora recorreu a tecnologias de keystroke para perceber se os horários estavam a ser cumpridos e os resultados acabaram por ir de encontro àquilo que já suspeitavam.
O sistema de monitorização foi utilizado durante 49 dias e foi capaz de revelar que a funcionária, em 44 dias não trabalhou as horas registadas, começou a trabalhar mais tarde 47 dias e terminou mais cedo 29 dias. Além disso, em 4 dias não trabalhou uma única hora.
Qual o problema desta demissão?
A questão que se levanta nesta demissão que está a ser utilizada como exemplo, é a da privacidade e o facto da funcionária desconhecer que estava a ser sujeita a este tipo de mecanismo.
Um estudo de 2021 revelava que 60% das empresas utilizam algum tipo de software para monitorizar as atividades dos seus funcionários. Dessas, 65% afirmam que os utilizam para verificar se o colaborador cumpre o horário de trabalho e 79% referem existir a necessidade de saber como é que o colaborador passa o tempo de trabalho.
Existem países cujo o Estatuto do Trabalhador dão aos funcionários o direito de conhecer e dar consentimento do uso destas tecnologias, como acontece em Portugal. Contudo, a funcionária da empresa australiana em exemplo, recorreu à Comissão de Trabalho Justo (FWC), para contestar a decisão da empresa, mas o pedido de demissão injusta foi-lhe recusado, tendo sido concluído que ela tinha sido demitida por "um motivo válido de má conduta".
De acordo com as conclusões do FWC, a funcionária foi demitida a 20 de fevereiro por perder prazos e reuniões, estar ausente e incontactável e não concluir uma tarefa que levou o regulador do setor a multar a seguradora Insurance Australia Group.
Este artigo tem mais de um ano
Por momentos pensei que tivesse sido cá
“Existem países cujo o Estatuto do Trabalhador dão aos funcionários o direito de conhecer e dar consentimento do uso destas tecnologias, como acontece em Portugal. “??? Qual estatuto do Trabalhador???
Recordo o que a CNPD diz sobre o consentimento no âmbito Laboral: “…. no contexto laboral, o consentimento do trabalhador não é um fundamento de legitimidade idóneo. Por um lado, porque devido ao desequilíbrio da relação entre o empregador e o trabalhador, o consentimento não seria efetivamente livre, o que é uma condição essencial para que o consentimento seja considerado válido; por outro lado, porque os tratamentos de dados relativos aos trabalhadores estão na maior parte dos casos previstos e regulados por lei e/ou são necessários para a execução do contrato de trabalho entre o empregador e o trabalhador.”
Também não conheço na Lei, onde venha previsto que o empregador possa em Portugal utilizar estes meios de vigilância à distância, mesmo em contexto de teletrabalho. Aliás, lendo o artigo 170.º n.º 5 do Código do Trabalho temos que: ” É vedada a captura e utilização de imagem, de som, de escrita, de histórico, ou o recurso a outros meios de controlo que possam afetar o direito à privacidade do trabalhador. “
Era o que faltava o RGPD não permitir o controlo de assiduidade dos funcionários.
Criem uma empresa e mandem o pessoal todo para casa em teletrabalho sem controlo.
Depois paguem as contas no fim do mês.
Uma boa empresa sabe comparar os resultados do trabalho em escritório e do trabalho remoto, mas como em Portugal só se sabe mandar e não liderar é normal que exista esse medo
O problema não é comprar resultados e saber que o funcionário está a fazer menos, é ter motivos para despedimento por justa causa, que mesmo que seja claro que o funcionário anda a passear e sem fazer nada… Não pode o despedir.
Se mesmo num trabalho presencial, há baixas por o gato mordeu me.
Os meninos são contrariados e no dia seguinte parecem com baixas de 2 semanas.
Andam a engonhar sem fazer nada, e mesmo assim apertados para trabalhar, passa ao lado e não fazem.
Isso gera um problema gigante nos restantes trabalhadores, ” tive um aumento de 100€, o outro não teve mas ele está há 3 anos na empresa e nem fazer 50% que eu faço, vale a pena esforçar me??”
É por isso que neste país nunca se sai da cepa torta. Continuamos com a mentalidade de capataz e criados da roça.
Não se deve controlar o que os empregados andam a fazer. Deve-se controlar se o trabalho está a ser feito ou não. Controlar o trabalho chama-se gestão… controlar pessoas chama-se policiamento. E na maioria dos casos o policiamento é a única coisa que muitos chefes sabem fazer na sua vida e daí o seu antagonismo para com o teletrabalho.
Não é o RGPD que proíbe, em Portugal, a utilização de sistemas de monitorização do trabalho dos funcionários, é mesmo o Código do Trabalho em vigor.
Se alguém for despedido por recurso a registos de monitorização, é garantido que em tribunal esse despedimento é considerado inválido e a empresa não só paga as custas do processo, mas também paga a multa prevista na lei e tem de readmitir o funcionário despedido para o mesmo cargo e com o mesmo ordenado.
Mas trabalhar é igual a teclar?? Está bem tá….
Depende do trabalho, não ?
Conheço pessoas que que vivem sozinhas e vão trabalhar presencialmente todos os dias, quando só estão obrigadas a ir 2 ou 3 dias por semana. Precisam de conviver com os colegas.
Esta senhora vivia sozinha e com muitos problemas mentais. Não creio que o teletrabalho permanente lhe tenha feito bem. É óbvio que a empresa percebeu que ela estava com problemas mas nada fez para a ajudar, limitou-se a recolher provas para a despedir com justa causa. Ao fim de 18 anos na empresa creio que merecia mais.
https ://expresso.pt/economia/2020-04-23-Como-controlar-os-empregados-a-distancia–CNPD-explica-o-que–nao–pode-ser-feito
“Não são as pessoas que você demite que tornam sua vida miserável. São as pessoas que você não demite.” – Dick Grote, Discipline Without Punishment: The Proven Strategy That Turns Problem Employees into Superior Performers
Que vidão hemmm ôôô…, Mas agora é demissão legal né sô…, RUA…
Algum mereciam o só rua…
Antigamente não entendia o porquê de as empresas contratarem só pessoas com experiência.
Agora percebo perfeitamente, e ainda digo mais, só contractos pessoas com filhos casadas e com obrigações fora do trabalho.
Putos de 20 e poucos anos que vivem na casa dos pais nunca mais.
Sentido de responsabilidade é 0, não precisam do trabalho, pensam que são alguma coisa ao fim de 1 ano de experiência.
Pensam que a vida profissional é igual a faculdade que podem faltar a segunda ou a sexta para ir para os copos.
Por outro lado as pessoas que tem vida lá fora, tem outros problemas, filhos, cuidar da família etc.
Mas isso são situações pontuais e tem sentido de responsabilidade.
Prefiro um funcionário que falte porque tem de levar o puto ou a mãe ao médico e falte e dia todo, que o puto irresponsável que não apareceu acordar cedo, ou que vem para o posto de trabalho arrastar as botas porque esteve a noite toda na Borga.
Já toda a gente sabe, dia de teletrabalho = dia santo em casa. Óptimo para trabalhar sem distrações, a ver séries, dormir. Até a zoom já solicitou o regresso total ao escritório. Só não vê quem não quer e quem quer continuar a enganar.
Deves falar por ti..
Eu faço teletrabalho alguns dias e trabalho tanto ou melhor que no escritório. Commuting não faz sentido nenhum.
O que não falta é malta no escritório só a tomar café e à conversa.
Fale por ti. Como é que alguém consegue dormir mutante teletrabalho com o telefone tocando ou chat chamando a cada 10 minutos? Chamados chegando, usuários chamando? Deves trabalhar batendo carimbo. Fale por seu trabalho.
Vá lá, agora em português para alguém perceber o que está a dizer.
Convém saber do que se fala. Onde trabalho, os chefes vão todos os dias e o pessoal 2 ou 3 dias por semana.
Uma coisa foi mandar as pessoas para casa no período da COVID. Havia teletrabalho por necessidade, mas não por organização racional do trabalho – ou seja, em rigor, não havia teletrabalho. Atualmente sim, há teletrabalho e muitos fatores são levados em conta – desde o controlo da assiduidade aos resultados. A ZOOM quer voltar ao trabalho presencial permanente? Do que eu tenho notado, o que se está a caminhar é para um regime misto, com dias de trabalho presencial e dias em teletrabalho.
Obviamente que em tudo na vida havera abusdores e chicos espertos. No teletrabalho nao sera excepcao. Mas tambem se fazem isso no teletrabalho significa que no escritorio o rendimento era igual. Por isso sera sempre um pessimo funcionario em teletrabalho ou escritorio.
Ora nem mais.
Acho piada que todos os que vejo a reclamar sobre o teletrabalho é malta que trabalha em fábricas/produção e não podem fazer teletrabalho (estudassem). Ou então é malta que de alguma forma é “chefe” e eles só são necessários na empresa se a malta estiver lá a trabalhar, senão também estão lá a coçar o esquerdo e direito lol
Imagine um mundo em que todos estudassem e fizessem teletrab como iria comprar os bens que necessita? Utopias!!!!
Entretanto já vamos usando pseudo escravos monhés, ou quando houver robôs para o trabalho de produção.
É óbvio que nem todo trabalho é elegível ao teletrabalho.
Essa do “estudassem” é do mais reles que existe. Se todos “estudassem” então não havia ninguém para o atender a si em lado nenhum. Na bomba, no supermercado, na escola, para repor os produtos nas prateleiras para você os comprar, transportes públicos e de bens e produtos, agricultores, técnicos para lhe reparar electrodomésticos ou avarias na casa, trolhas, pedreiros e uma infinidade de profissões nas quais não é possível o recurso ao teletrabalho, muitas vezes não é o estudar, é o nascer em berço de palha e não ter cunhas e amigos nos lugares certos. Muitas vezes perdem-se bons trabalhadores porque os tais outros que estudaram com cunhas e amigos lhes tiraram essa oportunidade e no entanto apesar do bom currículo não valem nada como profissionais. Um ser humano não se mede pelos estudos que tem mas sim pela forma como trata os outros. Eduque-se e tenha um bocado mais de respeito e de humanidade que esse tipo de comentários só lhe ficam mal. Talvez os seus pais não “estudaram” nem fizeram teletrabalho como os meus, mas com certeza mataram-se a trabalhar no duro para lhe colocar comida na mesa, roupa lavada e o educar.
Já agora que colocou as palavras “fábrica”, “produção” e “estudassem” na mesma sentença, talvez os seus pais muito tiveram que trabalhar nessas fábricas para juntar dinheiro e pagar-lhe os estudos para você hoje andar aqui a vangloriar-se do teletrabalho e a desprezar os outros trabalhadores. Em plena pandemia enquanto você estava sentadinho no conforto e segurança da sua casa a teletrabalhar, muitos bons pais e mães de família andavam nas ruas a colocar a própria vida deles e das famílias em risco para lhe poder entregar as compras em sua casa, muitos trabalhadores da EDP a fazer reparações para você ter electricidade ininterrupta para teletrabalhar e lazer, outros para transportar bens alimentares para você e a sua familia comerem. Nem todos os trabalhos podem fazer uso do teletrabalho, portanto deixe de menosprezar e usar isso em tom depreciativo. Pense bem nisso e reveja a forma como pensa se não quer andar por essa vida a bater com a cabeça nas paredes. Antes que venha dar a típica resposta, sim trabalho em fábrica, sim estudei, não tenho cunhas nem amigos, comecei por baixo e graças a Deus subi sozinho na vida até onde estou hoje. Graças a Deus nunca me faltou nada. Graças a Deus tive que marrar no duro e engolir muitos sapos para hoje em dia saber o quanto custa e assim saber respeitar os outros. Não gostou? Então deixe na beira do prato.
Parabéns pelas sábias palavras. Os putos de hoje não sabem o que é ser humilde!
O teletrabalho vai ser o futuro, e há de haver sempre empresas que irão controlar o trabalhadores de alguma forma. Agora será legal ou não? Terão os patrões direito a isso de ver e ouvir o que se passa em casa do trabalhador? Eu acho que em casa o trabalho rende mais, e se calhar fazer uma pausa a cada duas horas de trabalho seria , se calhar, o ideal.
Há sempre os abusadores do teletrabalho e mais ainda os que passam os dias em presencial a passear dossiers e a passar o tempo no café.
Eu adoro o teletrabalho, tenho mais rendimento e perco menos tempo em deslocações.
Por vezes digo, e já o disse a antigos chefes: “querem o trabalho feifo, ou o pessoal cá a passarinhar?” Longa vida ao teletrabalho!
Não consigo perceber como é que uma empresa pode sentir a necessidade de confirmar se a pessoa está online ou a fazer algo diferente.
Eu tenho teletrabalho a 100% só vou ao escritório para ver os colegas quando quero e combinamos devidamente, mas todos os dias tenho tarefas atribuídas e têm que aparecer feitas, se andar o dia todo a assobiar eventualmente tenho o chefe à perna a perguntar que raio se passa para estar tudo por fazer… Isto não inválida por às vezes sair um pouco mais cedo ou uma hora de almoço mais longa, mas no final do dia o que me foi pedido tem de estar feito…
Exato. Sem contar o telefone que está sempre a tocar.