Teletrabalho: Há empresas com sistemas de vigilância e controlo ilegais
O teletrabalho ganhou especial destaque durante a pandemia e algumas empresas adotaram mesmo esta forma de trabalho. No entanto, sabe-se agora que há empresas a usar meios ilegais para controlar teletrabalho em Portugal.
Teletrabalho: 49,3% dos trabalhadores dizem que empregador usou métodos do controlo
O teletrabalho continua a ser um modo de trabalho em Portugal, mas há empresas que estão a usar sistemas de vigilância e controlo ilegais dos seus funcionários. Segundo dados recentes, quase metade dos trabalhadores remotos (49,3%) dizem que o respetivo empregador recorreu a métodos para controlar o horário do teletrabalho que violam as diretrizes definidas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).
Os dados foram avançados pelo Dinheiro Vivo , que cita o “Estudo sobre o teletrabalho e os seus desafios na nova conjuntura”, encomendado pela UGT e coordenado por Paulo Pedroso, professor do ISCTE-IUL e antigo secretário de Estado. Segundo o estudo, vários inquiridos afirmaram ainda que lhes foi pedido que mantivessem a câmara de vídeo ligada permanentemente (21%), além de “ter havido recurso a software de captura de imagem do ambiente de trabalho” (19%).
O coordenador do inquérito, Paulo Pedroso, constata que "as empresas portuguesas ainda têm uma visão antiga e que passa por uma gestão através do controlo horário e não em função dos resultados", afirmou ao Dinheiro Vivo. "É impressionante o facto de ainda haver entidades empregadoras que não ligam à proteção de dados e usam meios intrusivos, não aceitáveis para controlar o teletrabalhador", sublinha.
O teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho à distância consiste numa prática de trabalho efetuada à distância, por exemplo, a partir de casa, a qual é executada autonomamente, com o recurso ferramentas digitais de comunicação e de colaboração entre as entidades envolvidas (empresas, colaboradores e clientes).
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E a seguir vão descobrir que a água é molhada
Tecnicamente, a água não é molhada. A água tem a capacidade de molhar os objectos com os quais interage. http://scienceline.ucsb.edu/getkey.php?key=6097
lol
«…encomendado pela UGT e coordenado por Paulo Pedroso…»
Para quem tenha memória .. acho que não é preciso dizer mais nada quanto à credibilidade e interesse prático deste estudo fundamental para a economia portuguesa.
A pessoa é duvidosa.
Mas isto acontece infelizmente.
49%? cheira-me que há pessoal que considera que entrar em reuniões de trabalho é um método de vigilancia 😀
Cheira-me que tu não sabes o que dizes.
claro, nem estou em teletrabalho nem conheço algumas centenas de pessoas de empresas diferentes em teletrabalho…
“Paulo Pedroso, constata que “as empresas portuguesas ainda têm uma visão antiga e que passa por uma gestão através do controlo horário e não em função dos resultados””… é isso, cumprir com um horário de trabalho é muito antigo!
Uma empresa que tem um horário de expediente “nine to five”, em que o funcionário, para além das suas tarefas técnico/administrativas, tem que dar resposta às solicitações que lhe são colocadas pelos clientes externos e internos… se resolver começar a trabalhar de madrugada, está na sua plenitude de direitos… os colegas que atendam as chamadas e que resolvam os pepinos que deveria ser ele a resolver, porque essa coisa do horário de trabalho fixo é antiga e o funcionário não é relapso… é só moderno!!
É necessário distinguir entre pequenas ou microempresas em que não existe normalmente separação de funções e é tudo do primeiro que apanhar, e entre empresas com uma dimensão maior, em que existe atribuição de funções e clareza na definição de responsabilidades, com funcionários e turnos associados atribuídos a clientes específicos. Claro que a realidade nacional é sobretudo a realidade das pequenas e das microempresas que constituem o grosso do tecido empresarial, pelo que se tivermos apenas em conta essa realidade, a nossa visão tem tendencia a tornar-se algo enviesada. Posso-lhe assegurar, por experiência própria, que é perfeitamente possível estar em teletrabalho e atender chamadas, quer através de extensões remotas quer através de contactos via whatsapp. É questão de partilhar o contacto precisamente com os clientes. O teletrabalho não obsta também a que se participem em reuniões internas e externas remotas ou presenciais com colegas, clientes ou fornecedores de bens e serviços e, no meu entender, permite gerir melhor a produtividade e os resultados finais de um funcionário e de grupos de funcionários, porque forçosamente todo o workflow ficará registado, se assim a empresa quiser proceder. Não é propriamente “rocket science”.
O insucesso do teletrabalho só se dá nos casos em que não existe a menor organização na empresa, o que infelizmente é a realidade da maior parte do nosso tecido empresarial de pequena dimensão. Não é uma forma de culpabilizar as pequenas empresas mas apenas o reconhecimento da nossa realidade nacional. Temos todos de melhorar, ao fim e ao cabo.