Roubo no Louvre: quando a palavra-passe é ‘LOUVRE’, nem a Mona Lisa segura o riso
Abriu telejornais em todo o mundo, foi manchete na internet em todas as línguas e tudo apontava para um golpe digno de um grupo altamente organizado, com métodos à moda de James Bond. Afinal, o roubo do Louvre foi uma "anedota", começando logo pela palavra-passe que desativava o sistema de segurança: LOUVRE.
O sistema de segurança tinha palavras-passe triviais
O “roubo do século” continua a abalar a França, e alguns jornais revelaram falhas de segurança sensacionais no museu mais visitado do mundo. Documentos oficiais datados de 2014 e atualizados até 2024 parecem mostrar que as palavras-passe dos sistemas de videovigilância eram extremamente simples: “LOUVRE” e “THALES”, os nomes do museu e do software de segurança responsável pela sua proteção, respetivamente.
A descoberta, noticiada pelo Libération, lança uma luz crítica sobre um sistema considerado impenetrável, mas que revela vulnerabilidades claras. A ministra da Cultura, Rachida Dati, inicialmente defensiva, declarou que “os alarmes soaram”, mas mais tarde reconheceu, perante a Comissão de Cultura do Senado, que “houve falhas de segurança” e que será necessária uma investigação completa para determinar quem é o responsável.

Entre as peças roubadas no assalto ao Louvre estavam joias históricas avaliadas em milhões de euros, incluindo uma coroa e um colar da rainha Maria Amélia, adornados com safiras e quase 2.600 diamantes, e um conjunto de esmeraldas e diamantes da imperatriz Maria Luísa. Também desapareceu um broche da imperatriz Eugénia, adquirido pelo museu por 6,72 milhões de euros, embora a sua coroa tenha sido recuperada danificada horas depois. O diamante de 140 quilates, avaliado em cerca de 56 milhões de euros, acabou por escapar ao roubo.
No dia 20 de outubro, pouco depois da abertura do museu, um camião grua estacionado de forma incorreta na fachada voltada para o Sena facilitou um dos roubos mais ousados da história do Louvre. Dois homens invadiram a Galeria Apolo, uma sala que alberga alguns dos tesouros mais valiosos de França, cortando as vitrinas com rebarbadoras em poucos minutos.
O saque, avaliado em 88 milhões de euros em joias, foi recolhido e transportado por cúmplices que aguardavam em motas Yamaha T Max.
Palavras-passe e vulnerabilidades de segurança
As câmaras, que deveriam documentar todo o roubo, registaram imagens pouco nítidas e incompletas. Após uma semana de investigações, a polícia francesa realizou duas vagas de detenções, nos dias 25 e 29 de outubro, colocando um total de sete pessoas em prisão preventiva.
Quatro foram formalmente acusadas de roubo organizado e conspiração criminosa, enquanto três foram libertadas. Os principais suspeitos, dois homens de 37 anos, tinham antecedentes criminais por roubo desde 2015 e residiam em Seine-Saint-Denis.
A questão mais embaraçosa diz respeito à gestão digital do museu. Em dezembro de 2014, três peritos da Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI) realizaram uma inspeção à rede informática do Louvre, analisando câmaras, alarmes e controlos de acesso.
O relatório destacou um risco significativo: qualquer pessoa que obtivesse controlo da rede poderia facilitar roubos de arte.
Palavras-passe previsíveis ou triviais são, portanto, um dos elementos mais críticos de todo o sistema de segurança que permitiu o assalto do século.
A fortaleza caiu sob o olhar do seu próprio guardião
O Louvre, símbolo mundial da arte e da cultura, encontra-se agora sob intenso escrutínio público e mediático. O caso revelou problemas de gestão, manutenção fragmentada e falta de transparência. Para a ministra Dati, candidata à presidência da Câmara de Paris, o roubo representa um duro golpe político. A investigação administrativa continua em curso, mas o dano à reputação é já evidente: o museu que alberga a Mona Lisa não conseguiu proteger nem a si próprio.
Este episódio torna-se emblemático do paradoxo tecnológico moderno: ferramentas avançadas que deveriam garantir segurança podem, se mal geridas, transformar-se no ponto mais vulnerável de instituições aparentemente sólidas.



























e ainda há quem critique os “tugas” !!!
Todos merecem as criticas quando fazem m…
Os dois homens na imagem não têm relação com o crime:
https://www.snopes.com/fact-check/louvre-heist-suspects-satire/
A parte que mais apreciei – o anúncio da empresa alemã que fabricou a escada que se vê nas fotos:
“Quando você precisa de se mover rapidamente, o Böcker Agilo transporta os seus tesouros de até 400 kg a 42 m/min — silencioso como um sussurro.” 🙂
Video da reconstituição do assalto, legendado em português
Encostaram a escada elevatória (pertencente a uma empresa que aluga esses equipamentos, não foi esclarecido publicamente se os ladrões a alugaram ou desviaram) e acederam a uma varanda. Com uma reverbadora forçaram a porta e as vitrinas. Obviamente os empregados do museu não estão preparados para uma situação destas ou fizeram apenas o que o protocolo lhes manda fazer, que é evacuar os visitantes.
https ://sicnoticias.pt/mundo/2025-10-26-video-reconstituicao-do-assalto-ao-louvre-minuto-a-minuto-3c3a36c0
E a sorte deles é que a Mona está Lisa, senão até ela era roubada! 😀
Inacreditável! Não estamos a falar de uma empesazeca ou um clube recreativo numa aldeola perdida.
Como diria o capitão Haddock…. Com raios e coriscos!!
Alguém, do Estado Português, ou contratado pelo mesmo, que vá testar a segurança do Museu do Tesouro Real, em Lisboa.
Se o Museu do Louvre estava assim tão mau, talvez seja boa ideia ver como está o Museu do Tesouro Real. Eles gabaram-se bastante a segurança, mas quando aquilo está aberto ao público, como foi o caso no Louvre, quão seguro é realmente o museu? Alguém pode entrar lá disfarçado de trabalhador e levar as jóias? Não? Porque não? Tem vidros xpto? E as portas? E as fechaduras das portas? É um segurança desarmado que vigia? São polícias armados e também prontos para um ataque sofisticado? Ou aparecem depois de acontecer o furto/ roubo?
klapaucius
Isto depende.
Se a password dá acesso ás câmaras, é uma coisa. Pelo que sei, 99% da segurança, é feita com chaves locais. Abertura e fecho, são feitas com chaves e não com sistemas informáticos de 10000 biliões de euros, como aparecem nos filmes.
Quando há 98 equipas de segurança, ter passwords simples, permite aceder, aos dados, em vez de ser preciso usar 40000 apps, para contactar alguém que lhes mande 10000 páginas, que demoram 6 horas, a ser introduzidas, para aceder, a esses dados.
Ao contrário do que é anunciado, o mais seguro é passwords simples e não mudar 90000 biliões de triliões, de vezes, ás passwords. É que se os funcionários já cumprirem os deveres, numa emergência, é mais simples introduzir aquela senha fácil, do que andar a ligar 40000 apps, a ver se alguém lhes dá a senha ou activa a segurança.
No caso do assalto, ladrões aproveitaram a falhar, de não existir alarme nas janelas, além de os seguranças, terem demorado 8 minutos, a reconhecer que os 2 “tipos das obras”, estavam a usar rebarbadoras, para abrir as cúpulas, as jóias.
Foi dito que eram amadores mas, há algo de estranho: havia 4 diamantes, que valem 50 vezes, mais, que as jóias roubadas. Ladrões não se dirigiram a nenhum deles… porque possuem um sistema que ao notar diferença de oxigénio, dentro da protecção, os diamantes, caiem para a base, onde existe um cofre, com temperatura, e humidade, que protegem, aquelas peças.
Eu acho que será uma questão de tempo,
Porque a grua esta lá e eles sabem quem é o dono, quem a colocou naquela posição e por ai a fora.
As joias sim essas já foram, mas sempre dá para sobrecarregar as prisões francesas com mais uns quantos.
Sobre as passwords.
Épa claro, hoje em dia deve ser necessário 2 coisas, uma pass e impressão digital.
Isto é o minimo dos minimos.
Primeiro inseres a impressão digital, e mais tarde mais dentro será te pedida a password.
Se não a souberes, já foste, pois não consegues sair.
Qual password, qual impressão digital. Bastou uma escada e uma rebarbadora. E rapidez e disfarce – quem é que ia pensar que pessoal com colete refletor a subir e descer na plataforma de uma escada elevatória não era pessoal das obras. Uma obra de arte – até perderem uma coroa e deixarem um colete refletor e a rebarbadora, com ADN.
soube-se agora que a porteira é tuga
Roubo ao CONTRIBUINTE: quando a palavra-passe é ‘FINANÇAS’, nem a Mortágua segura o riso.
Bem o código podia ser pior, 1234. : )
Esse é muito mais complexo, porque obriga a contar 😀
E lá está, tinha de se usar matemática!
Se fosse 12345 ainda era pior.