PPLWARE na CeBIT 2010 – Second Life e a vida empresarial
Pela terceira vez desde o aparecimento da CeBIT, a maior e mais importante feira do mundo das TIC, as Global Conferences seguem este ano o tema “The challenges of a changing world – ICT for better lives and better business” – Os desafios de mudar o mundo – TIC para uma vida melhor e um negócio melhor.
No meu segundo dia na CeBIT, 5 de Março, a segunda keynote que tive oportunidade de presenciar foi dada por Mark Kings Stewart, CEO da Lindes Lab, intitulada “The Ultimate Immersive Experience - Using Virtual Worlds to Connect, Communicate and Collaborate” – A Suprema Experiência Imersiva – Usando os Mundos Virtuais para Conectar, Comunicar e Colaborar”. Leiam um pouco acerca da perspectiva que o CEO da criadora do Second Life tem acerca do futuro empresarial nos mundos virtuais.
Estas conferências decorrem durante a CeBIT e são constituídas por uma série de keynotes, roundtables e talks com oradores de luxo, tais como inovadores das tecnologias de informação e comunicação (TIC), empreendedores, enfim, indivíduos que se propõem a partilhar as suas visões e os seus planos para o futuro dentro das suas empresas. É já sabido que quando vou a este ou aquele evento, é natural para mim escrever o meu relato de uma forma que se aproxima bastante de um diário. E este não é excepção. O objectivo principal dos meus relatos é aproximar o vosso sentimento de participação, consciência e informação à realidade que tive a oportunidade de vivenciar.
11:00 – 11:30
The Ultimate Immersive Experience - Using Virtual Worlds to Connect, Communicate and Collaborate
Mark Kingdon, Chief Executive Officer, Linden Lab
Motivação: Aprender como os mundos virtuais como o Second Life da Linden Lab estão a ser usados todos os dias por indivíduos, empresas e organizações em todo o mundo para colaborar com parceiros, criar novos produtos, participar em reuniões e começar novos negócios.
“Second Life é a maior plataforma de mundo virtual do mundo”
- 1 milhão de longins nos últimos 30 dias
- 1,25 milhões de horas em jogo por dia
- Todos os objectos são criados pelos utilizadores – avatares, roupas, mobílias
- 250 mil objectos enviados por dia
- $560M em transacções de utilizador
- 2 biliões de metros quadrados de terreno
Mark afirma que os mundos virtuais desempenharão um papel tão importante na próxima década como o papel que a Internet teve nos últimos 10 anos.
Gardner, o famoso psicólogo cognitivo e educacional dos EUA, prevê que em 2012 mais de 70% do mundo empresarial utilizará os mundos virtuais para colaboração e comunicação entre os trabalhadores das empresas.
Mas afinal porque se verificará esta tendência?
- Mão-de-obra cada vez mais global – precisa de estar globalmente conectada
- Custos de deslocação
- Deslocações frequentes e rápidas
- Ferramentas de colaboração muito limitadas
A utilização dos mundos virtuais aumenta e aumentará cada vez mais a mão-obra-global, sendo por isso uma ferramenta muito poderosa para o negócio. Actualmente mais de 1300 organizações utilizam mundos virtuais, por exemplo a IBM, Nokia, BBC, Cisco, Siemens, Michellin e muitas outras.
Trabalhar virtualmente nos dias de hoje
A grande utilidade deste tipo de ferramenta está sem dúvida concentrada nas reuniões virtuais, onde se juntam pessoas de todo o mundo e se poupa muito dinheiro. Existem empresas que usam treinos baseados em cenários, criando ambientes virtuais que tentam simular ambientes de trabalho para recrutar novos colaboradores.
Também na vertente da formação, os mundos virtuais tornam-se num ambiente totalmente imersivo, sendo utilizados por muitas empresas para criar um ambiente de aprendizagem, promovendo a estimulação. Existem estudos que afirmam que a retenção aprendizagem dentro de um mundo virtual é muito mais permanente que na forma tradicional, talvez devido à tão falada imersão no “jogo” por parte dos seus “jogadores”.
“O chamado “avatar” tornar-se-á a vossa identidade. Hoje em dia a minha identidade sou eu fisicamente, é o meu cartão de contacto e o meu e-mail – é esta a minha identidade de negócio. No futuro a vossa identidade irá expandir-se para incluir o “avatar”.” Mark Kingdon
De facto, a Linden Lab é a empresa-modelo desta nova forma de interacção. Cerca de 70% dos seus trabalhadores não trabalha no escritório, mas sim dentro do Second Life, a partir de casa, de um café ou de qualquer outros sítio que lhes permita fazer login com o seu “avatar” e ingressar em projectos em equipa, totalmente distribuídos por todo o mundo. Mesmo estando fisicamente distantes, a sensação de ligação e interacção é bastante forte.
Mas o Second Life não são apenas avatars e ambientes virtuais, há toda uma série de ferramentas de conteúdo rico, tal como a possibilidade de embutir webpages em paredes, incluir sons, vídeos em Flash, imagens, criando uma espécie de realidade misturada e aumentada.
A comunidade torna-se na voz da empresa
A Linden Lab costuma abrir as suas instalações virtuais a visitas por parte da comunidade, ouvindo as ideias de cada participante e tendo mesmo conversas informais entre trabalhadores e jogadores.
“Esta atenuação da linha que separa o cliente e a empresa será algo que se revelará muito potente no futuro. Reunir os seus empregados, trocar ideias, partilhar pensamentos, desenvolver produtos e expandir relações. Quando pensamos acerca de como se trabalhará no futuro não tenho dúvidas que a vossa realidade será virtual.”
Artigos relacionados
- PPLWARE na CeBIT 2010 - Flickr.com e a evolução tecnológica
- PPLWARE na CeBIT 2010 – Visita Guiada “Mobilidade”
- PPLWARE na CeBIT 2010 – G.ho.st e o Windows No Walls
- PPLWARE na CeBIT 2010 – Microsoft
- PPLWARE na CeBIT 2010 – Skype
Sponsors
Este artigo tem mais de um ano
Interessante, mas será que cá as empresas vão aderir a estes metodos ? hmmm
Second Life não é uma plataforma feita para empresas. Não vejo o que é que uma empresa tem a ganhar em vir para o SL. Atenção que digo isto como utilizador frequente. Reuniões virtuais só se utilizar-mos skype ao mesmo tempo que usamos o SL para algum “eye candy”. E isso só se quiserem desembolsar um par de euros para ter um avatar decente, senão nao é eye candy nenhum lol.
Eu penso que o benefício principal para as empresas não é esse, mas sim ter mais uma plataforma de publicidade, ou seja, darem-se a conhecer aos utilizadores, criando elas mesmas uma representação virtual da empresa.
Acho que é essencialmente nisso que as empresas estão a apostar quando entram no Second Life ou algo do género.
Ainda estamos muito distantes dessa realidade. Poderá ser o futuro tornando muitas das viagens actuais desnecessárias.
Bom artigo…
@Ana Narciso
Continua a trazer-nos estes excelentes relatos dos acontecimentos da CeBit! 😉