Pplware entrevista Director Geral da Cisco Portugal
A Cisco, líder mundial de TI, continua a promover a Internet of Everything (IoE) e todas as possibilidades associadas a esta tendência, no mercado português.
Na sequência do evento Cisco Innovation Day, que se realizou no passado dia 20 no Porto (Estádio do Dragão) e no dia 27 em Lisboa (SANA Lisboa Hotel), o Pplware entrevistou o Director Geral da Cisco Portugal, Nuno Ferraz de Carvalho, que nos falou sobre a “Nova Internet”.
1) Muito se fala sobre a "nova Internet" (IOE). Pode-nos fazer um breve estado da arte?
Há que distinguir Internet of Things da Internet of Everything de que fala a Cisco. A Internet of Things corresponde à fase atual da Internet, onde há mais objetos do que pessoas ligadas à Rede. Estes objetos, equipados com sensores, têm a capacidade de recolher, transmitir e distribuir informação pela rede, que pode ser analisada posteriormente para tomar decisões.
No entanto, estamos a entrar na era da Internet of Everything, que se caracteriza pela conexão à Rede de pessoas, processos, dados e objetos (13.000 milhões na atualidade e 50.000 milhões previstos para 2020). A Internet of Things é um subconjunto da Internet of Everything, um conjunto maior onde se acrescenta pessoas, processos e dados e onde os novos objetos, como televisões, frigoríficos, carros, semáforos ou instrumentos médicos, que antes eram mudos, agora ganham voz, capacidade de sentir e capacidade de processamento, gerando milhares de milhões de conexões. E na verdade, hoje, menos de um 1% dos objetos físicos estão ligados à Internet.
2) Quais os projetos/áreas mais relevantes onde a Cisco trabalha no âmbito da IOE?
Esta combinação de dispositivos e sensores, juntamente com a capacidade de computação, armazenamento e análise de dados, está a ajudar a impulsionar a inovação e a optimizar os processos de várias indústrias e segmentos de mercado como o fabrico, a energia, o retalho, as cidades inteligentes, a casa conectada e a segurança; áreas em que a Cisco e os seus parceiros têm vindo a trabalhar há mais de cinco anos através de três abordagens: Smart + Connected Communities, Smart Grid e Connected Industries.
A Cisco, como líder mundial em redes de Internet, está numa posição única para se conectar através de uma arquitetura aberta baseada em padrões, inteligente, segura e integrada que compreende desde a Cloud até ao dispositivo e objecto conectado no lugar mais remoto, facilitando a convergência, orquestração e visibilidade através de sistemas que antes eram distintos.
3) Quais as oportunidades da IOE?
Com a Internet of Everything está em jogo um potencial económico de 14,4 triliões de dólares (11 triliões de Euros Europeus) até 2023, para as empresas do sector privado à escala global. É uma oportunidade que poderão aproveitar para aumentar a eficiência das suas operações e oferecerem novas e melhores experiências aos seus clientes (dos quais o continente europeu poderia conseguir 30%); ou seja, a aplicação da tecnologia para transformar as atividades económicas em casos de uso como smart grids, edifícios inteligentes, veículos conectados, automatização de fábricas, saúde, cadeia de fornecimento, cuidados virtuais a consumidores, pagamentos online, tele trabalho, lazer e entretenimento online, etc.
Por sua vez, o estudo Cisco IoE Value Index para o Sector Público analisa a oportunidade que os Governos têm de aproveitar estes milhares de milhões de conexões para obter poupanças importantes, optimizar processos e melhorar os serviços para os cidadãos. Por exemplo, nos transportes, no tratamento de doenças crónicas, no ensino à distância e na prevenção de incêndios florestais. A Cisco estima que o valor para as Administrações de todo mundo seja de cerca de 4,6 biliões de dólares (3,5 triliões de Euros europeus) até 2023. À escala global, de acordo com o estudo:
- Os edifícios inteligentes poderiam poupar 73 triliões euros na próxima década através da monitorização do aquecimento, ventilação e ar condicionado.
- Com a monitorização do gás poupar-se-ia 50 mil milhões de euros ao reduzir o custo da leitura de contadores e aumentando a sua precisão.
- O estacionamento inteligente poderia poupar 30 mil milhões de euros ao proporcionar informação em tempo real dos lugares disponíveis na cidade.
- A gestão da água poderia poupar 28 mil milhões de euros através da conexão dos contadores de água das casas através de uma rede IP.
- As portagens poderiam gerar 13 mil milhões de euros graças ao pagamento automático, à melhoria das condições de circulação e ao aumento da receita.
4) Quais os principais desafios da IOE?
Há vários desafios que devem ser respondidos:
- Transferir a inteligência de processamento e armazenamento ao extremo da rede (Fog Computing) quando for necessário, incluindo-a em routers ou Pontos de Acesso.
- Adicionar uma camada de segurança de próxima geração, de forma a que cada objecto conectado conte com segurança e inteligência de rede.
- Estabelecer padrões que garantam a comunicação e partilha de informação entre dispositivos e objetos, pelo que devem estar baseados em IP
- O fornecimento de energia, especialmente para alimentar sensores em áreas remotas; isso vai exigir que se aproveite a energia proveniente da natureza através de painéis solares ou geração cinética.
- Avançar para a adopção do protocolo IPv6 para que as redes não entrem em colapso.
5) Como vê a Cisco a questão da privacidade das "coisas" na Internet?
Em termos de privacidade, teremos que encontrar um equilíbrio adequado entre a intimidade das pessoas e os benefícios para a sociedade que resultam do envio da informação a partir de sensores e posterior análise. E uma das soluções poderia ser a “voluntariedade” na altura de participar em certos serviços.
Trata-se de estabelecer um equilíbrio entre a proteção dos dados mais sensíveis, a comunicação clara aos utilizadores sobre o uso da informação menos sensível e a capacidade de os próprios utilizadores decidirem se esses dados podem ser utilizados. Tudo isto baseado nas normas internacionais e nacionais sobre privacidade e proteção de dados pessoais.
6) Será o IPv6 o protocolo perfeito para a "nova Internet"?
Efetivamente, o protocolo IPv6 – que não limita o número de endereços de IP e portanto não limita o número de objetos conectados – é um dos pilares que facilita a Internet of Everything, ao qual devem ser acrescentados outros fenómenos: a extensão da banda larga e a mobilidade. Embora atualmente o número de endereços de IP baseados em IPv4 exceda o número de endereços baseados em IPv6, este está a progredir de forma satisfatória.
Este artigo tem mais de um ano
Olá. Tenho Meobox. Não concordo que os programas gravados são proibidos de copiar de Meobox para o computador. Mas fico muito preocupado porque… ALERT!! ALERTA!! Há falta de “backup” e a próxima geração ou a outra marca (não-Cisco) de Meobox não poderá ler programas gravados pelo actual Meobox.
Por isso, peço muito que a cópia de segurança (programas gravados) será obrigada para o computador.
Pois, eu tabém tenho o mesmo problema
Ya concordo.
Pronto, a Apple criou a IOE e lá vem a Cisco imitar; todos atrás do líder…