Portugal: Já há 100 ventiladores Atena! Testes feitos em porcos
Desde que se começou a sentir esta pandemia, um dos principais medos era a falta de ventiladores nos hospitais em todo o mundo. Em alguns países, como, por exemplo, a Itália, o serviço de saúde entrou em colapso e os números falam por si. Em Portugal os cuidados intensivos têm atualmente uma ocupação de 57% e, por agora, não há equipamentos em falta.
O Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel entregou agora os primeiros 100 ventiladores Atena. Em produção já estão mais 400.
Ventiladores Atena foram produzidos em Matosinhos
Os primeiros 100 ventiladores portugueses produzidos em tempo recorde pela CEIIA estão prontos para entrega. De relembrar que os Engenheiros do CEIIA desenvolveram o ventilador em pouco mais de 45 dias, em Matosinhos.
Segundo António Costa, este é um mercado onde é "preciso reforçar a capacidade de produção nacional de ventiladores para o país deixar de depender de um mercado externo desregulado e selvagem".
Parabéns! 45 dias depois, o projeto ATENA, um ventilador médico desenvolvido pelo #CEIIA, em Matosinhos, é uma realidade. As primeiras 100 unidades serão disponibilizados aos hospitais portugueses, como articulado com os mecenas. #COVID19 #COVID19PT pic.twitter.com/8L1HlhBD6W
— António Costa (@antoniocostapm) May 8, 2020
De acordo com o Publico, o ventilador pulmonar Atena está a ser testado em porcos, desde a semana passada, na Escola de Medicina do Minho e no Centro Clínico Académico de Braga. O jornal refere ainda que os porcos "estão sob o efeito de analgésicos e de anestesia quando são entubados com o ventilador".
José Miguel Pêgo, da Escola de Medicina do Minho e do Centro Clínico Académico de Braga, diz que se cumpre "o mesmo protocolo utilizado nos doentes internados numa unidade de cuidados intensivos".
O pedido de ensaios em pessoas foi submetido esta sexta-feira ao Infarmed. No âmbito deste projeto foram também angariados 1,85 milhões. Os ventiladores vão depois seguir para o Hospital de Santo António, no Porto.
O Governo realça que através de um sistema inédito de “crowdfunding”, lançado através da Fundação Gulbenkian e da RTP, reuniu-se mais de 96 mil dadores individuais. Incluiu também um apoio reembolsável pela ANI de 2,6 milhões de euros. O modelo deste ventilador foi desenvolvido de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde.
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Este artigo tem mais de um ano
“os cuidados intensivos têm atualmente uma ocupação de 57%”?
Não, atualmente é muito inferior.
“DN”: “Em Portugal, até ao início do surto, estavam disponíveis 1142 ventiladores, segundo os dados oficiais”, creio que contando público e privado.. Não estavam todos disponíveis para doentes da Covid-19, porque parte era necessária para outras doenças.
Atualmente estão internados em cuidados intensivos 120 doentes com Covid-19 (o máximo, 271, foi a 7 de abril).
As coisas não correram mal – mas podem piorar. E é aqui que a capacidade industrial própria de material hospitalar e para uso de profissionais de saúde conta. Não sei se ainda se lembram de uma encomenda de Portugal à China, em 23/03, de 535 ventiladores, que custaram 9,3 milhões de euros, pagos a pronto. Era para serem entregues até meados de abril – mas até agora chegou apenas uma parte (fiquei com a ideia de à volta de 100) – tal é a disputa por esses equipamentos.
E “O Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel entregou agora os primeiros 100 ventiladores Atena. Em produção já estão mais 400.”!!!
Não sei se os ventiladores são do mesmo tipo – mas considero notável!
Acho que o Covid-19 vai alterar a dependência industrial europeia da China. A capacidade de I&D e industrial é um fator estratégico. Pode ser bom para Portugal.
Percebi de onde veio a taxa de ocupação dos 57% – são dados de 27 de Abril, apenas do SNS, do número de camas dos cuidados intensivos.
A 3 de Maio a Ministra da Saúde deu nova informação:
– total de camas dos cuidados intensivos para adultos: 600
– ocupadas: 295 o que dá uma taxa de ocupação de 49%
Nesse dia:
– com Covid-19: 144 (48,8%)
– o que dá para outras doenças: 151 (51,2%)
Tenham em atenção que esta disponibilidade de camas não é igual em todo o país. Há hospitais do interior que têm 20. Uma disponibilidade de 50% das camas, para um surto do Covid-19 – são apenas 10 (e se a logística hospitalar o permitir, porque não se podem misturar doente com Covid-19 com os outros).