O futuro radiante da energia solar fotovoltaica
Nos últimos trinta anos, os sistemas fotovoltaicos tiveram um aumento enorme de eficiência e de redução de custos de produção.
Após um período em que o crescimento do mercado da energia fotovoltaica foi estimulado através de tarifas bonificadas, esta tecnologia atingiu um nível de maturação que lhe permite competir em custo com as chamadas energias convencionais (i.e.: centrais a carvão ou a gás), prevendo-se que num futuro próximo a energia solar elétrica seja aquela com maior crescimento de capacidade instalada a nível mundial.
Até agora, o crescimento do mercado fotovoltaico tem-se baseado nas tecnologias de silício cristalino, material extremamente abundante e com um elevado nível de maturidade tecnológica. Hoje os painéis de silício são aqueles que permitem obter os preços mais baixos de energia fotovoltaica, mas estão perto de atingir o seu limite de eficiência. Para continuar a aumentar a eficiência desta tecnologia é necessário utilizar novos conceitos de célula solar, assim surgiu o conceito de células de multijunção.
As células de multijunção são células solares formadas por várias camadas de células de diferentes materiais, em que cada uma destas camadas é especializada em absorver uma parte do espectro solar. Desta forma, é possível atingir eficiências muito superiores às que se conseguem com uma célula solar convencional.
Atualmente, um dos grandes desafios da tecnologia fotovoltaica é a produção de dispositivos baseados em células de multijunção a um preço competitivo. Uma das estratégias mais promissoras é a utilização de silício cristalino na produção de células de multijunção, procurando deste modo juntar a elevada competitividade das células de silício à elevada eficiência das células de multijunção.
Nas últimas décadas, Portugal tem feito uma aposta consistente na investigação científica na área do solar fotovoltaico, contando com mais de uma dezena de grupos de investigação a desenvolver trabalho nas mais diversas vertentes desta área. A comunidade fotovoltaica portuguesa está organizada através da rede PV@pt que congrega os diferentes grupos de investigação e grupos industriais que trabalham na área.
Esta comunidade é dinâmica, cooperante entre si e está ligada aos melhores centros de investigação europeus.
Exemplo disso é o projeto de investigação TaCIt (1) recentemente financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, do qual sou o investigador responsável. O foco principal deste projeto é o melhoramento do desempenho ótico das células de multijunção.
O foco principal deste projeto é o melhoramento do desempenho ótico das células de multijunção. As células a desenvolver neste projeto têm uma arquitetura inovadora e têm o potencial de aumentar a eficiência dos painéis fotovoltaicos para valores superiores a 30% (a eficiência mais alta de um painel fotovoltaico células convencionais é de 21%).
A energia elétrica de origem fotovoltaica terá um papel crucial na necessária transição para um paradigma energético de baixo carbono. Para além das condições naturais particularmente favoráveis para o aproveitamento desta forma de energia. Em parte, fruto do grande crescimento do sector das energias renováveis nos últimos anos, Portugal possui hoje as capacidades técnicas e científicas adequadas para que uma aposta na energia fotovoltaica possa ser bem-sucedida, faltando sobretudo as condições de mercado para concretizar os investimentos necessários neste sector.
Artigo escrito por José Silva - Investigador no Grupo de Transição Energética do Instituto D. Luiz, Faculdade de Ciências UL, Doutoramento em Física pela UL, Pós-Doutoramentos em Energia Fotovoltaica em INSA Lyon e PROMES-CNRS.
(1) - O projeto Tacit tem como parceiros o Instituto Dom Luiz, o CENIMAT- Faculdade de Ciências e Tecnologia Universidade Nova de Lisboa, o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia (INL), e o Instituto de Energia Solar de Madrid como parceiro externo.
Este artigo tem mais de um ano
Novas tecnologias para melhorar a eficiência energética, são sempre bem vindas.
Boas. Gostei do artigo.
Tenho uma questão: existe algum equipamento que me permite ‘ler’ a quantidade de exposição/radiação solar e velocidade de vento?
Pretendia colocar painéis fotovoltaicos, e aerogerador ( que infelizmente quase ninguém aposta, não sei porquê, resolvia a falta de sol no período noturno) mas pretendia saber realmente quais as condições que possuo no meu local de residência em concreto.
Cumprimentos
Sim, existe torres de medição, mais comumente são utilizadas para estudos prévios de grandes projetos, para uso residencial utilizamos o mapa solalimetrico.
Boas para medir a radiação solar tens os piranómetros, sendo que estes são dispositivos um pouco caros, se comprares um painel pequeno e souberes a eficiência dele através da potência máxima que ele está a produzir consegues descobrir a radiação.
Para medires a velocidade do vento podes usar um motor DC que a velocidade dele é proporcional à tensão que este fornece.
Boas Zeze, para medir tens vários equipamentos, normalmente um piranómetro chega, mas para a aplicação que pretendes não precisas. Usas um mapa médio de radiação da tua zona, a orientação a que vais montar a central e a inclinação. Principalmente tens de assegurar que o local não tem, em nenhuma época do ano, sombreamentos.
Os dados que obtens pelo piranómetro não vão ser necessários para dimensionar a central, nem serão assim tão fidedignos (a não ser que meças um ano, e vás com frequência limpar o equipamento que vai ganhando pó e sujidade e passa a medir mal…). Adicionalmente o tempo que perdes a fazer estes cálculos todos, que no final não servem para muito, é tempo que não estás a produzir e logo a poupar€€€.
Quanto ao aerogerador, esquece a idea. De forma simples, a energia produzida por um aerogerador é proporcional ao tamanho da pá, daí que aplicações de pequenos aerogeradores em residencias não faça muito sentido, é caro e produz pouco, adicionalmente como têm uma pá mais pequena, acabam a girar mais depressa e logo têm mais desgaste e necessitam de mais manutenção especializada…. a não ser que tenhas aí 1M€, espaço e vento para colocar um aerogerador dos grandes de 1MW, vais mais bem servido a pôr mais uns painéis PV. 😀
estas um pouco enganado a cerca do aerogerador, a manutenção sim é um problema visto que o aerogeradores tem meios mecanicos e estes têm desgaste, mas em termos de benefícios já tens aerogeradores que permitem produzir ATÉ 1500W em condições boas, e visto que Portugal é um pais que tem vento durante o ano todo, não parece ser uma má ideia, para alem que este produz durante dia e noite. se tiveres um sistema de baterias então este sistema ainda fica mais interessante junto com os painéis
Olá. obrigado pels sujestoes. Tento ver sempre os 2 lados da questão…
Se existe, é porque funciona! Mas sei que as leis de mercado imperam.
Não vou desistir! Obrigado!
Sou engenheiro mecânico e Tenho visto nos últimos nos no Brasil um crescimento quase exponencial do uso da fotovoltaica como fonte geradora. Entretanto, os incentivos oferecidos inicialmente foram retirados e a fabricação/montagem de painéis solares praticamente está paralisada. Resultado: continua a haver crescimento, mas com painéis importados da China ou do Canadá. O potencial é enorme, embora a preocupação com o descarte de placas no futuro comece a existir.
Energia Solar,Brasil tem enorme potencial
de radiação Solar, se tiver incentivos do governo, será energia elétrica do Futuro.
Boa noite!!
Gostaria mas fiz orçamento para adquirir infelizmente valor altíssimo para aquisição.
No brasil. Nao a interese por motivo do monopolio das distribuidoras de energia.querem agente como. Cliente por toda vida,ainda mais dendo presidente vagabundo como o nosso.
O valor de 2 anos para cá caiu pela metade, dependendo do seu consumo em menos de 5 anos vc tem tudo q gastou de volta!
Complicado é querer economizar por pelo menos 25 anos e achar q é caro.
No brasil. Nao a interese por motivo do monopolio das distribuidoras de energia.querem agente como. Cliente por toda vida,ainda mais dendo presidente vagabundo como o nosso.
Boas!!
Espero que num curto espaço de tempo apareçam no mercado telhas fotovoltaicas para aplicação directa nos telhados. Julgo que já existem alguns projectos mas falta a massificação de utilização deste tipo de componente fotovoltaico. Imaginem telhados de casas domésticas com telhas fotovoltaicas em vez das tradicionais telhas de “barro”.