Mercedes aumenta aposta no hidrogénio para 2018
A grande tendência que o mundo automóvel está a viver gravita em torno da energia elétrica, onde as marcas estão praticamente todas a lançar modelos elétricos para ter oferta neste novo e promissor segmento.
A gigante alemã Mercedes desde há anos que tem uma aposta nas células de combustível. O GLC F-Cell fará a sua estreia mundial no Salão de Frankfurt, na próxima semana.
As células de combustível são consideradas uma energia de futuro e uma tecnologia muito promissora. Nesse sentido, a Mercedes tem demonstrado interesse no desenvolvimento futuro de oferta neste segmento e estreará no Salão de Frankfurt, na próxima semana, o seu primeiro modelo de produção a hidrogénio, num formato de pré-produção.
Conforme podemos ver no vídeo em cima, o modelo GLC F-Cell (ainda camuflado) será lançado durante o ano de 2018 mas em mercados onde existam pontos de abastecimento de hidrogénio. Este é um modelo “zero emissões” onde a mecânica alemã conjugou um motor elétrico, alimentado por baterias de iões de lítio com 9 kWh de capacidade, com uma pilha de combustível a hidrogénio, armazenado em dois depósitos revestidos a fibra de carbono colocados no fundo do veículo.
Este veículo é um trunfo para a Mercedes poder afirmar-se enquanto líder nas novas tecnologias de mobilidade e desenvolver uma estratégia própria, a sua estratégia no conceito “CASE”, conceito acrónimo de networking (Connected), condução autónoma (Autonomous), flexibilidade de uso (Shared & Services) e sistemas de propulsão elétrica (Electric).
Este é um sistema plug-in desenvolvido numa cooperação entre a Daimler e a Ford, através da joint venture AFCC sediada em Vancouver, no Canadá.
Mas é seguro o armazenamento do hidrogénio?
O Mercedes-Benz GLC F-Cell tem um conjunto de depósitos que permitem armazenar 4 kg de hidrogénio a uma pressão de 700 bar. Em 3 minutos os depósitos podem ser abastecidos oferecendo uma autonomia a rondar os 500 km. Nestas contas estão já os 50 km que podem ser realizados no modo elétrico. Além disso, o veículo pode recuperar energia através da travagem e quando o carro circula “à bolina”.
A marca de Estugarda prevê vender cerca de mil unidades por ano do GLC F-Cell.
Este artigo tem mais de um ano
Isto sim é um passo em frente, uma marca de prestigio a apostar em novas tecnologias com todo o seu Know how, vai ser muito interessante ver os progressos…
Não acredito muito neste conceito porque as células de combustível têm baixa densidade de potência, ou seja, o carro vai ser alimentado por baterias que são carregadas pelas células, se estas descarregarem por completo ainda demora um bocado a poder voltar a andar.
Onde foste buscar essa ideia. Não podes olhar para os actuais modelos, mas sim para o potencial.
Quando no anos 90 se falava no transição para o hidrogénio, nunca ninguém falava na necessidade das baterias. Mesmo que fosse necessário, seria uma maneira de descentralizar a produção necessária para carregar essas baterias.
A tecnologia pode eventualmente ter mudado de lá para cá, mas o meu projecto na minha licenciatura (2010) foi a transformação de um veículo de combustão interna em FCEV, logo estudei amplamente o tema. A conclusão a que chegámos foi mesmo essa, as células de combustível seriam um bom complemento a um eléctrico para poder carregar as baterias e não estarmos limitados à rede eléctrica mas não como única fonte de energia. Em segundo lugar, o Hidrogénio, embora seja o elemento mais abundante no universo, não existe na forma elementar, está sempre associado a outros elementos (como H2O) e é necessário despender energia para o obter. Em terceiro, o seu armazenamento é algo difícil, como é um átomo tão simples (apenas um protão e um electrão) acaba por vazar por entre as paredes do tanque de armazenamento. Acredito que o grande boom nos veículos eléctricos será uma nova geração de armazenamento de energia, como por exemplo os supercondensadores.
A tecnologia está a evoluir para teres um exemplo os cientistas norte-americanos descobriram uma forma de separar o hidrogénio do oxigénio sem gastar energia apenas entrando em contacto com um componente do alumínio.
Já para não falar de que:
1) Por não existir na sua forma elementar e ser necessário obtê-lo a partir de (a água ou) outros elementos, gasta-se mais energia a produzi-lo (por electrólise) do que a que se obtém em retorno, a queimá-lo. E, se é para alimentar “baterias de iões de lítio” (eléctricas), mais vale a pena (aumentar a sua capacidade e) carregá-las directamente da rede eléctrica (de onde virá a energia para tal electrólise). Ou seja: estar a usar electricidade para produzir hidrogénio para carregar baterias eléctricas é um óbvio desperdício de energia, que não faz sentido, do ponto de vista económico.
2) O hidrogénio é uma substância altamente explosiva (e, certamente, ainda mais quando guardado sob pressão, para aumentar a sua densidade energética – com vista a aumentar a referida autonomia do veículo). Imaginem o que será um acidente sério com um destes automóveis!
As minhas fontes para isto também já são relativamente antigas – sendo estas estudos que foram feitos no início da década passada, quando se começou a falar da escassez de petróleo e gás natural. Mas, continuo a não acreditar na viabilidade deste tipo de veículos. Que seja possível ter carros movidos a hidrogénio, não duvido (e sei que os já há). Agora, que tal seja viável, em termos económicos e de segurança, em grande escala, é que ninguém me convence de.
O futuro dos combustíveis líquidos, para alimentar pequenos veículos, será a mesma aproximação que os nazis tiveram na Segunda Grande Guerra, de produzir hidrocarbonetos sintéticos (https://www.cnet.com/news/miracle-tech-turns-water-into-fuel/). Mas, para que se possam usar hidrocarbonetos sintéticos em grande escala, é preciso que voltemos a ter fontes de energia abundantes, com as quais nos possamos dar ao luxo de desperdiçar alguma energia. Algo que apenas será possível quando for desenvolvida a energia de fusão – a qual, infelizmente, está a ser propositadamente adiada (https://pplware.sapo.pt/informacao/energia-limpa-em-2030/#comment-1966377).
Além de que os materiais usados para construir as baterias são bastante prejudiciais ao ambiente.
Os híbridos não são tão amigos do ambiente como se diz.
Supercondensadores não são tecnologia utilizável para um armazenamento de energia. São dispositivos muito úteis para outros tipos de aplicações, mesmo dentro destes veiculos.
A Toyota tem a circular uma viatura com esta tecnologia acerca de 2 anos. Em alguns Paises do Norte da Europa assim como na Alemanha. É o Toyota Mirai.
Uma empresa portuguesa, a Salvador Caetano, já produziu o protótipo do primeiro autocarro movido a hidrogénio em conjunto com a Toyota e com a tecnologia do Mirai. Vão agora começar a produzir em série.
A resposta à pergunta “Mas é seguro o armazenamento do hidrogénio?” ficou por esclarecer.
Bem visto, essa é a questão grande parte das pessoas fazem. Será seguro? Será que a tecnologia de armazenamento é segura?
Pois é, eu próprio me pergunto se em caso de acidente, se o depósito de hidrogénio se quebra, não sairá dali uma bonita explosão.
Para terem uma ideia do quão “seguro” é lidar com hidrogénio, podem começar pela respectiva página na Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Hydrogen_safety
Nos anos 90 todas as marcas tinham feito grandes progresso nesta tecnologia. Na altura era mais certeza que este seria o caminho do que a agora na utilização de baterias. Um dos calcanhares de Aquiles sempre foi este. Chegou a um determinado ponto e todos abandonam e passado alguns anos viraram-sepra os eléctricos movidos a baterias.
Pessoalmente acredito muito mais nesta tecnologia do que nas baterias. Seja pq as baterias são indirectamente altamente poluentes, seja por uma questão de escalabilidade. Ninguém se pergunta como vamos produzir tanta energia eléctrica e como a vamos destribuir. Batas fazer algumas contas para perceber que no mínimo teremos de duplicar ou triplicar as infrastructuras de distribuição. Não sei onde se irá buscar tanto metal em tão pouco tempo… As células de combustível podiam se adaptar a partir modelo actual de distribuição, tornando muito mais fácil esta transição.
Pessoalmente acredito que teremos um modelo híbrido em que as três tecnologias coexistirao
Para te responder em relação a não estarmos preparados para tanto consumo energético, bata que exista mais incentivo em por as habitações off-the-grid, assim sendo sobra bastante energia para alimentar automóveis eléctricos. elonMusk não pensa apenas nos automóveis… http://inhabitat.com/teslas-new-solar-roof-is-actually-cheaper-than-a-normal-roof/
Seria um atentado às petrolíferas. Uma grande guerra iria ocorrer para abolir essa ideia.
A maioritária das pessoas não mora em vivendas… como é que as pessoas que vivem em prédios, sejam estes de que dimensão forem, poderão ligar o seu carro à rede eléctrica?
A maioria? Diria a esmagadora maioria. Nos EUA até pode haver muita gente a viver em moradias, mas a esmagadora maioria da população nos outro países vive, como dizes, em prédios.
Tenho muitas duvidas no valor dos 700 bar de pressão nos depósitos. Nem acredito ser esse até o possível valor de testes de rotura. Só como exemplo, as garrafas de oxigénio e hidrogénio no mercado situam-se na ordem dos 300 bar, e são cheias até cerca dos 200 e poucos, as de propano cheias nos 70 bar, mas tudo é possível…
Andamos a reclamar do da corena a criar bombas de hidrogenio e andamos nós com elas nos nossos carros. Num acidente em que existe um fuga de hidrogénio + um pequena chamada e a taxa de sobrevivência é de 0%.
Tanto quanto sei, a Toyota já tem um modelo ( Mirai ) – a circular na Europa desde 2015.
Só não o temos cá, devido a não existir rede de distribuição do hidrogénio.
Pelo que me parece, a Mercedes ainda está a dar os primeiros passos.
Podem ver aqui o Mirai.
https://www.toyota.pt/world-of-toyota/articles-news-events/2015/Toyota_Mirai_O_futuro_aterra_na_Europa.json
Tanto quanto sei, a Toyota já tem um modelo ( Mirai ) a circular na Europa.
Só não está cá, devido a ainda não termos rede de distribuição do hidrogénio.
Parece-me que a Mercedes ainda está a dar os primeiros passos nesta tecnologia.
Podem ver o Mirai, aqui:
https://www.toyota.pt/world-of-toyota/articles-news-events/2015/Toyota_Mirai_O_futuro_aterra_na_Europa.json
+1
Os alemães estão a anos luz dos americanos e japoneses. Boa sorte …
Cá para mim os alemães já excluíram aquilo que os americanos os andam a investigar
Ai estão? General Motors EV1.
No mesmo dia que a mercedes lança esse em hidrogenio…. aparece outra que diz que a mercedes vai ter todos os carros com versões electricas
Estará a apostar em 2… opcões diferentes ao mesmo tempo? não têm lógica
https://ionline.sapo.pt/580037
E o ar comprimido?
pois é, e o ar comprimido nao da rentabilidade suficiente……
para as empresas…lol
isso de ser 100% ecologico é uma dor de cabeça
e ainda por cima é seguro
nao vale a pena looooooool
Na cidade do Porto andaram durante anos alguns autocarros a hidrogénio, fazendo as carreiras e percursos normais diários de qualquer outro autocarro. Era uma das fases teste e teve um brilhante desempenho. Fizeram o periodo estabelecido e depois voltaram à base conforme inicialmente estabelecido. Segurança: o Porto está bom e de saúde e recomenda-se, acidentes houve, mas nenhuma explosão nuclear! Autonomia: dava para o dia de trabalho. Esta notícia, no fundo não é notícia, mas é sempre bom relembrar as possibilidades energéticas e de mobilidade. Daí não compreender os comentários que leio neste artigo.
Não é verdade o que dizes.
http://www.ambienteonline.pt/canal/detalhe/6531
O artigo demonstra aquilo que já muitos já referiram aqui. Até ao momento não foi possivel tirar real partido do hidrogénio.
Nota: “acidentes houve”, refiro-me a rodoviários ou de manobras
quanto custa os 4 KG de Hidrogenio para 500 KM ?
É +- 14€/Kg, 56€–>500KM
É caro porque não existem grandes interesses em sintetiza-lo.