Linaro – motor de desenvolvimento dos dispositivos Linux
Não podemos deixar de ficar indiferentes à quantidade de alternativas baseadas em Linux, que começam a penetrar no mercado de computação móvel. A estas variantes do sistema operativo open source, tem faltado ferramentas e maior suporte de controladores de hardware, bem como optimizações preciosas no kernel para tirar partido do hardware de dispositivos como smartphones, tablets ou netbooks. Alguns dos maiores gigantes da indústria pretendem agora resolver este problema.
ARM, FreeScale, IBM, Samsung, Sony e Texas Instruments, anunciaram na Computex, a sua união com a bênção da Linux Foundation na criação do projecto Linaro. Mais uma plataforma móvel baseada em Linux? Perguntam os nossos leitores. Não necessariamente, mas comecemos do início. O Linaro é um projecto, tendo como base uma organização sem fins lucrativos, constituída por 25 de alguns dos melhores engenheiros das empresas fundadoras, número este que se pretende aumentar nos próximos tempos.
A ideia é que os engenheiros a trabalhar na plataforma e a comunidade open source que queira participar possam desenvolver uma base estável e optimizada que possa ser utilizável por autores das distribuições de Linux como o Ubuntu ou Debian ou plataformas móveis como o Android ou MeeGo.
Através da disponibilização e concepção de ferramentas optimizadas, software /controladores para o kernel de Linux e uma camada de software “middleware”, que possa ser usada de uma forma generalizada por distribuidores de sistemas baseados em Linux. O projecto compromete-se a criar, manter e actualizar versões destes novos mecanismos, numa janela temporal de 6 em 6 meses (muito semelhante ao ciclo de desenvolvimento das principais distribuições de Linux).
São apresentados de seguida os pontos fortes que cada uma das partes irá beneficiar, segundo o site oficial:
- Fabricantes de processadores poderão suportar múltiplas distribuições de Linux mais facilmente.
- Os fabricantes OEM, poderão usar ferramentas comuns numa multiplicidade elevada de projectos com diferentes stacks de software
- Consumidores irão beneficiar de dispositivos com uma maior performance, menor consumo de energia que tiram partidos de optimizações e funcionalidades avançadas disponíveis nos novos processadores.
A componente de middleware, parece a mais importante já que permitirá reduzir drasticamente a fragmentação das várias plataformas e colocá-las a comunicar de uma forma consistente e única.
Segundo os responsáveis da nova organização, o projecto Linaro não tem como objectivo competir com Android ou Meego, mas sim a sua missão é acelerar ainda mais a distribuição de dispositivos baseados em Linux, esperando colaborar ao nível de engenharia (com código ou conhecimento) para os principais projectos open source. O conjunto de mecanismos criados, serão validados pelos parceiros do projecto, antes de serem lançados no ciclo de desenvolvimento de 6 meses, abrangendo uma maior sintonia e consenso entre os principais distribuidores de plataformas Linux.
É também um dos objectivos, evitar a dispersão de esforços e investimentos (reduzindo-os significativamente) que até agora eram assumidos por cada distribuidor de sistemas baseados em Linux. O fruto do trabalho da nova organização, tem já data marcada para ser lançado em Novembro.
E o que é que na primeira versão o projecto Linaro, trará em termos práticos aos consumidores?
Optimizações ao nível de desempenho, para processadores ARM Cortex-Ax. Isto significa melhorias significativas no campo da velocidade em por exemplo, os mais modernos smartphones e tablets com sistemas baseados em Linux.
Embora os efeitos práticos para o utilizador final não sejam imediatos, a concentração de esforços num conjunto de mecanismos standard que permita que todos os sistemas baseados em Linux comuniquem de uma forma mais “natural” utilizando recursos comuns, traz e muito vantagens para acelerar o seu desenvolvimento.
É também um projecto em que a IBM, apenas e só o maior gigante da indústria tecnológica, se empenha pessoalmente o que quer dizer muito do quanto devemos levar a sério este projecto. Esta forte aposta do "Big Blue" denota a importância desta iniciativa, não só em dispositivos móveis, mas também em servidores de alto desempenho, embora haja quem já fale em frigoríficos, máquinas fotográficas ou camcorders estes últimos itens, situados numa área onde Sony e Samsung têm especial interesse, excluindo os dispositivos móveis.
Embora não hajam valores concretos apurados relativamente ao orçamento da nova organização, estima-se que as empresas participantes, irão injectar até um máximo de 100 milhões de dólares anualmente. Será que com o esforço de alguns dos maiores potenciadores da inovação tecnológica, daqui a algum tempo teremos um Android ou um MeeGo a 200 à hora, capaz de bater a velocidade da plataforma iPhone OS fruto das suas optimizações internas?
Homepage: Linaro
Este artigo tem mais de um ano
Era bom que a adopção de open source OS e software fizesse baixar os preços de muito hardware (afinal, o preço do SO é uma justificação para o custo final, não é?).
Mas, lamentavelmente, cheira-me a banca/euribor! Quando a euribor desce, sobe o spread…
Ou da história do preço do crude versus produto final nas bombas. As subidas são logo religiosamente “acompanhadas”, mas alguém já deu pelas descidas dos preços na fonte?
Neste caso em concreto, certamente que o consumidor nunca dará pelo “preço simbólico” do SO no preço final do equipamento! As grandes empresas (como a IBM) justificarão nele os milhões investidos na I&D e provavelmente assistiremos a situações caricatas em que hardware com SO open source será até mais caro que máquinas com MacOS ou Windows…
Deus queira que me engane redondamente! 😉
Repara o preço que cada um dos fabricantes deve-se apenas a eles e à margem que querem praticar e não a nenhum custo inerente ao linux. Lembra-te também que por si só o linux é um kernel, meego, Android são uma stack completa (sistema operativo) baseada no kernel do linux e outros são suportados por empresas independentes como a Intel, Nokia e Google, aí sim há custos, apesar dos projectos serem open source e comunitários, o trabalho quase na sua totalidade é feito pelas empresas e os engenheiros que trabalham nelas.
Não têm da minha óptica nada a ver com iniciativas destas, mas sim pelo facto deles serem mais gananciosos e aproveitarem-se do facto de não terem que pagar uma licença de software por cada equipamento que vendem.
Acho que esta iniciativa é para tornar o Linux, um sistema ainda mais optimizado para as novas inovações do campo do hardware, principalmente os processadores.
Vejo isto como uma pescada de rabo na boca, se o Linux tiver um desempenho muito bom, mais fabricantes irão usá-lo, se mais fabricantes usarem-no mais dispositivos se vendem, se mais diapositivos se venderem, mais haverá a necessidade de os fabricantes manterem o seu desenvolvimento e optimizações em inúmeras aplicações.
Para nós então será impecável, um Android mais rápido a consumir menos bateria etc…
Não acho então, que isto se irá reflectir nos custos dos dispositivos. O mercado é que é demasiado liberal na prática dos preços dos OEM, devido ao Linux ser livre. Mas também neste aspecto a maior competição de dispositivos entre si, irão obrigar as empresas a reduzir as suas margens de lucro para se manterem competitivas
“Será que com o esforço de alguns dos maiores potenciadores da inovação tecnológica, daqui a algum tempo teremos um Android ou um MeeGo a 200 à hora, capaz de bater a velocidade da plataforma iPhone OS fruto das suas optimizações internas?”
Isto foi só para picar, é a tua opinião pessoal sem teres feito qualquer benchmark, ou viste esse estudo em algum lado?
É perfeitamente notório a rapidez do iPhone nomeadamente o exemplo do seu browser que ainda não foi batido pelo Android. Encontras vários videos no youtube do browser do android contra o do iphone . Faz a pesquisa. Isto são optimizações, em vários aspectos nomeadamente ao nível de tirar partido e espremer bem as capacidades do processador.
Porquê? Tens evidencias do contrário? 😉
O Droid tem 550 vs iphone de 600Mhz
O Droid é mais lento que o iphone em alguns testes.
Está aqui um em que ganha o Droid (em WiFi claro)
minuto 2:00
https://www.youtube.com/watch?v=r9YGvLHvUxQ&feature=related
Admito que o browser do iphone é mais rápido na grande maioria das vezes.
Mas gostava de ver um droid com a última versão do browser, a usar jit para ver como se portava.
Com o Nexus há vários vídeos com ele a ganhar, mas também não se pode esperar outra coisa. Atenção a comparativos em que não desligam o flash.
Acho que a opinião do Rui Oliveira é unanime de quem já experimentou as duas plataformas.
Eu posso deixar o testemunho que a maquina com Android que vi mais próxima ao iPhoneOS em termos de velocidade da interface e tempo de resposta da mesma, tinha 1GHz de CPU, lado a lado a um iPhone com apenas 600mhz de CPU, e não conseguia ser mais rápido e fluido que o iPhone.
Ou seja, se o iPhone com quase metade da capacidade de processamento obtém melhor desempenho, facilmente chega-se ali a uma conclusão digna de um “benchmark” 😉
Quando aparece um Android a correr num CPU de 600mhz e atingir a mesma performance que o iPhone, isso sim… chama-se optimização!