Pai de jovem, vítima de um acidente de viação, processa a Apple
O caso recente foi trazido por Craig Riggs, um homem de Minnesota cujo filho de 20 anos morreu em 2013, depois de este ter sido atropelado por um condutor adolescente que enviava sms com um iPhone. O condutor foi acusado de um delito menor.
Riggs procurou responsabilizar a Apple por não implementar um sistema de bloqueio nos iPhones para bloquear as aplicações que pudessem distrair os condutores.
Bloqueio do dispositivo de computação portátil do condutor
Para se perceber esta "história" é necessário recuar ao ano de 2008 quando a Apple solicita ao departamento de marcas e patentes americano um registo de uma tecnologia que tinha como finalidade bloquear as funções do iPhone que permitissem enviar mensagens de texto quando o utilizador estivesse a conduzir.
O US Patent and Trademark Office emitiu em abril de 2014 a patente nº 8.706,143 para "Driver handheld computing device lock-out". Basicamente é um sistema que determina de forma inteligente se o utilizador de um dispositivo está a conduzir e caso se confirme este desliga as funções do telefone que provocam distração.
Não incomodar durante a condução
A Apple tem feito um esforço nesse sentido e desde a aceitação da patente em 2014 até aos dias de hoje, com o iOS 11, a empresa realmente já inovou. Nesta mais recente versão do iOS, existe uma opção Não Incomodar durante a condução que permite ao utilizador automatizar esta medida de proteção ou tornar a mesma manual conforme a decisão do utilizador.
A juíza Maureen A. Folan, do Tribunal Superior do Condado de Santa Clara, descobriu na semana passada que o queixoso Craig Riggs, pai da vítima David Riggs, não havia alegado adequadamente ao tribunal que a Apple tinha alguma responsabilidade na morte do seu filho. De acordo com a publicação Law360, o processo do iPhone foi debatido com prejuízo, impedindo uma reapresentação à mesma reivindicação no futuro.
De acordo com o processo, David Riggs foi morto em 2013 quando ia na sua scooter para casa no Minnesota. O rapaz foi atropelado por um adolescente que conduzia um Honda Civic. O adolescente foi condenado por um delito menor, num processo onde alegadamente este estava a conduzir mas distraído, pois estava a usar o seu iPhone para enviar mensagens de texto.
Apple apresentou patente em 2008
Neste processo foi revelado que a Apple apresentou uma patente relativa a um "mecanismo de bloqueio" para o iPhone em 2008. Este impediria o mesmo de executar certas funções enquanto alguém estava a conduzir. O pedido de patente foi concedido pelo US Patent and Trademark Office em 2014. Esta funcionalidade foi usada para afirmar que a Apple estava bem ciente dos perigos das mensagens de texto durante a condução e que era uma "prática comercial injusta" fornecer o iPhone sem implementar a tecnologia.
Ao julgar este caso, a juíza Folan referiu o raciocínio do processo de 2016 Meador vs Apple, que também rejeitou as teorias de que a Apple era responsável. Nesse caso, o tribunal argumentou que o ato de enviar uma mensagem de texto a partir de um iPhone em movimento não colocava ninguém em "nenhum perigo real ou aparente", até que o motorista "negligenciasse o seu dever de operar com segurança o seu veículo", visse a mensagem, e não era razoável dizer que a Apple era "realmente responsável pelo último prejuízo".
Apple ilibada
Na decisão, a juíza Folan deliberou que "a cadeia de causalidade alegada pelos queixosos neste caso é muito atenuada para uma pessoa razoável para concluir que a conduta da Apple é ou foi um fator substancial na causa do dano do queixoso."
A questão das mensagens de texto durante a condução continua a ser um problema permanente para a Apple nos tribunais. Em janeiro, um Ação coletiva foi arquivada no Tribunal Superior do Condado de Los Angeles pela MLG Automotive Law, onde foram usados argumentos semelhantes de que a Apple tinha a tecnologia e a patente, mas não conseguiu implementá-la "sobre as preocupações de que perderá participação de mercado para outros fabricantes de telefones que não limitam o uso ao consumidor ".
Será que a Apple tem ou não responsabilidade nestes casos?
Este artigo tem mais de um ano
Todos os fabricantes de armas estariam presos nesta altura.
Pois claro. As armas, no mínimo, deveriam de vir com sistema qualquer que avaliasse se a pessoa a quem se está a fazer mira é inocente ou culpada. Se fosse inocente, não disparava…
Depois era só definir o que quer dizer culpado e pronto. Fácil!
Estes americanos são mesmo parvos… têm tanto de bom como de estúpido.
Ou como é referido no livro de Ernest Cline – Ready Player One; quando se compra uma arma, esta é activa através da impressão digital mas tem um sistema de Cool-Down de 24hrs o que ajuda as pessoas a pensarem melhor antes de cometerem homicídios por impulso, ou seja após activar a arma esta fica desactivada nas primeiras 24 horas.
Não seria uma má ideia 🙂
Fora do contexto, espero que o filme reflita bem o livro que está fantástico;)
Mas que grande estupidez.
Também se pode comprar uma pistola, um aspirador sem fios, um fogão a lenha, ou outra coisa qualquer.
O que é certo é que enquanto se conduz há que ter cuidado e atenção.
Na minha opinião não. Analisemos estas hipóteses (extremos):
Chegam a uma grande superfície e compram uma faca, se quando saírem matam alguém, a responsabilidade é de quem, de quem vendeu? de quem fabricou? ou de quem usou..
Outro, vais a conduzir sem óculos e atropelas alguém, a responsabilidade é do fabricante de óculos ou de quem os vendeu? deveriam ter alguém atrás de ti para verificar o uso? Quem vendeu deveria ter um Psicólogo/psiquiatra à saída para verificar se se podia efectuar esta venda?
Eu felizmente nunca passei por isso, mas entendo a dor de um pai querer apurar responsabilidades da sua tragédia mas, neste caso, julgo que a empresa pode tentar maneiras de prevenir FUTURAMENTE estas e outras situações que possam surgir para minimizar, e sublinho, minimizar estas situações, porque a nós cabe-nos ter cuidado no manuseamento deste e de outros gadgets/equipamentos/automóveis/etc para nos precaver-mos de situações idênticas..
E só um à parte, nos EUA processa-se só porque sim, não são exemplo para ninguém..
lol, a do psiquiatra/psicologo era para o exemplo da faca.
eheheh
O exemplo da faca está desfasado de lógica nesta comparação, visto por trás da queixa estar a tal tecnologia patenteada e ainda não utilizada.
Está tão desfasada como a lógica das armas mencionado pelo Joel Reis no primeiro post. É uma tecnologia como qualquer outra. A questão das patentes é um “não problema”, se alguém patentear uma ideia qualquer para resolver alguma necessidade, e depois não implementar, por exemplo, por falta de tecnologia que possibilite essa implementação ou por falta de conhecimento na sua aplicação, não se responsabiliza o dono dessa patente. Aliás a questão das patentes é uma maneira de grandes empresas/Universidades/etc garantirem a propriedade intelectual das suas invenções, e para além disso, garantem que o uso dessas patentes/ideias carece de uma contrapartida monetária na utilização das mesmas.
Vamos aqui só fazer um exercício puramente “académico” para tentarmos perceber o raciocínio do pai (provavelmente).
Vamos imaginar que um fabricante tem desenvolvida a atribuída uma tecnologia em que os seus veículos nunca teriam hipótese de chocar contra outros, mas essa tecnologia, por uma questão de lucro, não era aplicada e com isso esse veículo, nos acidentes quando embatia contra outros carros, causava dano e vítimas mortais. Será que o facto de ter uma tecnologia que salvaria vidas mas que por “lucro” não era colocada, eticamente, moralmente a materialmente, não faria da empresa culpada?
Penso que foi neste sentido. Mas claro, nos Estados Unidos tudo toma um rumo diferente.
Uma vez que não estou a conseguir responder ao post do Vítor mais abaixo, respondo ao meu novamente.
@Vítor, sem querer ofender, isso parece-me mais uma teoria de conspiração. Se enveredar-mos por esse exercício puramente académico, esperemos que não hajam por aí capitalistas com a cura para o cancro, sida e outros! Eu posso estar a ser ingénuo mas não me parece que sejam descobertas que se consigam manter em segredo com facilidade. Mas embora esteja a fugir a este assunto em concreto, parece-me um boa analogia. Agora como pai, acredito que alguém naquele estado “dispare” para todos os lados e esteja, mais do que o normal, susceptível a influências alheias (neste caso de advogados). Quanto ao dilema moral e ético, e embora não concorde que se faça, julgo que se não é crime nem há leis a indicar que o é… não há nada a fazer, a não ser que os poucos que não concordem “gritem a todo o pulmão” e exijam que se criem leis para combater estas e outras situações.
Claro, mas foi nesse sentido, quase de certeza, que o processo contra a Apple (ou os vários com base nesta mesma premissa) chegou à barra da justiça. Basta ler bem o acordão para percebermos isso.
Oi?!
Sou o único aqui que sou burro e não sei ler? A patente foi submetida em 2008 mas apenas aprovada em 2014. O acidente aconteceu em 2013. O argumento é que a Apple não devia vender iPhones por a patente ainda não estar aprovada e portanto os iPhones não responderem a esses critérios de segurança?
A tecnologia NÃO ESTAVA patenteada na altura do acidente/falecimento. A partir daí, não há argumentação possível. A Apple (ou qualquer outro fabricante de quaisquer dispositivos) não tem culpa que o instituto não seja célere a aprovar as coisas.
Não é bem assim. Mesmo não estando patenteada as empresas podem usar, existe uma apresentação formal e isso já protege a empresa. Em 2008 a Apple já a podia usar.
Basicamente a Apple tem de educar os condutores, pelas leis e pensamentos americanos… Santa paciência …
a apple nao e policia para fazer cumprir a lei, mesmo tendo tecnologia para tal.
se calhar nao foi implementada porque nao era fiavel.
Vejamos um exemplo:
– Tal tecnologia era implementada.
– A filha tivesse sobrevivido a impacto inicial.
– O telemovel impedia a utilizaçao porque estava no lugar do condutor.
– A filha morria na mesma.
– A apple era uma besta.
Só vos digo uma coisa: “Nem vos digo nada….”
Eu que ia responder, nem respondo.
E porquê só processar a Apple???
Os condutores com android e Windows não enviam mensagens!
A diferença está que não sabem a quem processar, o sistema operativo ou o fabricante.
No caso da Apple fica mais simples mas não fosse a Apple uma empresa de milhões e ninguém se preocupava.
Não. Só mesmo os utilizadores Apple é que enviam SMS durante a condução. Os outros é tudo atinadinho 😀
Olha lá oh fanboy, volta a ler para perceberes melhor, não tem nada haver com milhões, a Google também têm milhões assim como a Microsoft!!!
Aqui onde se estão a tentar agarrar, é o facto de a Apple ter patenteado uma tecnologia que inibem condutores de usarem o smartphone enquanto conduzem, essa patente e tecnologia existe mas não foi implementada com o medo da concorrência, já a eliminação do jack 3.5, não gerou receio de perder para a concorrência!!!
A lei é por vezes muito complexa e basta levares um susto e já podes instaurar um processo contra!!!
Por isso não venhas falar dos milhões da Apple como se fosse a única a faturar com a tua ignorância…
Hellooooooooo!
Submissão da patente: 2008
Aprovação da patente: 2014
Acidente mortal: 2013
A tecnologia não estava patenteada coisa nenhuma.
Atenção, as tecnologias podem ser usadas mesmo não tendo a patente registada ou aprovada.
“Olha lá oh fanboy” !!!
Deves estar a escrever para a pessoa errada, e se leres entendes qua o tipo acusações não são exclusivas da Apple, o facto de eles patentearem um sistema não significa que o tenham de aplicar assim como os outros OS não o fazem.
Este processo não vai trazer de volta o Jovem, assim como não vai resolver nada nem prevenir nada.
O único motivo que estão a apontar a Apple e não outros sistemas é porque é simples, a Apple tem hardware, software e dinheiro ao passo que android e Windows tem muitos fabricantes, ficando apenas duas variáveis, software e dinheiro, mais difícil de chegar ao dinheiro.
Um condutor é responsável por seus actos em quanto conduz, o código é claro em relação a escrever sms e outros, mais precisamente o uso de telemovel, se não o respeitam não é culpa de mais ninguém.
Pois, mas quem é que quer conduzir um carro?
Estou a ver que comédia não é o teu forte.
Mas Lê bem a razão invocada. O pai da vítima, seguramente instrumentalizado por um advogado que espreita a fama e riqueza aproveitando o estranho crochê judicial americano, soube da tecnologia existente e que ‘potencialmente’ poderia bloquear a utilização dos dispositivos Apple móveis para enviar e receber mensagens, por forma a acusar a empresa de não colocar a funcionalidade em ação por práticas meramente concorrênciais.
Em causa tentou ser colocado o aspeto prático e ético ao barulho.
Claro que cheira a milhões.
Claro Vitor, tem que existir sempre uma indemnização para as vítimas!!! Mas este tipo de acusações não são exclusivos à Apple, qualquer entidade endinheirada, corre o risco de ser processada por ter um pintelho fora do sítio!!!
E nos Estados Unidos… mais ainda.
Com android não sei, mas com windows mobile sempre que entro no carro o smart phone entra em modo de condução e bloqueia o envio de mensagens escritas, apenas permite o envio de mensagens de voz, claro que se eu desativar o modo de condução o smart phone funciona normalmente… logo a tecnologia está activa se eu a desativar a responsabilidade é minha… se bem que na minha opinião a responsabilidade deve ser sempre do condutor, que nunca o deverá fazer quando conduz, mas infelizmente hoje em dia é um flagelo, todos os dias no transito há uma cambada de anormais agarrados ao telemóvel nas ms que acabam por ainda complicar mais os engarrafamentos…
só mesmo nos estados unidos, o que ia atrás do volante é que ia em infração, e queriam meter a empresa da marca do telefone á festa, sem ser perdida nem achada no assunto…
é só rir…
1+
Se esse pai for consequente… tem que processar-se também, pois foi ele que lhe comprou o telemóvel e nao ensinou que nao se deve usar o télélé quando se conduz.
E tu devias ser processado por não saber ler..
O rapaz tirou a carta nao foi? Então é culpado. Para andar na estrada é preciso responsabilidade
Que grande confusão é Rodrigo.
Quem processou a Apple foi pai do rapaz atropelado. Quem ia a enviar SMS era o rapaz que o atropelou.
Acho que te vou processar por perder tempo a te explicar isto. Ou se calhar vou processar a Pplware por aceitar membros que não entendem os textos à primeira 🙂
e eu aqui apensar que quem foi atropelado era quem mandou a sms e quem conduzia era a apple..
Isto só pode ser uma anedota certo ? é que so pode.
Alguém que pare com estas coisas por favor…
É triste, simplesmente triste.
Vou ali ao café, mando um biqueiro na boca a alguém, e a pessoa vai processar é a marca do calçado que eu estava a usar na altura que mandei o biqueiro…
Este mundo vai de mal a pior.
Ou então essa pessoa processa-te em picadinho. Depende do tamanho.
tem de processar mesmo mais nada
Palhaçada. .. só falta culparem a marca automóvel também. O rapaz é o único culpado e pronto.
Só digo uma coisa, se a minha mulher engravida, vou processar a control por não me ter impedido o acesso.
Esta questão tem tanto de simples como de complicado. De forma simples o condutor é o culpado. Agora visto ser um processo nos Estados Unidos a coisa pode alargar bastante. E não creio que possa ser apenas nos Estados Unidos. Se a Apple não tivesse nenhuma patente nem estudo da tecnologia era uma questão diferente, agora ter uma patente e uma tecnologia que lhe permite atuar numa situação destas e não as usar, isso é que é estranho e devia ser melhor investigado.
Se uma farmaceutica tiver um dia um estudo sobre a cura de cancro, quer dizer que vai ser só malta a processar a farmaceutica a partir desse momento, se morrer algum familiar?
Pois o filho que Deus o tenha. O filho tem a irresponsabilidade e a Apple é que tem o dinheiro.
Sem mais comentários…
Tava na cara que a Apple iria se safar neste caso o condutor tem td a culpa e outra o sistema so foi aprovado em 2014
A sério que isto aconteceu mesmo ? É só estúpido. Pessoal a tentar indemnizações milionárias por tudo e por nada..
só naquele pais de inurgumes é que tal é possível…
que tal processarem o fabricante do automóvel?
ou o município por ter feito a estrada?
ou, sei lá, as pessoas que foram testemunhas porque nao impediram?
hoje em dia tudo serve para desculpabilizar os erros que os humanos cometem por serem parvos….
enfim.
Civismo na condução e cumprimento da Lei,coisa que actualmente é raro ver,mas para mim é mau muito mau este novo/velho hábito de usar o telemóvel para fazer o que for com ele enquanto se conduz, consciência para não o usar a conduzir e o que se precisa ter, mas tal não existe.
Vai ser necessário muita prevenção activa e proactiva para acabar com isto.
Nos estados Unidos e já uma das razões principais pela qual morrem condutores jovens ao volante, a distração e envolvência com o telemóvel e tal que se esqueçam que estão a fazer outra coisa muito mais importante “conduzir” e deveria de ser ao contrario.