Estudo revela: Crianças portuguesas sentem-se seguras online
Já não é novidade que praticamente todas as pessoas, de todas as idades, têm acesso à Internet. E essa realidade tem alertado principalmente os pais que se preocupam com os perigos a que os seus filhos possam estar expostos neste enorme mundo online.
Muito já se escreveu sobre esses perigos, mas um estudo levado a cabo pela EU Kids Online veio demonstrar que, das crianças da Europa, as portuguesas são das que menos têm acesso a riscos e perigos online.
Para o presente estudo, a rede EU Kids Online questionou, de forma aleatória, uma amostra de 23.420 crianças, com idades compreendidas entre os 9 e os 16 anos, habitantes em países Europeus, e utilizadores da Internet. Pode ter acesso ao questionário aqui.
Os temas do inquérito incidiam sobre perigos e riscos online tais como Pornografia, Bullying, mensagens de cariz sexual, contacto com desconhecidos, encontros offline com contactos online, conteúdo potencialmente nocivo gerado por utilizadores e abuso de dados pessoais.
No geral, Os resultados deste estudo, revelaram os principais números:
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12% dos crianças, dos 9 aos 16 anos, diz que já se sentiu incomodada com algo na Internet;
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39% das crianças já se depararam com, pelo menos um, dos riscos acima mencionados;
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De todos os riscos, os mais comuns reportados pelas crianças, foram: comunicar com pessoas que não conhecem pessoalmente, ver conteúdos nocivos potencialmente gerados pelos utilizadores.
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O bullying é o risco menos comum, mas parece ser o que mais incomoda as crianças.
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Riscos de cariz sexual, apesar de abundantes, são poucas as crianças a eles expostas e/ou que os acham nocivos.
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Em cada 12 crianças, uma já se encontrou com alguém que conheceu na Internet.
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Portugal, Turquia e Itália são os países com menor incidência de risco, ao contrário da Estónia, Lituânia, Rep. Checa e Suécia.
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O risco é mais frequente, quanto mais assídua for a criança na utilização da Internet.
Clique aqui para saber todos os dados e resultados do estudo.
Falando específicamente no nosso país, Portugal, os números são um pouco diferentes:
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78% das nossas crianças, entre os 9 e os 16 anos, usam a Internet.
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67% acedem à Internet nos quartos, e 26% noutros locais da casa.
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Apesar de sermos um dos países com menor incidência de risco, 7% dos jovens portugueses já de deparou com perigos como a pornografia, bullying e contacto com desconhecidos.
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Apesar de tudo, 49% das crianças tem noção que faz um uso excessivo da Internet.
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13% é o número de crianças que já viu imagens de cariz sexual em sites, no entanto apenas 4% dos pais das mesmas pensa que os filhos já as viram.
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Apenas 2% das crianças refere já ter sofrido de bullying
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58% das crianças portuguesas têm um perfil numa rede social, onde 7% partilha a morada e/ou nº de telefone.
Os números mostram que, Portugal é dos países com melhor segurança online, onde as criança também têm noção dos seus comportamentos na Internet e isso já as pode ajudar a evitar alguns perigos.
Por outro lado, penso que seria importante os pais, principalmente de crianças em idades mais precoces, informarem-se mais sobre o mundo da Internet, para que possam dar conselhos saudáveis aos filhos sobre a sua utilização. Não os devem proibir de aceder, mas ensiná-los a controlar e ter comportamentos adequados online.
“O excesso de violência, de pornografia, de produtos comerciais totalmente incomodativo, e penso que a UE devia usar o seu poder a nível informático para bloquear sites que todos nós conhecemos, onde podem encontrar esses conteúdos” (Rapaz de 15 anos)
“Nas minhas redes sociais, aparecer uma pessoa, que eu não conheço, a falar comigo e ameaçarem-me, ou também adicionarem como amigo sem saberem quem eu sou, só me adicionarem por conhecer um amigo meu, por exemplo.. mas não quer dizer que seja só isto que me imcomoda” (Rapariga de 10 anos)
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Fonte: Inquérito EU Kids Online
Homepage: EU Kids Online
Este artigo tem mais de um ano
Não sei se é pela idade ou pela falta de contextualização da citação, mas não percebo muito bem o que é que a rapariga citada quer dizer com aquela frase. Que pergunta originou aquela resposta?
@ João, a pergunta pretende saber o que mais incomoda os jovens na Internet
Obrigado 🙂
Um artigo muito interessante, de facto, e os comentários em baixo ainda dão mais que pensar.
Muito bem visto. A frase tem vírgulas que alteram o sentido desta e para além disso, não faz grande sentido.
No computo geral, o que interessa é que as crianças estão bem consciencializadas sobre os perigos da internet, o que já é grande avanço para evitarem muitos crimes.
Bom trabalho, Marisa. 😉
Se as crianças se sentem seguras online isso só revela uma coisa: Inocência.
Quando crescem e continuam com a mesma sensação de segurança releva outra coisa: Ignorância.
Para mim, é ignorância em ambos os casos.
Ora muito bem dito. 🙂
Concordo, um pouco, com esse teu comentário…
O maior erro que os pais cometem em colocar o computador no quarto dos filhos e este estudo comprova a veracidade do mesmo!
“67% acedem à Internet nos quartos”
abraço
bismarques
Concordo.
Apesar de achar que se tem que dar alguma liberdade à criança e deixá-la explorar o mundo virtual sozinha para aprender melhor, é essencial que os pais, ou adultos responsáveis pela criança, estejam sempre atentos aos comportamentos e ao que a criança está a ser exposta. Pois pode estar a ter contacto com perigos, não ter noção, e desta forma a atenção dos pais pode prevenir muitas consequências indesejadas, bem como promovei às crianças mais comportamentos adequados na Internet.
Acho que uma grande maioria das crianças/adolescentes não tem consciência dos perigos da net e por isso se sente segura. No ano passado, em Formação cívica, abordei esse tema numa aula com os meus alunos e acreditem ou não, cerca de 3/4 não tinham antivírus no computador ou estava caducado. E segundo o diálogo que tive com eles acerca disso, não me parece que tenham grande noção dos perigos de navegar na net. E como não têm noção, acham que estão seguros..
Compreendo, mas acho que é diferente falar-se em segurança ao nível de software, e segurança ao nível emocional
Insegurança a nível software > acesso a informação pessoal > “abuso de dados pessoais”. 😉 Tem tudo a ver! Já para não referir aqueles pequenos “presentes maliciosos” que apresentam também “conteúdo nocivo”, este, via software… Mas o “anti-vírus” ou qualquer outro software de protecção não são suficientes. O que falta mesmo no meio disto tudo, é um pouco mais de informação aos pais! Porque hoje um computador oferecido a uma criança é muitas vezes uma coisa, para preencher a falta de atenção dois pais. Assim opino.
Excelente estudo, excelente artigo, Marisa! 😉
Claro que se sentem seguras na net, sempre é melhor que levar com pretos e ciganos na rua 😀
ROTFLOL
@ITDept
Tu de boca fechada davas um grande poeta!