Doar o corpo à ciência: conheça todos os passos e contactos online
Sabia que pode deixar o seu corpo à ciência, contribuindo para a formação de novos médicos e para a investigação científica? Saiba como deve atuar caso seja o seu desejo e toda a legislação aplicável. O processo pode ser desencadeado online.
A doação de corpo é um ato cívico de grande generosidade
A doação do corpo à ciência é uma prática que, embora ainda relativamente pouco conhecida em Portugal, representa um ato de generosidade e altruísmo que contribui significativamente para o avanço do conhecimento médico e científico.
Ao disponibilizar o seu corpo para fins de estudo e investigação, um doador pode ajudar na formação de futuros médicos e na realização de pesquisas que podem salvar vidas ou melhorar tratamentos médicos.
Permite ainda que estudantes de medicina e investigadores tenham acesso a recursos fundamentais para a sua formação e para a realização de estudos científicos. O ensino prático de anatomia, por exemplo, é essencial para que os futuros médicos possam adquirir conhecimentos anatómicos detalhados que são cruciais para a sua prática clínica.
Além disso, a doação de corpos contribui para pesquisas em diversas áreas da medicina, incluindo o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e a exploração de tratamentos inovadores.
Em Portugal, qualquer pessoa maior de idade, que esteja em plenas faculdades mentais e que deseje contribuir para a ciência pode manifestar o seu desejo de doar o corpo após a sua morte. Não existem restrições quanto à idade, desde que o potencial doador tenha mais de 18 anos.
Doar o corpo à ciência? Como proceder
1 - Informar-se sobre as instituições de ensino e pesquisa: Em Portugal, várias faculdades de medicina e instituições científicas aceitam doações de corpos para fins de estudo e investigação.
É essencial que o potencial doador contacte a instituição escolhida para se informar sobre os procedimentos específicos e para garantir que a instituição está a aceitar doações.
Lisboa
- Nova Medical School - Universidade Nova de Lisboa
- Tel: +351 21 880 3000
- Morada: Campo dos Mártires da Pátria, 130; 1169-056 Lisboa
- Mais informações, aqui.
- Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
- Tel: +351 21 798 51 51
- Morada: Av. Professor Egas Moniz - 1649-028 Lisboa
- Mais informações, aqui.
Porto
- Instituto de Ciências Médicas Abel Salazar (ICBAS) – Universidade do Porto
- Tel: +351 220 428 000
- Morada: Rua de Jorge Viterbo Ferreira n.º 228, 4050-313 Porto
- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
- Tel: +351 22 5513616
- Morada: Alameda Professor Hernâni Monteiro, 4200-319 Porto
- Mais informações, aqui.
Coimbra
- Instituto de Anatomia Normal - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
- Tel: +351 239 85 77 68 (segunda a sexta, das 9h00 às 20h)
- Morada – Pólo das Ciências da Saúde – Subunidade 3, Azinhaga de Santa Comba – Celas, 3000-548 Coimbra
- Mais informações, aqui.
Covilhã
- Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior
- Tel: +351 275329002; +351 275329003
- Morada: Avenida Infante D. Henrique; 6200-506 Covilhã
2 - Formalização do pedido: O primeiro passo formal é manifestar a intenção de doar o corpo à ciência. Este desejo pode ser expresso online através de uma carta, um documento escrito ou um formulário disponibilizado pela instituição escolhida.
Alguns locais podem exigir que o documento seja assinado na presença de um notário para garantir a validade legal da decisão.
Este documento deve incluir informações pessoais do doador, uma declaração clara da intenção de doar o corpo e pode também incluir detalhes sobre o que deve ser feito com o corpo após a utilização científica, como a opção de cremação ou enterro.
- Informar a família: é fundamental que o doador informe os seus familiares mais próximos da sua decisão de doar o corpo à ciência. Isto é importante para que, no momento do falecimento, os familiares possam colaborar com a instituição para garantir que o processo se desenrola conforme o desejado. A ausência de uma comunicação clara com a família pode levar a complicações, especialmente se houver resistência por parte dos familiares que desconhecem ou não concordam com a decisão do doador.
- Após o falecimento: quando ocorre o falecimento, é responsabilidade da família ou dos responsáveis notificar a instituição escolhida o mais rapidamente possível. Normalmente, a instituição cuidará de todos os procedimentos relacionados com o transporte e preparação do corpo. O corpo será então utilizado conforme as necessidades da instituição, podendo ser utilizado para ensino, investigação ou ambos. Após a utilização, a instituição poderá cuidar das disposições finais, como a cremação, conforme acordado anteriormente com o doador.
Como referimos, este é um gesto nobre, que pode ter um impacto duradouro na educação médica e na investigação científica. Por isso, é importante que, para além de manifestar formalmente esta vontade, o doador tenha uma comunicação aberta e clara com os seus familiares sobre a sua decisão. A ciência agradece.
Já vendi a alma e o corpo ao capitalismo, doar não é a minha linguagem, mais parece socialismo…
Se me pagarem alguma coisa enquanto estou vivo, posso doar depois de morto! De graça ./.
È de vendidos como tu que a direita precisa, junta-te ao movimento!
Bom, se houver outra vida para além da morte, arrependimento é certo.
Dispenso, já dei tudo ao Diabo…
Tristes mentalidades que por aqui abundam. Detentores de “sabedoria extrema”, tão pobres de alma.
aqui está um artigo de bastante interesse onde as pessoas deveriam refletir principalmente em certas doenças chamadas raras e que muitas vezes criticam a ciência por falhas nas curas , mas como tudo na vida o cerebro humano ainda pensa que criticar resolve toda uma situação que por mais que a gente pense (que nunca nos vai acontecer ).A ciência e a cura quando o mal aparece logo se arranja uma maneira qualquer para resolver o problema .A outra questão em relação ao artigo deve de ser o problema de falta de corpos na universidades porque eu imagino quantos e quantos medicos que são formados sem terem contacto direto com os (chamados corpos ) . mas isso a gente depois critica quando vamos aos hospitais e dissemos mal dos medicos
Muito isto. Tal como tudo na vida, é uma opção mas é cada argumento mais estupido… E já disse isto em várias outras publicações e fico sempre parvo, com tanta mente fechada num forum que tenta ser do mais oposto, atentar a várias ideias diferentes, temas…
Dito isto, as mesmas pessoas que dizem que so o faziam por dinheiro, sao provavelmente os mesmos que ficam revoltados por pagar seja o que for se tiverem de ir ao hospital..
Há uns vídeos muito interessantes no youtube com cadáveres embalsamados que são usados para dar aulas. Na realidade eles precisam de muito poucos corpos porque como estão reservados duram-lhes muitos anos . Ao fim de alguns anos são cremados e as cinzas entregues ao herdeiros