COVID-19: Alunos têm de devolver computadores cedidos pelas autarquias
A pandemia provocada pela COVID-19 veio obrigar a diversas mudanças drásticas na sociedade. No segmento do ensino, as aulas passaram para a TV e para a Internet, mas muitos portugueses não estavam preparados. A falta de equipamentos em algumas famílias levou as escolas a fazer levantamentos para saber quais os alunos necessitados.
No entanto, sabe-se agora que muitos alunos carenciados não levantaram computadores por estes serem emprestados. Além disso, os PCs emprestados pelas autarquias têm de ser devolvidos.
Foi a 16 de março que a escola parou em Portugal por causa da COVID-19! Rapidamente se procuraram alternativas e as soluções digitais e pela TV foram as adotadas pelo Governo e Agrupamentos de Escolas. Ninguém estava preparado para tal cenário e muitas famílias nem sequer tinham um computador e Internet em casa. No entanto, face às dificuldades e necessidades provocadas pela pandemia de COVID-19, as escolas arranjaram equipamentos, mas curiosamente, parte deles não foram levantados. Segundo informações, em muitos casos, quando souberam que os tinham de devolver, acabaram por não os levantar.
Revela o Diário de Notícias que no Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra, no Lumiar, em Lisboa, onde um primeiro levantamento concluiu que eram precisos 140 conjuntos (computador e router, um dispositivo com dados de Internet) para equipar as famílias carenciadas das suas escolas. Apenas foram levantados 39, ou seja, menos de um terço (27,8 %).
Em declarações ao DN, João Martins, o diretor do agrupamento refere que...
A grande maioria dos encarregados de educação contactados, sabendo que os equipamentos eram cedidos a título de empréstimo e que teriam de ser devolvidos após otérminusdo 3º período (até 5 de julho), optou por não recorrer a este mecanismo
Computadores entregues pelos municípios têm de ser devolvidos
Só as Escolas de Lisboa receberam 3580 PCs. Manuel António Pereira, vereador dos Direitos Sociais/Educação referiu que...
As escolas começaram por disponibilizar os equipamentos que tinham, posteriormente, contactaram os municípios, as associações e lançaram plataformas para angariar equipamento. Boa parte dos municípios conseguiram arranjar a maioria dos computadores, emprestando-os as escolas, mas também a sociedade civil contribuiu. Os que foram entregues pelos municípios têm de ser devolvidos
No caso de Lisboa, os computadores não atribuídos ficam para as escolas, até tendo em vista uma redistribuição no próximo ano letivo. É, também, essa a indicação seguida a nível nacional.
Manuel António Pereira é diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, onde foi concluído que 300 alunos não tinham materiais em casa para seguirem as aulas à distância, o que representa um terço dos estudantes do agrupamento. E apenas conseguiram 125 computadores, com a autarquia a disponibilizar 85. Não chegaram para as necessidades e três ou quatro foram devolvidos, "por dificuldades em manusear o computador", acabaram por ser entregues a outros alunos, refere o DN.
Este artigo tem mais de um ano
Mas quais computadores?
Os alunos “carenciados” não levantaram porque tinham… que os devolver? Ou bem que precisavam deles e iam, ou já tinham um. “Necesitavam” de um era para vender
O pessoal estava à espera de mais um e-escolas
Ou pensaram que, subsequentemente, se estes fossem estragados (estamos a falar de crianças de diversas idades), teriam de pagar o equipamento.
“E esta, hein”
A causa mais provavel… se tivesse dificuldades preferia pagar 100 euros por um portátil usado fraco do que ter de pagar um computador novo à câmara que poderia até vir com defeito. É um pau de dois bicos.
A necessidade de obrigar a um compromisso na assinatura da declaração tem o efeito dissuasor de não provocar”acidentes” propositados. Não anda nenhum polícia atrás de cada aluno.
Uma entrega sem declaração cria um efeito “isto não é meu, que se lixe”.
+1
Os equipamentos que utilizo para trabalhar também tem um regulamento com regras de utilização e também tive de assinar uma declaração em como estou responsável por eles e cumpro o regulamento.
Não estou a perceber o drama.
“muitos alunos carenciados não levantaram computadores por estes serem emprestados. ” As eventuais respostas obtidas por um agrupamento não constitui universo passível de ser generalizado ao país. Não duvido que pontualmente, essa possa ter sido a razão mas, se formos analisar situações pontuais então deveremos ter centenas delas, todas diferentes. Em primeiro lugar, houve um critério que excluiu logo uma quantidade difícil de calcular de alunos que não teriam direito a computador emprestado, ou seja, todos os que não estivessem nos escalões A ou B do apoios sociais, onde se incluem, grande parte dos alunos que ainda não possuem nacionalidade portuguesa. Autarquias houve que, tendo orçamentos de centenas de milhares de euros anuais para juros e encargos com estádios de futebol do euro 2004, não puderam oferecer mais do que meia centena de portáteis. Resumindo o meu ponto de vista, o Ministério da Educação, informou as escolas logo na 1ª semana do encerramento que se desenrascassem com o que tinha e que contactassem “parceiros” para satisfazerem todas as necessidades. Mas ninguém fala disso. O ME fechou-se nos gabinetes e passaram o confinamento a produzir PDF’s, FAQ’s, orientações e demais material para aumentar a desorientação das escolas. O que deviam ter feito, que era contactar com entidades, a nível nacional (uma vez que o problema era nacional), com representação local, que pudessem investir em portáteis ou dispensar equipamento em vias de substituição, como Bancos, Seguradoras e outras entidades que fazem renovação periódica, não fizeram. Chutaram para canto e recomendaram às escolas que se desemerdassem. E a seguir, hibernaram. E quando regressam é para trazerem a habitual arrogância do quero posso e mando, sem ouvir quem está no terreno. Acho normal que as autarquias queiram a devolução até porque a cedência foi feita na base do empréstimo. Cabe ao governo resolver um problema nacional de mais de 12 anos de atraso tecnológico. Todos temos de fazer sacrifícios para a torneira continuar aberta para os mesmos do costume. São opções. E nós somos brandos com essas opções.
Concordo em absoluto com esta medida.
Será difícil acreditar nesta notícia porque eu sou um voluntário da iniciativa StudentKeep e todas as escolas a quem já entregamos mais de 1000 computadores com o sacrifício voluntários de toda a equipa, nunca foi recebida essa recusa.
Além do mais, a ser verdade seria a representação mais negativa da nossa sociedade em respeito ao esforço aplicado por uma causa tão nobre.
E não gostaria de saber os motivos que estariam por detrás desse tipo de decisões.
Obrigado pelo teu voluntariado.
Mas estão aí as fontes na notícia, que facilmente serão pesquisáveis e validadas. A notícia fala dos equipamentos emprestados pelas autarquias. Se é a título de empréstimo, logicamente que precisam de ser devolvidos.
Espero bem que não seja verdade, até porque doei um computador à iniciativa StudentKeep a título definitivo… Só espero que essas sanguessugas das Autoridades de Educação, não o aproveitem para ganharem dinheiro para os bolsos de alguns… em detrimento dos que verdadeiramente necessitam!!!
Pensavam que era “oferta”???
Como sabem que o motivo que levou a que mutias pessoas não levantassem os computadores foi o facto de os terem de devolver? Isto cheira-me a uma invenção muito conveniente a alguém.
Outra coisa que me chama à atenção é o facto de não se falar em equipamentos para os professores. Como qualquer outro trabalhador, a responsabilidade de garantir os recursos devería ser a entidade patronal e não o próprio trabalhador.
E ias comprá-los onde com as fabricas na china fechadas e o stocks quase a zero?
Além disso, seriam concedidos também a titulo de emprestimo aos professores, e depois o que faziam com investimento, ficava parado durante 3 anos até ficar obsoleto e dizermos adeus a M em impostos usados para a compra?
Fácil mandar larachas.
Não são larachas, é um problema real. Porque raio haveria de ser a titulo de emprestimo se é uma ferramenta que os professores utilizam diariamente mesmo num cenario não pandemico?
Se várias empresas conseguiram abastecer-se de equipamentos, porque não o conseguiria o estado português? E porque não se fala nisso agora que as coisas estão mais estabilizadas mas há uma forte possibildiade de o confinamento normal?
É que até agora não se queixaram mas se lhes dá na telha fazer birra e recusarem-se a usar material pessoal, coisa que têm todo o direito de fazer, é que vão ser elas…fica o país inteiro sem aulas.
Ganhavam mais se fizessem uma aquisição de um PC nem que fosse em segunda mão.
É provável existirem casos dessa natureza, mas não se pode generalizar… Por exemplo, Manuel António Pereira no artigo do DN indica que teve casos em que os equipamentos não foram levantados porque as familias tiveram receio de danificar o equipamento. Calculo que lhes seria atribuidos os custos de reparação. Lembro que estamos a falar de familias carenciadas e acidentes acontecem. Leia também a opinião do Paulo Batista no comentário mais abaixo.
Resposta ao Trancas…*
O que leva a isto foi terem aparecido centenas de Magalhães à venda no OLX.
Sao apenas equipamentos a titulo de emprestimo pela a autarquia. Os restantes já nao funcionam da mesma forma.
Estavam a pensar que se ia repetir a paródia do Magalhães e os computadores iam todos parar à Feira da Ladra. Quando viram que eram para devolver e até podiam ter de pagar, se os estragassem… “perderam” o interesse.
Bom dia,
Caríssimos, acho mais importante implementar a educação tecnológica, porque isto,na minha modesta opinião é uma linha muito subtil a que separa a decência da forma incorrecta de agir perante termos facilidade de acesso….a questão que se coloca é: Vai implementar algo de didáctico? Ou vão lhe dar uso para proveito próprio, caríssimos, é uma linha muito pouco subtil a que separa a decência da forma menos correcta de agir….também isto acontece porque há uma facilidade gigante de acesso a isso! Temos que ser nós: Há ferramentas para isso a delimitar tal conteúdo….mas daquilo de que eu vejo: há muita gente sem formação para isso….sem conhecimento preventivo…é o bota para lá…e não é bem assim…tem que haver restrições! Para que os mais novos não fiquem com sentimento de não haver limites…há…tenham consciência, os mais novos são o nosso espelho! Temos ferramentas para delimitar….não restringir o acesso: para delimitar….há coisas que eu fico admirado…principalmente neste fase que precisamos mais! Não estou a dizer para viver num mundo á parte, estou a dizer para haver regras e com o avanço da idade é que tomam a posição que querem…
Não se esqueça que os mais novos são o nosso espelho!