Google gasta 2,7 mil milhões para trazer de volta à empresa génio da AI “dispensado”
Não foi despedido. Saiu porque se sentia frustrado com a quase nula aceitação dos seus projetos dentro da Google. A gota de água foi a recusa em utilizar um chat que desenvolveu com outro engenheiro. Farto, saiu e formou uma start-up direcionada para a IA. Agora a Google pagou 2,7 mil milhões para o ter de volta.
A Google foi obrigada a abrir os cordões à bolsa ao gastar 2,7 mil milhões de dólares para trazer de volta um antigo funcionário que havia deixado a empresa frustrado devido à falta de aceitação do seu trabalho na área da inteligência artificial (IA).
Este antigo funcionário, Noam Shazeer, de 48 anos, era uma figura-chave na área de desenvolvimento de IA da Google. Ao longo dos anos, tinha desenvolvido diversas soluções inovadoras para melhorar a capacidade de aprendizagem das máquinas e aprofundar a inteligência artificial.
No entanto, apesar do seu trabalho de vanguarda, sentia-se frustrado pela falta de apoio e aceitação dentro da própria empresa. Embora a Google tenha sido pioneira em diversas áreas de tecnologia, as suas iniciativas internas nem sempre estavam alinhadas com as visões mais ousadas e disruptivas de certos funcionários, como este, levando a sua saída.
A frustração em grandes empresas tecnológicas não é incomum. Muitas vezes, visões inovadoras enfrentam barreiras internas, como estruturas hierárquicas rígidas, resistências culturais ou simplesmente uma relutância em alterar modelos de negócios bem-sucedidos.
No caso deste engenheiro de IA, a falta de apoio para expandir as suas ideias acabou por ser o fator determinante para a sua saída. O que fez então? Em conjunto com um colega de trabalho, Daniel De Freitas, criaram a Character.AI, uma start-up que se tornou uma estrela em Silicon Valley e que passado apenas um ano já valia qualquer coisa como mil milhões. Agora, a Google teve que desembolsar quase o triplo para promover o regresso do “filho pródigo”.
Valerá a pena investir tanto?
A decisão da Google de gastar 2,7 mil milhões de dólares para trazer de volta este especialista mostra o quanto o cenário mudou. A competição global no campo da IA tornou-se incrivelmente feroz, com empresas como a OpenAI, Amazon, Meta e a Microsoft a fazerem progressos consideráveis em áreas como processamento de linguagem natural, automação, sistemas preditivos e muito mais.
Nos últimos anos, a Google tem sido pressionada para manter a sua liderança em IA. Com o aumento da relevância da inteligência artificial em setores como automóveis autónomos, saúde, e até mesmo motores de busca (com o advento de assistentes virtuais inteligentes), o talento especializado tornou-se ainda mais valioso. Trazer de volta este funcionário é, portanto, um claro esforço para corrigir um erro estratégico anterior e garantir que as capacidades da Google em IA permaneçam entre as melhores do mundo.
Além disso, a Google reconheceu que o trabalho que Noam Shazeer fazia anteriormente, embora não tivesse sido devidamente apoiado na altura, é agora crucial para as necessidades tecnológicas da atualidade. O seu regresso à Google com um grande investimento financeiro demonstra que a empresa está disposta a apostar nas suas ideias e projetos com mais recursos e liberdade criativa, algo que não foi possível no passado.
Impacto no futuro da IA na Google
Este regresso marca uma nova fase para a Google, particularmente no domínio da IA. Especula-se que Noam poderá liderar ou colaborar com equipas que desenvolvem sistemas de IA de próxima geração, que não só melhorem os produtos atuais da empresa, como também criem novas oportunidades de mercado.
Entre as áreas que se esperam ser mais impactadas estão o desenvolvimento de algoritmos avançados de aprendizagem profunda, capazes de transformar a forma como os motores de busca funcionam. Isto pode incluir a melhoria dos resultados de pesquisa, tornando-os mais personalizados e precisos através de IA preditiva.
Além disso, a empresa poderá explorar a IA para expandir as suas capacidades em setores emergentes, como a saúde digital, oferecendo diagnósticos preditivos baseados em grandes volumes de dados.
Outro setor que pode beneficiar deste regresso é o da automação de processos e tomada de decisões empresariais através de IA, ajudando empresas a reduzir custos e melhorar a eficiência. Com as suas inovações, espera-se que a Google possa continuar a moldar o futuro da inteligência artificial, competindo diretamente com rivais que estão a investir pesadamente no mesmo campo.
O regresso desta mente brilhante promete trazer novas soluções e expandir as capacidades da Google, numa altura em que a corrida pela liderança no campo da inteligência artificial está mais acesa do que nunca.
É um valor que parece muito alto mas será uma pechincha. Ganham todos. Boa jogada.
Aqui está a prova que mais vale valorizar um trabalhador que o perder e contratar 2 que não fazem trabalho de 1…
Posso estar enganado, mas parece-me que o ChatGPT (OpenAI) e o Copilot (Micrososoft) estão a ganhar a guerra da IA para empresas. Isso explicaria por que é que a Google abriu os cordões à bolsa.
Imagina a inteligênçia artificial como uma corrida de Fórmula 1, percebes? Toda a gente quer ser o primeiro a cruzar a linha de chegada. A OpenAI e a Microsoft estão na frente, mas a Google não está a ficar para traz. A Google abriu o capital, mas isso não quer dizer que está a perder a corrida. É como quando uma empresa famíliar chama mais sócios para crescer mais rápido. A cena da IA muda tão rapidamente que é de loucos! Tipo, ontem era uma coisa, hoje já é outra. Dizer que alguém já ganhou a guerra é um pouco tolo, não axas? A Google tem tudo para ganhar: muito dinhero, muitos dados e uma equipa super inteligente a trabalhar para eles. Mas a OpenAI e a Microsoft também estão fortes. A guerra está apenas a começar e promete ser épica! Tás a torcer por qual?
Eu torço pelas pessoas. Que sejam suficientemente inteligentes e sensatas para saber utilizar, bem, a inteligência artificial.
Mas tenho sérias dúvidas que se consiga. Não tenho dúvidas que o desenvolvimento da inteligência artificial precisa de ser regulado. Mas tem que ser uma regulação flexível porque é impossível prever agora o que será a IA no futuro.
A UE foi a primeira a avançar com uma lei sobre a IA. Como escrevi no outro post a título de exemplo, essa lei diz que a IA não pode inferir as emoções de uma pessoa física. O novo modo ChatGPT Advanced Voice, lançado pela OpenAI esta semana no resto do mundo, pode reconhecer emoções na voz do utilizador – mas não é lançado na UE, porque seria ilegal nos locais de trabalho e escolas. Por isso, enquanto não obtiver uma exceção, a OpenAI não o recurso Advanced Voice na UE. E esta situação vai-se multiplicar.
Os EUA estão a promover uma conferência internacional sobre a regulação da IA. Vamos supor que países como a China, a Rússia e o Irão participam. Se assinarem a declaração conjunta é porque é vaga e não vinculativa. E nada impede de dizerem uma coisa e fazerem outra, tal como em empresas.
Aceitarem uma entidade fiscalizadora seria do tipo da Agência Internacional de Energia Atómica, mas ninguém está a equiparar, nem quer os riscos da IA ao risco do fabrico de armas nucleares ou de explosão de centrais atómicas. A coisa está muito complicada.
O que andará a China a fazer na área da IA?
Realmente, quem é precisa de gastar tanto em IA quanto te têm a ti?
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Afinal de contas, existem pessoas insubstituíveis
São poucas e é um fenómeno raro mas existem. Quando alguém me vem com essa conversa do ninguém é insubstituível penso sempre em casos tipo este.
Depende do funcionário e a empresa deve medir bem o impacto atual e o impacto se ele sair, por vezes é um grande golpe para a empresa. São poucos é certo.
Eu, repetindo o que ouvi alguma vezes, o que digo é que os cemitérios estão cheios de insubstituíveis. Os que se consideram insubstituíveis devem ser mais modestos e pensar nisso.
Há, mas muitos vão dizer que são casos raros.
e parar de usar o jargão AI com algo que não é AI?
não existe inteligência artificial que vá de encontro à definição da mesma.
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Há algo mais…
Imagino a administração e justificar aos accionistas: deixamos o “trabalhador” sair, ele fundou uma empresa que nos pode fazer concorrência (ou que nos é vital) e agora vamos contratá-lo novamente por 2.7 000 000 000 doláres. E todos: “uauuu”
Achei muito caro, a menos que o preço seja pela compra da empresa e das patentes da mesma, e o dito ex-funcionário venha por arrasto para a Google.
Se usarem o Chatgpt têm melhores resultados e sai mais barato
Há pessoas insubstituíveis.
Posso dar aqui rapidamente uns exemplos.
Bach, Mozart, Beethoven, Hendrix…
Mil guitarristas não fazem um Hendrix e mil pianistas não fazem um Beethoven.
Mas do que gostei mais na foto foi da sombrinha que tem na ponta da mona.
Devia estar muito calor naquele dia…
Com uma palhinha faz um daikiri…