Google Fotos tem mais de mil milhões de utilizadores. Mas esteve quase para não existir…
Com mais de mil milhões de utilizadores em todo o mundo, o Google Fotos é hoje uma das plataformas mais populares para organização e partilha de fotografias. Contudo, a sua história está cheia de percalços, começando com a recusa inicial da Google em apoiar o projeto.
David Lieb, engenheiro e empreendedor, foi a mente por detrás do Google Fotos. Antes disso, Lieb destacou-se com o Bump, uma aplicação que permitia transferir contactos e fotografias de forma inovadora, simplesmente aproximando dois dispositivos.
Este projeto alcançou 150 milhões de utilizadores e foi adquirido pela Google, mas acabou por ser descontinuado devido à ausência de um modelo de negócio viável.
Posteriormente, Lieb dedicou-se ao desenvolvimento do Flock, uma aplicação para partilha de fotografias entre contactos próximos. Embora promissora, a ideia não conseguiu conquistar grande tração. Foi então que Paul Graham, da aceleradora Y Combinator, sugeriu que Lieb pensasse mais além e criasse uma solução alternativa aos organizadores de fotografias existentes no iOS e Android, que na altura deixavam muito a desejar.
A "semente" do Google Fotos
Inspirado por esta visão, Lieb começou a trabalhar numa ferramenta chamada Photoroll. Este projeto pretendia revolucionar a forma como as pessoas geriam as suas fotografias. No entanto, o Photoroll ficou limitado ao dispositivo pessoal de Lieb, já que algo inesperado aconteceu: a aquisição do Bump pela Google trouxe o projeto para o radar da gigante tecnológica.
Apesar de a Google ter adquirido o Bump, a empresa encontrava-se focada no desenvolvimento da sua rede social Google+, uma tentativa falhada de rivalizar com o Facebook. Isso resultou numa falta de apoio interno para projetos como o Photoroll, o que levou Lieb a trabalhar discretamente na ideia, fora do horário de trabalho.
Mesmo com o seu entusiasmo, os superiores de Lieb mostravam-se relutantes em apoiar o projeto. Chegou a ser transferido entre equipas duas vezes, uma consequência da sua insistência em dar continuidade à visão de um gestor de fotografias revolucionário.
Perseverança de Lieb finalmente deu frutos
Após várias tentativas, Lieb conseguiu captar a atenção dos líderes da Google, que decidiram apostar no projeto. Com uma equipa de 100 pessoas e o apoio total da empresa, o Google Fotos foi desenvolvido a partir do zero em apenas nove meses.
Em 2015, o Google Fotos foi apresentado ao público durante o evento Google I/O. Inicialmente, o serviço oferecia armazenamento gratuito e ilimitado para fotografias, algo que o tornou extremamente atrativo.
O sucesso foi imediato, e em 2019 atingiu a impressionante marca de mil milhões de utilizadores. Embora a opção de armazenamento gratuito tenha sido descontinuada mais tarde, o Google Fotos continua a ser uma das plataformas mais utilizadas e rentáveis da Google.
Após o sucesso do Google Fotos, David Lieb enfrentou um desafio pessoal: foi diagnosticado com leucemia. Felizmente, o tratamento foi eficaz e conseguiu recuperar. Posteriormente, decidiu deixar a Google para se dedicar a uma nova missão: ajudar outros empreendedores a evitar os erros que ele próprio cometeu.
Hoje, desempenha um papel ativo como mentor na Y Combinator, onde orienta novos talentos no mundo da tecnologia.
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Não, não tem quase mil milhões de utilizadores. Pode ter alguns milhares, os outros são reféns. é uma luta constante. Não se consegue desinstalar nem desativar a app. Por muito que se desligue a sincronização das fotos, está sempre a reativar sem qualquer razão. É um absurdo.
Estás completamente enganado, eu não uso, e os meus backups são feitos na minha synology
O Google Fhotos é um produto realmente muito bom.
Depois de entranhado no n/ quotidiano é difícil largar (sim, mesmo sabendo das questões da privacidade e que nós somos o produto); isto, porque realmente não há outro igual. É útil, prático e muito conveniente.
Agora, a Google sabendo que iria agarrar os utilizadores, deixou que tivesse armazenamento gratuito até 01 de junho de 2021. A partir daí é que a porca torce o rabo.
Como nunca encontrei um produto que conseguisse ombrear com o Google Fotos, arranjei uma estratégia que me permite usá-lo muito além dos 15GB gratuitamente. Conteúdos recentes ficam numa conta grátis no telemóvel. Conteúdos de anos anteriores, cada um tem a sua conta própria (15 GB partilhados).
Claro está, a qualidade das fotos não é a original do telemóvel mas sim para poupança de armazenamento, já que o objetivo é simplesmente ter as fotos à mão.