A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que começou no dia 24 de fevereiro, continua a ser uma das principais notícias da atualidade. E este conflito tem feito várias vítimas, deixado um rasto de destruição e trazido imensas consequências a vários níveis.
Uma das consequências é a falta de componentes tecnológicos, essenciais para a continuidade das operações em vários segmentos. Como tal, as últimas informações indicam que o Sberbank, o maior banco da Rússia, está a reutilizar os chips dos cartões bancários para combater a escassez dos mesmos.
Maior banco da Rússia reutiliza chips para combater a escassez
Segundo avança a Reuters, o Sberbank, que é o maior banco da Rússia, referiu nesta quinta-feira (7) que começou a remover os chips dos cartões bancários não ativos para combater a escassez de componentes. Esta escassez foi provocada pelos fornecedores europeus que suspenderam as vendas, no âmbito das várias sanções aplicadas ao país de Vladimir Putin devido à guerra contra a Ucrânia.
Em abril, o Sistema Nacional de Pagamentos com Cartão (NSPK) alertou que não havia chips suficientes para responder às necessidades de emissão de cartões Mir (sistema de pagamentos russo) da Rússia, uma vez que os fornecedores europeus de chips se recusaram a negociar com o país. Tal como aqui informámos, a Visa e a Mastecard também suspenderam as suas operações na Rússia.
Com estas sanções, a Rússia viu-se assim obrigada a arranjar alternativas. Segundo o que foi referido por Olga Maklashina, chefe de conformidade cibernética do Sberbank, numa conferência de segurança de pagamentos nesta quinta-feira:
A escassez de chips para cartões começou na Rússia. Trabalhamos principalmente com os produtores europeus de chips… agora há um grande problema com a logística da Europa.
Além disso, Visa e Mastercard deixaram o mercado russo, então todos começaram a reemitir e a fabricar cartões Mir, surgindo assim uma crescente procura pela emissão de cartões.
Maklashina disse ainda que esta estratégia já ajudou a economizar mil milhões de rublos, algo como 15,62 milhões de euros, uma vez que 375.000 cartões continuam desativados por mês. A colaboradora do banco adiantou ainda que “os chips tornaram-se escassos e mais caros. Os nossos colegas do centro emissor apresentaram uma solução quase genial – reimplantar chips de cartões bancários. Ou seja, começamos a tirar os chips dos cartões e inseri-los em novos“.
Esta não é a primeira vez que a Rússia tenta encontrar soluções neste sentido, e já aqui informámos também que alguns tanques russos usam chips de eletrodomésticos e uma empresa russa recorreu a processadores russos para continuar a fabricar caixas automáticas.