Tempo de ecrã pode impactar a capacidade das crianças para processar sensações
Os ecrãs são um grande aliado de muitas famílias da atualidade. Afinal, representam uma fonte de entretenimento quase infinita para os mais novos. Porém, se o tempo de ecrã lhe parece inofensivo, saiba que, segundo um novo estudo, pode impactar a capacidade sensorial das crianças.
Uma significativa parte dos pais e encarregados de educação da atualidade vê nos ecrãs um importante pilar do entretenimento, pois asseguram uma pausa na necessidade de atenção dos mais novos.
Embora o tempo de ecrã possa parecer inofensivo ou mesmo enriquecedor, quando permitido com moderação, está repleto de armadilhas. Isto, porque uma utilização excessiva e descontrolada pode afastar as crianças da atividade física e da estimulação da imaginação, por exemplo, e pode prejudicar o desenvolvimento de competências essenciais, como a autorregulação emocional.
De acordo com o Science Alert, um novo estudo concluiu que o tempo de ecrã para bebés e crianças pequenas está, também, associado a um risco adicional que muitos pais poderão não ter considerado: o desenvolvimento de comportamentos atípicos de processamento sensorial.
As crianças que passam mais tempo a ver televisão ou outros vídeos antes dos 2 anos têm mais probabilidades de desenvolver estes comportamentos atípicos antes dos 3 anos, e a probabilidade parece aumentar, proporcionalmente, com o aumento do tempo de ecrã por dia.
Os comportamentos incluem "procura de sensações" e "evitar sensações" - quando uma criança procura uma estimulação sensorial mais intensa ou é mais avessa a sensações intensas, respetivamente -, bem como "baixo registo", uma sensibilidade mais baixa ou uma resposta mais lenta aos estímulos.
Segundo observado pelos investigadores, comportamentos como estes podem oferecer dicas sobre as capacidades de processamento sensorial de uma criança, ou sobre a capacidade do seu corpo para interpretar os estímulos sensoriais e produzir uma resposta adequada.
Ecrãs afetam capacidade sensorial das crianças
O estudo utilizou dados do US National Children's Study (NCS), um estudo em grande escala, mas incompleto, concebido para investigar as influências ambientais na saúde e no desenvolvimento da criança.
Embora os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos da América tenham cancelado o NCS antes do previsto, em 2014, os autores da nova investigação informam que já tinham sido recolhidos dados de cerca de 5000 crianças.
Estes dados incluem informação sobre a exposição de bebés e crianças pequenas a ecrãs aos 12, 18 e 24 meses, muitos dos quais foram também posteriormente submetidos ao Perfil Sensorial do Bebé e da Criança (em inglês, ITSP - Infant/Toddler Sensory Profile), um questionário desenhado para esclarecer as capacidades de processamento sensorial das crianças pequenas.
O ITSP pode ajudar a revelar padrões de "baixo registo" ou de "procura de sensações", classificando as crianças como baixas, típicas ou altas com base na sua frequência de vários comportamentos relacionados com os sentidos.
O novo estudo baseou-se, então, nas respostas dos cuidadores de 1471 crianças registadas entre 2011 e 2014.
Para as crianças de 1 ano, qualquer tempo de ecrã durante o primeiro ano - em oposição a nenhum - foi associado uma probabilidade 105% maior de mais tarde apresentar comportamentos sensoriais elevados em vez de típicos relacionados com o baixo registo aos 33 meses.
No caso das crianças de 18 meses, cada hora adicional de tempo de ecrã por dia estava associada a uma probabilidade 23% superior de apresentarem mais tarde comportamentos sensoriais elevados relacionados com o evitar sensações e o baixo registo aos 33 meses.
E entre as crianças de 2 anos, cada hora extra de tempo de ecrã diário foi associada a uma probabilidade 20% maior de procura de sensações elevadas, sensibilidade sensorial e o evitar sensações no ano seguinte.
Tendo em conta as ligações encontradas neste estudo, os autores afirmam que estes comportamentos atípicos de processamento sensorial podem pertencer ao leque de preocupações de saúde associadas ao tempo de ecrã para crianças pequenas, incluindo problemas de sono, atrasos na linguagem, problemas de comportamento e perturbações do espetro do autismo.
Esta associação pode ter implicações importantes na perturbação de hiperatividade e défice de atenção e no autismo, uma vez que o processamento sensorial atípico é muito mais prevalente nestas populações.
O comportamento repetitivo, tal como o observado na perturbação do espetro do autismo, está altamente correlacionado com o processamento sensorial atípico. O trabalho futuro poderá determinar se o tempo de ecrã no início da vida pode alimentar a hiperconetividade sensorial do cérebro observada nas perturbações do espetro do autismo, tal como respostas cerebrais elevadas à estimulação sensorial.
Explicou a especialista Karen Heffler, da Drexel University.
Na perspetiva de David Bennett, psiquiatra da Drexel University, "a formação e educação dos pais são fundamentais para minimizar, ou mesmo evitar, o tempo de ecrã em crianças com menos de dois anos".
Só na idade dos namoros faz sentido os miúdos terem telefone, até aí não serve para rigorosamente nada
Claro que sim, em 1995, entretanto passaram cerca 30 anos, as modas são outras…
Modas que estupidificam o ser humano? Antigamente era mal vistas..
Acho que o amigo deve deixar de ser velho do Restelo, o que era antigamente era antigamente, as coisas mudaram e hoje são de outra forma, se não consegue ver além disso, no futuro vai ser pior quando ver o pessoal a rir-se da sua forma de pensar, porque simplesmente acha que a malta está a ser prejudicada com as tecnologias, mas pelo contrário, estão se a adaptar mais rapidamente e tem mais facilidade que você e de certa forma já o ultrapassaram…
Se com isto já lhe parece mal, então imagine quando começar a ser tudo com interacção por Inteligência Artificial, fecha-se em casa e desliga a internet e isola-se do mundo…
Não tem nada a ver com ser velho do Restelo, está mais que provado os malefícios dos ecrãs nas crianças.
Esta última geração foi a primeira geração de sempre onde houve uma diminuição do QI e isso deve-se precisamente aos ecrãs.
O meu problema não é o progresso mas sim o progresso com impacto no desenvolvimento neurológico
A capacidade táctil e destreza que os telemóveis proporcionam faz falta.
Mas como em tudo o exagero, monocultura dá muito mal resultado.
Faz falta a quê e a quem?
Não deves ter filhos certamente
Qualquer exercício faz falta, saber escrever num teclado de telemóvel ou jogar ajuda a desenvolver capacidades espaciais e tácteis das crianças.
Elas vão usar no futuro por isso fazem muito bem em serem treinadas.
Eu sei como as pessoas com alguma idade têm dificuldade em operar com um telemóvel e não é por causa da atrite, mas claramente porque o cérebro não está desenvolvido para tal.
É claramente o problema dele da maneira que vê as coisas ficou preso no passado ,não consegue assimilar as novas tendências e pensa que vai ser o fim do mundo…
Claro, tive o meu primeiro telemóvel já andava na faculdade, e realmente fez-me muita falta para desenvolver capacidades.
Hoje sou pai de dois filhos e não só não tenho dificuldade com nada tecnológico como sou um dos melhores profissionais na minha área a nível mundial. Pobre cérebro o meu que só viu um telemóvel na faculdade e que só começou a ver tv aos 8 anos de idade