Primeira vacina do mundo que não precisa de refrigeração entrou em testes!
Uma vez que manter as vacinas frias é um desafio complexo, uma empresa britânica desenvolveu uma alternativa que não precisa de refrigeração. De forma promissora, esta entrou, agora, em testes.
Uma empresa britânica de biotecnologia poderá ter encontrado uma forma de resolver um problema complexo associado às vacinas: mantê-las frias.
Apesar de salvarem vidas, em muitas partes do mundo, transportar e armazenar vacinas significa depender de um sistema de refrigeração frágil e dispendioso. Segundo a Organização das Nações Unidas, aliás, "quase 50% das vacinas são desperdiçadas, devido, na maioria, a problemas na cadeia de frio".
A Stablepharma, uma empresa sediada no Reino Unido que trabalha com o governo e o Instituto Nacional de Investigação em Saúde e Cuidados (em inglês, NIHR), começou os ensaios em seres humanos das primeiras vacinas não refrigeradas do mundo, um potencial fator de mudança na saúde global.
Uma criança que morre a cada 20 segundos é uma estatística inaceitável. A Stablepharma está empenhada em lançar as primeiras vacinas sem refrigeração do mundo, reduzindo a necessidade da cadeia de frio e permitindo o armazenamento em qualquer parte do mundo.
Escreve a empresa, no seu website.
De nome SPVX02, a primeira vacina termoestável é uma versão reformulada da vacina contra o tétano e a difteria, e está atualmente a ser submetida a ensaios clínicos no University Hospital Southampton.
Contrariamente às vacinas convencionais, a SPVX02 pode manter-se estável a temperaturas que variam entre -20 °C e 40 °C, e tem um prazo de validade de até 18 meses sem refrigeração.
Esta alternativa não refrigerada poderá reduzir drasticamente o desperdício de vacinas.
A tecnologia da Stablepharma, de nome StablevaX, contorna o problema das vacinas que precisam de ser refrigeradas, abrindo a porta a um acesso mais rápido e alargado.
Os especialistas em saúde afirmam que este desenvolvimento pode ajudar a garantir que as doses que salvam vidas cheguem às pessoas em aldeias remotas, zonas de conflito ou regiões com infraestruturas pouco fiáveis, onde a chamada "cadeia de frio", muitas vezes, falha.
Se os ensaios clínicos forem bem sucedidos, as vacinas não refrigeradas da Stablepharma poderão começar a ser distribuídas, mundialmente, em 2027.
Empresa já tem planos para outras vacinas não refrigeradas
Com a primeira vacina termoestável a ser testada, a Stablepharma já identificou mais de 60 vacinas que podem ser adaptadas para formatos sem refrigeração.
Além disso, o processo de fabrico pode ser dimensionado para produzir milhões de doses por ano, sem depender de refrigeração ou congelamento durante a produção ou entrega.
São vacinas “bom petisco”.
Este é o cenário perfeito para vacinar em África.
Será um avanço importante. Ainda na passada semana aqui na minha terra andaram a recolher as vacinas de todas as unidades de saúde para as guardar na USF sede. As unidades têm backup para o frio, mas não para tantas horas.