Não é algo que nos seja familiar, porque não acontece no nosso planeta, mas noutros é comum haver nuvens de outros elementos que não água. Um novo estudo levado a cabo pela NASA explica como e por que se formam essas nuvens.
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Conforme aprendemos desde tenra idade, as nuvens da Terra são formadas por água. No entanto, noutros planetas, esse composto é formado por outros elementos, como amoníaco e hidróxido de amónio. Além disso, em alguns planetas, as nuvens podem ser formadas por silicatos, da família dos minerais que formam as rochas que constituem 90 % da crosta da Terra.
Um novo estudo da NASA, comunicado na quinta-feira pela agência espacial americana, desvenda as temperaturas a que as nuvens de silicato se podem formar no alto da atmosfera de um planeta. as conclusões foram tiradas de dados reunidos pelo reformado Telescópio Espacial Spitzer da NASA, que recolheu informação em anões castanhos – objetos celestes que se situam entre planetas e estrelas.
Compreender as atmosferas das anãs castanhas e dos planetas onde se podem formar nuvens de silicato também nos pode ajudar a compreender o que veríamos na atmosfera de um planeta que está mais próximo da Terra em tamanho e temperatura.
Explicou Stanimir Metchev, professor de estudos de exoplanetas na Universidade Ocidental, em Londres, e coautor do estudo.
As nuvens formam-se todas da mesma forma, independentemente dos elementos que as compõem: estes aquecem até se tornarem vapor. Depois de todo o processo, condensam e formam uma nuvem. Assim sendo, elementos químicos como a água, sal, amoníaco e enxofre podem formar nuvens. Embora o silicato também possa, só é possível que aconteça em mundos extremamente quentes, como são as anãs castanhas, pois a rocha vaporiza a uma temperatura muitíssimo elevada.
NASA estudou nuvens das anãs castanhas
Para compreender a formação de nuvens nas anãs castanhas, os astrónomos reuniram mais de 100 amostras e agruparam-nas consoante a temperatura. Dessa forma, notaram que todas elas se encontravam na gama de temperaturas prevista para a formação de nuvens de silicato: entre cerca de 1.000º C e 1.700º C.
Tivemos de procurar nos dados Spitzer para encontrar estas anãs castanhas onde havia alguma indicação de nuvens de silicato, e não sabíamos realmente o que iríamos encontrar. Ficámos muito surpreendidos com o quão forte era a conclusão, uma vez que tínhamos os dados certos para analisar.
Revelou Genaro Suárez, investigador pós-doutorando na Universidade Ocidental e autor principal do estudo da NASA.
Os investigadores apresentaram as suas conclusões no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: a temperatura precisava de ser o mais exata possível para que as nuvens se formassem. Afinal, atmosferas mais quentes do que a extremidade superior da margem identificada no estudo viram silicatos transformarem-se em vapor.
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