A NASA, através do seu satélite TESS, descobriu um planeta do tamanho da Terra. Segundo as informações da agência espacial, este planeta orbita uma estrela a uma distância adequada à existência de água líquida à superfície. O TOI 700 d encontra-se numa zona identificada como habitável.
Esta é uma descoberta importante, dado que são poucos os planetas encontrados com condições semelhantes à Terra.
Planeta com semelhanças à Terra
O satélite da NASA dedicado a encontrar exoplanetas em trânsito (TESS) descobriu o primeiro planeta do tamanho da Terra na zona habitável da sua estrela. Os cientistas confirmaram a descoberta, chamada TOI 700 d. Usando o Telescópio Espacial Spitzer, modelaram os ambientes potenciais do planeta para ajudar a informar futuras observações.
Conforme anunciou a NASA, o TOI 700 d é um dos poucos planetas do tamanho da Terra descobertos na zona habitável de uma estrela.
O TESS foi projetado e lançado especificamente para encontrar planetas do tamanho da Terra orbitando estrelas próximas. Os planetas em torno das estrelas próximas são mais fáceis de acompanhar com telescópios maiores no espaço e na Terra. Descobrir o TOI 700 d é uma descoberta científica essencial para o TESS. Confirmar o tamanho e o status da zona habitável do planeta com Spitzer é mais uma vitória para o Spitzer, pois aproxima-se do fim das operações científicas em janeiro.
Referiu Paul Hertz, diretor da divisão de astrofísica da sede da NASA em Washington.
No passado, foram descobertos vários planetas no sistema TRAPPIST-1 e outros mundos descobertos pelo Kepler Space Telescope da NASA, mas este é o primeiro do TESS.
Uma estrela com os seus 3 planetas
A descoberta mostrou uma pequena e fresca estrela anã M, localizada a pouco mais de 100 anos-luz de distância, na constelação do sul de Dorado. Com o nome de TOI 700, esta estrela tem aproximadamente 40% da massa e tamanho do nosso Sol e cerca da metade da temperatura da superfície. Na observação feita pelo TESS, foi possível encontrar vários trânsitos dos seus três planetas.
Os três planetas agora descobertos que orbitam a estrela, foram classificados de ‘TOI 700 b’, ‘c’ e ‘d’. Contudo, somente o ‘TOI 700 d’ está na chamada zona habitável.
O chamado TOI 700 b, que é o planeta mais interno, é quase exatamente do tamanho da Terra, provavelmente é rochoso e completa uma órbita a cada 10 dias. O planeta do meio, o TOI 700 c, é 2,6 vezes maior que a Terra – entre os tamanhos da Terra e Netuno – orbita a cada 16 dias e é provavelmente um mundo dominado por gás.
Já o TOI 700 d, o planeta mais externo conhecido no sistema e o único na zona habitável, é 20% maior que a Terra, orbita a cada 37 dias e recebe da sua estrela 86% da energia que o Sol fornece à Terra. Pensa-se que todos os planetas estejam travados de forma ordenada à sua estrela, o que significa que eles giram uma vez por órbita para que um lado seja banhado constantemente pela luz do dia.
Planeta rochoso e com oceano
Foram feitas várias simulações com base nos dados obtidos para perceber a composição da atmosfera e a temperatura da superfície. Assim, numa simulação foi incluído o TOI 700 d coberto por oceano com uma atmosfera densa e dominada por dióxido de carbono. Apesar de muito distantes, estas particularidades são semelhantes ao que os cientistas suspeitam ter cercado Marte quando era jovem.
Numa outra simulação, os cientistas preveem uma versão da Terra sem oceanos, onde os ventos soprariam do lado oculto em direção à face iluminada.
Estudar mais sobre estes planetas a 100 anos-luz de distância da Terra
Apesar das condições exatas do TOI 700 d serem desconhecidas, os cientistas podem usar as informações atuais. Assim, dados como o tamanho do planeta e o tipo de estrela que orbita, permitem gerar modelos de computador e fazer previsões. Nesse sentido, os investigadores do Goddard Space Flight Center da NASA, já têm 20 ambientes em potencial do TOI 700 d. Com isso podem avaliar se alguma versão resultaria em temperaturas e pressões da superfície adequadas para a habitabilidade.
Este é mais um passo para perceber se há uma Terra 2.0 ou planetas que possam albergar condições a vida extraterrestre.