A NASA guarda ainda a maioria das rochas lunares que a tripulação da Apollo 11 trouxe para casa. No entanto, uma pequena fração da recompensa dos astronautas foi usada num conjunto de experiências pouco conhecidas. Segundo a agência são testes de vital importância, que garantiram a segurança das amostras lunares na Terra.
Nessas experiências com as rochas da Lua, a agência espacial abrigou moscas e alimentou plantas. Ao que parece, as coisas ficaram estranhas!
NASA guarda muita informação “secreta” do que veio da Lua para a Terra
Com a comemoração dos 50 anos do homem ter ido à Lua, a NASA tem libertado muita informação relevante. São dados históricos de várias ações levadas a cabo por cientistas em rochas, no pó e noutros produtos que sofreram reações por terem estado no nosso satélite natural.
Uma das histórias mais estranhas foi divulgada na última semana pelo site Space.com refere que a NASA alimentou baratas com rochas lunares. Além disso, deu a conhecer que há mais coisas esquisitas nestes estudos.
Os cientistas tinham a certeza de que não haviam germes potencialmente perigosos a viver na Lua. Contudo, não podiam ter absoluta certeza. E enquanto a recuperação de rochas lunares era um presente incrível para a ciência, poderia ter sido uma maldição na Terra se essas rochas se tivessem revelado um risco para a vida terrestre. Então, como parte dos preparativos da agência para a missão, a NASA teve que montar um programa de testes.
Nós tínhamos que provar que não iríamos contaminar não apenas os seres humanos, como também não iríamos contaminar os peixes, pássaros, animais, plantas, etc…
Tínhamos que provar que não iríamos afetar qualquer biosfera da Terra. Então tivemos que desenvolver um programa incrível que foi realizado realmente duramte três voos. Muitos problemas.
Explicou em 1999, na história oral, Charles Berry que estava encarregado das operações médicas durante a operação Apollo.
Quarentena na Terra ajudou a perceber se existia perigo de contaminação
Os próprios astronautas foram arrastados para a quarentena após o seu regresso à Terra. Estes permaneceram isolados do mundo (exceto 20) durante três semanas, a partir do momento em que Neil Armstrong e Buzz Aldrin deixaram a lua. Além destes, também ganharam fama uma coleção de ratos. Isto porque foram igualmente para a quarentena depois de ter-lhes sido injetado material lunar. Posteriormente foram seguidos pela equipa de investigadores e seguidos tal como estavam a ser seguidos os astronautas em quarentena.
Apesar de alguns receios, tanto os humanos como os roedores mostraram-se livres de problemas. Contudo, para a ciência, ver apenas pequenas erupções cutâneas não era suficiente para descansar um planeta. Um documento da NASA refere as tentativas para estabelecer procedimentos de atuação quando se estivesse a navegar num “mar de ignorância” e enfatizou que os autores não poderiam prever o que se conseguiu com os testes delineados.
Testes estranhos e resultados incógnitos
A NASA alimentou, com algumas das suas preciosas amostras lunares da Apollo 11, baratas. E lançou-as em aquários com peixes. Também injetou amostras de material em ratos. Testes que não se sabe o proveito dos resultados, mas que a ciência da NASA entendeu ser “de importância vital”. Possivelmente foram estes resultados que permitiram à Agências Espacial Americana referir que as amostras de material da Lua estavam seguras na Terra.
Segundo informações, metade da poeira lunar utilizada foi esterilizada e a outra metade não. Posteriormente, as amostras foram usadas de formas diferentes de acordo com as espécies: ratos e codornizes receberam injeções, as amostras dos insetos foram misturadas na sua comida e, no caso dos animais aquáticos, o material lunar foi misturado à água em que eles viviam.
Testes foram conclusivos, mas com resultados discretos
Com efeito, após observação durante 30 dias, os animais saíram-se relativamente bem. As baratas que comeram poeira lunar – de acordo com a sua reputação – também estavam bem, apesar da sua dieta exótica. Além disso, os dados indicaram que quase todas as outras cobaias não apresentaram nada de relevante.
No entanto, houve uma exceção: na água, que continha poeira lunar misturadas, as ostras lá colocadas morreram. Os cientistas, no entanto, creditaram que esse resultado se deveu ao timing da experiência. As ostras estavam na temporada de reprodução.
Os resultados desses testes não forneceram nenhuma informação que indicasse que as amostras lunares trazidas pela missão Apollo 11 contivessem agentes replicantes perigosos para a vida na Terra.
Concluíram os autores de um artigo que relata os testes sobre “animais inferiores” publicado na revista “Science” um ano depois da Apollo 11.
A NASA também testou plantas para avaliar reações adversas ao material lunar. As experiências incluíram cultivar sementes em solo lunar e testaram tomate, tabaco, repolho, cebola e fetos. Diferentemente dos testes com animais, algumas das plantas cresceram melhor no regolito – a camada solta de material heterogéneo e superficial que cobre uma rocha sólida e o tipo de material lunar em que as sementes foram plantadas – do que na areia que os investigadores usaram como parâmetro de comparação.
Procurar por seres vivos
Posteriormente houve um grande número de outras experiências semelhantes recorrendo a amostras das missões Apollo 12 e 14. Assim, no total, a agência testou 15 espécies diferentes de animais.
Simultaneamente, o material lunar também foi testado por si só em caixas de Petri para perceber se havia desenvolvimento de qualquer microorganismo.
[Os cientistas] não encontraram nenhum crescimento microbiano nas amostras lunares e não tinham nenhum microorganismo que eles, ao menos inicialmente, atribuíam a qualquer fonte extraterrestre ou lunar.
Referiu Hayes.
As baratas comeram a Lua
Finalmente, a NASA estava confiante de que o regolito lunar era inofensivo. Depois da Apollo 14, em 1971, a agência parou de testar animais e acabou com os rigorosos procedimentos de quarentena para os astronautas que voltavam da Lua. Além disso, também foram terminados os procedimento de quarentena para os técnicos de laboratório que trabalharam nas amostras lunares.
A NASA tinha bons motivos para eliminar os testes com animais.
Os cientistas planetários estavam descontentes com a quantidade de material que consideravam desperdiçado nestes testes e com a medida em que a quarentena diminuía o foco na investigação planetária.
Conforme informações publicadas num relatório da NASA.
Na verdade, quem acabou com a rocha lunar foram as baratas, que delas se alimentaram durante alguns anos. Assim, podemos dizer que baratas comeram a Lua.