Mudanças nos olhos podem ser um alerta precoce para a doença de Alzheimer
Mais uma vez, conhecemos avanços na investigação relativamente à doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, globalmente. Um estudo recente concluiu que alterações oculares podem ser um alerta precoce para a doença.
As descobertas da equipa de investigadores da Indiana University School of Medicine indicam que a presença do gene APOE4, conhecido por aumentar o risco de doença de Alzheimer em humanos, prejudica a função da retina em ratos.
Esta conclusão sugere uma ligação direta entre esta variante genética e os défices de processamento visual associados à doença de Alzheimer.
O olho é uma janela para o cérebro que reflete as alterações associadas a doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.
O nosso estudo ajudará a facilitar o diagnóstico e a potencial intervenção na doença de Alzheimer, melhorando os resultados e a qualidade de vida dos doentes no futuro.
Disse Ashay Bhatwadekar, professor associado de oftalmologia e investigador principal do estudo.
A equipa de investigação utilizou técnicas de imagem avançadas para avaliar a estrutura e a função da retina nos ratinhos.
Em comparação com os grupos de controlo, observaram alterações significativas na espessura da retina e na atividade elétrica dos tecidos e células biológicas.
Estes resultados vão ao encontro das observações clínicas de anomalias da retina em doentes de Alzheimer, reforçando a relevância deste modelo para o estudo dos fatores que desencadeiam a doença.
O nosso estudo demonstra que a disfunção da retina ocorre no modelo do rato APOE4, refletindo aspetos da patologia da doença de Alzheimer.
Afirmou a estudante de doutoramento Surabhi D. Abhyankar, explicando que "estes resultados sublinham o potencial da imagiologia da retina como um método não invasivo para detetar alterações neurais precoces na doença de Alzheimer".
Os investigadores acreditam que as suas conclusões oferecem novas perspetivas sobre a potencial leitura das alterações da retina como biomarcador precoce da doença de Alzheimer. Isto poderia melhorar o diagnóstico e o tratamento da doença.
Investigação publicada na revista Alzheimer's & Dementia. | DOI: 10.1002/alz.14433
Bom post Pplware. É salutar ver notícias sobre inovações na ciência para além da “simples” tecnologia. Deixo aqui uma pequena sugestão. Sempre que disponível, coloquem a indicação do DOI (Digital Object Identifier) do estudo. Há casos em que vale a pena ler.