O coronavírus está a espalhar-se pelo mundo. São cada vez mais os casos registados fora da zona de contágio. As mais recentes informações referem que já morreram 132 pessoas e o número de casos confirmados ultrapassam os 6 mil. A China apressa-se a construiu novas unidades hospitalares para tentar combater os casos que começam a preocupar o mundo.
Fala-se na vacina que poderá atacar o Coronavírus. Mas quando poderá aparecer tal vacina?
Coronavírus: Novidades científicas e as vantagens no fabrico da vacina
Os números começam já a fazer história. Esta referência dos mais de 6 mil infetados com o Coronavírus de Wuhan significa que o novo vírus tem agora mais infetados do que a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) que infetou 5327 pessoas. A vacina urge e o tempo joga contra as expectativas de conter a doença.
Nesse sentido, o trabalho começou em várias organizações, incluindo os Institutos Nacionais de Saúde, para desenvolver uma vacina para esta nova estirpe de coronavírus, conhecida entre os cientistas como 2019-nCoV.
Nesta altura de grande contágio, os cientistas começaram já a trabalhar. Contudo, a estratégia de desenvolvimento da vacina será tirar proveito do trabalho que tem sido feito sobre vírus intimamente relacionados, tais como SARS e MERS. Além disso, também poderá ser benéfico os avanços que têm sido conseguidos nas tecnologias de vacinas, tais como as vacinas de ácido nucleico, que são vacinas baseadas em ADN e ARN que produzem o antígeno da vacina no seu próprio corpo.
Estava em curso algum trabalho sobre esta estirpe em particular?
Conforme é referido, atualmente a comunidade científica não estava a desenvolver trabalho nesta estirpe do coronavírus. Contudo, estavam em curso trabalhos para outros vírus corona estreitamente relacionados que têm causado doenças graves em humanos, nomeadamente a MERS e a SARS.
Apesar disso, os cientistas não estavam preocupados com esta estirpe em particular, pois não sabiam que ela existia e poderia causar doenças nos humanos. Isto até aparecer este surto.
Isso leva-nos a outra questão: como é que os cientistas sabem quando devem trabalhar com uma vacina para um coronavírus?
Como refere o portal Sciencealert, o trabalho em vacinas para coronavírus graves começou historicamente quando os vírus começaram a infetar humanos. Assim, tendo em conta que este é o terceiro grande surto de um novo vírus corona registado nas últimas duas décadas, e também dada a gravidade da doença causada por estes vírus, é de considerar investir no desenvolvimento de uma vacina que seja amplamente protetora contra estes vírus.
Mas… e quando poderá aparecer a vacina?
Esta é a questão fundamental, dado o cenário de contágio global. Para já, os cientistas vão seguir as normas de construções da vacina, depois seguir-se-ão os testes em modelos animais para mostrar que os resultados são seguros e eficazes. Portanto, só depois de estabelecida a segurança e a eficácia, as vacinas podem avançar para ensaios clínicos em humanos.
Posteriormente, se as vacinas induzirem a resposta imunológica e proteção esperada e forem consideradas seguras, elas podem ser produzidas em massa para a vacinação da população.
Apesar do mecanismo de elaboração estar mais que pronto, na verdade, faltam amostras do vírus para testar as vacinas. Além disso, também estão em falta os anticorpos para garantir que a vacina esteja em boa forma. São necessários o vírus para testar se a resposta imunológica induzida pela vacina funciona.
Por fim, é preciso estabelecer em que animais a vacina deve ser testada. Isso poderia incluir ratos e primatas não humanos.
Resultado, a vacina poderá ainda levar meses a ser desenvolvida e mais tempo ainda a chegar às pessoas.